segunda-feira, março 5
Trusted Computing
Está em marcha uma campanha contra os perigos e falsas concepções da iniciativa Trusted Computing, que tem o apoio de alguns dos fornecedores mais importantes da Industria da Informação. Os objectivos iniciais e a declaração de intenções são louváveis, mas esta tecnologia pode ser empregada de muitas formas. A tentação para as grandes empresas tomarem o controlo sobre as decisões dos seus clientes pode ser grande demais... Mais informação em Against TCPA.
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quinta-feira, março 1
Casa Nova Vida Nova
Andei desaparecido do mapa, metido em trabalhos. A mudar de casa mais concretamente, não gosto de mudanças, empacotar e classificar a nossa vida toda, dos objectos quotidianos aos transcendentes. Andar com os electrodomésticos e com os móveis às costas. Não gosto de me mexer, sou preguiçoso. Mas as coisas lá se fazem, foi preciso cravar os amigos com mais boa vontade para se tornarem estivadores por um dia e ajudarem a carregar os fardos maiores. O segredo é encarar as coisas bom humor, nesse dia rimos tanto que quase acabava abraçado a um armário no fundo das minhas escadas quando nos deu um ataque de riso e nos escapou. A sorte foi que aquilo se prendeu no corrimão das escadas e não me me levou. Mas o final foi feliz, apesar de ter deixado tudo para o fim (como é meu hábito) lá consegui trasladar todos os meus bens. Foi preciso escolher, mudar de um apartamento para um quarto implica um downsizing nas traquitanas que se vão acumulando. Inevitavelmente, ao revolver absolutamente tudo, encontram-se coisas inesperadas. Coisas esquecidas que já nem nos lembramos que existem, ou existiram em tempos.
E foi assim mesmo a tempo, no último dia do mês que saí de Alfama, vou ter saudades. Mas sinto-me bem no meu quarto na Estefânia, até dá para ir a pé para o trabalho. Além de casa nova, estreada na semana passada, entro de cabeça numa nova carreira. Não sei se me dará tempo a chamar a este quarto a minha casa. Não sei se o vou ocupar muito ou pouco nos próximos tempos. Já tenho destino marcado, e a partida está para breve.
E foi assim mesmo a tempo, no último dia do mês que saí de Alfama, vou ter saudades. Mas sinto-me bem no meu quarto na Estefânia, até dá para ir a pé para o trabalho. Além de casa nova, estreada na semana passada, entro de cabeça numa nova carreira. Não sei se me dará tempo a chamar a este quarto a minha casa. Não sei se o vou ocupar muito ou pouco nos próximos tempos. Já tenho destino marcado, e a partida está para breve.
quarta-feira, fevereiro 14
World Press Photo 2007
A World Press Photo é uma organização não lucrativa fundada em 1955. Conhecida principalmente pelo concurso anual que organizam, seleccionando as melhores fotografias de imprensa, que depois são integradas como uma exposição itinerante, e também editadas em livro. Ou seja, um prémio de excelência para o foto-jornalismo. Habitualmente é dado destaque às fotos que mostram conflitos e catástrofes, assimetrias humanas e o mundo desigual em que vivemos. Muitas vezes belas, outras vezes feias, as fotos são excelentes mas também trazem sempre mensagem. Os resultados do concurso deste ano já saíram, a galeria dos premiados pode ser consultada online. Isto só para abrir o apetite para visitar a exposição quando passar por Portugal, o que segundo o programa oficial será entre 21 de Julho e 12 de Agosto em Portimão.

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segunda-feira, fevereiro 12
A Festa do Sim
Os movimentos pelo sim congratulam-se pela vitória, o governo também. Diz-se que apesar de o referendo não ser vinculativo vai ser respeitada a vontade do povo... A vontade do povo?

Festival Alive
O novo festival que terá entre os dias 8 e 10 de Junho é organizado pela Revista Blitz e promete trazer a Portugal pesos pesados como Pearl Jam, os recém reunidos Smashing Pumpkins e pela primeira vez em terras lusas, os Beastie Boys!
Entretanto já estou em pulgas por hoje à noite. Os Nine Inch Nails fizeram espectáculo no fim de semana, eu vou lá estar para a última dose hoje no Coliseu.
Entretanto já estou em pulgas por hoje à noite. Os Nine Inch Nails fizeram espectáculo no fim de semana, eu vou lá estar para a última dose hoje no Coliseu.
sábado, fevereiro 10
Aqua Teen Hunger Force
O terrorismo é uma ameaça real, uma preocupação legítima, que tira o sono a muita boa gente. As mentes mais fracas sempre se deixaram intimidar pelo medo do desconhecido, mas a paranóia que se vive hoje em dia em alguns países já roça a imbecilidade. Um bom exemplo é o recente onda de terror em Boston à conta de uma simples campanha publicitária a algo tão inofensivo como um programa de desenhos animados.
O programa de televisão em questão não é tão inocente como isso, trata-se de desenhos animados para adultos, nada de pornografia, mas um tipo de humor não aconselhável a crianças. Os Aqua Teen Hunger Force são brejeiros, idiotas e politicamente incorrectos mas têm graça devido à sua originalidade. A fórmula não é nova, desenhos animados com personalidade, irreverência e que gozam com coisas sérias. Os Simpsons, South Park, Family Guy e outros abriram o caminho. Neste caso em particular o programa relata as aventuras e desventuras de três colegas de casa, um pacote de batatas fritas, um batido, e uma almôndega falante. Perfeitamente idiota sim, mas com muita crítica à social à mistura o programa teve um sucesso relativo na cadeia Cartoon Network.
Mas afinal que é que eles têm de assustador? Para mim nada, para um americano muito. Uma ideia para divulgar a série culminou numa sentença de tribunal que obriga a cadeia de televisão e os publicitários envolvidos a pagar uma indemnização em dinheiro por aterrorizar a população de Boston! A ideia era simples, espalhar sem aviso dezenas de figuras luminosas representando uma personagem secundária da série por todo Boston. O aparecimento destas estranhas figuras levou ao pânico generalizado, foram confundidas com uma ameaça de bomba... a polícia chegou a levar uma das figuras pelos ares por precaução.
Os desenhos até são engraçados basta passar pelo youtube ou pelo sítio oficial para descobri-los. Deixo é aqui a reportagem que mostra a loucura que o golpe publicitário provocou nos habitantes de Boston.
O programa de televisão em questão não é tão inocente como isso, trata-se de desenhos animados para adultos, nada de pornografia, mas um tipo de humor não aconselhável a crianças. Os Aqua Teen Hunger Force são brejeiros, idiotas e politicamente incorrectos mas têm graça devido à sua originalidade. A fórmula não é nova, desenhos animados com personalidade, irreverência e que gozam com coisas sérias. Os Simpsons, South Park, Family Guy e outros abriram o caminho. Neste caso em particular o programa relata as aventuras e desventuras de três colegas de casa, um pacote de batatas fritas, um batido, e uma almôndega falante. Perfeitamente idiota sim, mas com muita crítica à social à mistura o programa teve um sucesso relativo na cadeia Cartoon Network.
Mas afinal que é que eles têm de assustador? Para mim nada, para um americano muito. Uma ideia para divulgar a série culminou numa sentença de tribunal que obriga a cadeia de televisão e os publicitários envolvidos a pagar uma indemnização em dinheiro por aterrorizar a população de Boston! A ideia era simples, espalhar sem aviso dezenas de figuras luminosas representando uma personagem secundária da série por todo Boston. O aparecimento destas estranhas figuras levou ao pânico generalizado, foram confundidas com uma ameaça de bomba... a polícia chegou a levar uma das figuras pelos ares por precaução.
Os desenhos até são engraçados basta passar pelo youtube ou pelo sítio oficial para descobri-los. Deixo é aqui a reportagem que mostra a loucura que o golpe publicitário provocou nos habitantes de Boston.
sexta-feira, fevereiro 9
Piada de Informáticos
Um homem está a conduzir o seu carro, quando a certa altura percebe que se perdeu. Entretanto, vê outro homem que passa por perto, encosta ao passeio e chama-o:
- Desculpe, pode dar-me uma ajuda? Prometi a um amigo encontrar-me com ele às 14h, estou meia hora atrasado e não sei onde me encontro.
- Claro que o posso ajudar. O senhor encontra-se num automóvel, entre os 38 e os 39 graus de latitude Norte e os 9 e 10 graus de longitude Oeste, são 14 horas, 23 minutos e 42 segundos, hoje é quarta-feira e estão 27 graus centígrados.
- O senhor é Informático?
- Exactamente! Como é que sabe?
- Porque tudo o que me disse está correcto do ponto vista técnico, mas é inútil do ponto vista prático. De facto, não sei o que fazer com a informação que me deu e continuo aqui perdido.
- Então o senhor deve ser Gestor, certo? Responde o informático.
- Na realidade sou mesmo. Mas como percebeu?
- Muito fácil: não sabe nem onde se encontra, nem para onde ir; fez uma promessa que não faz a menor ideia de como vai cumprir e agora espera que outro qualquer lhe resolva o problema. De facto, encontra-se exactamente na mesma situação em que estava antes de nos encontrarmos, mas agora, por um qualquer estranho motivo a culpa acaba por ser minha.
- Desculpe, pode dar-me uma ajuda? Prometi a um amigo encontrar-me com ele às 14h, estou meia hora atrasado e não sei onde me encontro.
- Claro que o posso ajudar. O senhor encontra-se num automóvel, entre os 38 e os 39 graus de latitude Norte e os 9 e 10 graus de longitude Oeste, são 14 horas, 23 minutos e 42 segundos, hoje é quarta-feira e estão 27 graus centígrados.
- O senhor é Informático?
- Exactamente! Como é que sabe?
- Porque tudo o que me disse está correcto do ponto vista técnico, mas é inútil do ponto vista prático. De facto, não sei o que fazer com a informação que me deu e continuo aqui perdido.
- Então o senhor deve ser Gestor, certo? Responde o informático.
- Na realidade sou mesmo. Mas como percebeu?
- Muito fácil: não sabe nem onde se encontra, nem para onde ir; fez uma promessa que não faz a menor ideia de como vai cumprir e agora espera que outro qualquer lhe resolva o problema. De facto, encontra-se exactamente na mesma situação em que estava antes de nos encontrarmos, mas agora, por um qualquer estranho motivo a culpa acaba por ser minha.

sexta-feira, fevereiro 2
Os Verdadeiros Ladrões
Decerto toda a gente sabe quem é Courtney Love, celebridade controversa do mundo da música ou do show business como preferirem. A cantora publicou recentemente um artigo sobre a indústria da música. Sobretudo a relação entre os músicos e as editoras. À luz da perseguição que se faz sentir actualmente sobre os ouvintes de música, e os supostos piratas, é interessante ter contacto com a verdadeira realidade. Quem realmente rouba os artistas não é quem faz download de um mp3. Os verdadeiros ladrões impõem condições contratuais absurdas aos artistas, de tal modo que a própria música deixa de lhes pertencer. Quando analisamos a capa ou a contra-capa de um livro, podemos comprovar que o direito de cópia pertence ao autor. No mundo da música, o autor perdeu esse direito, é a editora a proprietária da criação musical. Os verdadeiros piratas não somos nós, mas as multinacionais que controlam os circuitos de divulgação e distribuição e querem roubar os autores dos seus direitos criativos. Recomendo vivamente a leitura deste artigo, é longo, mas vale bem a pena para descobrir os métodos duvidosos das organizações por trás das recentes perseguições aos downloads ilegais.
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quinta-feira, fevereiro 1
Os Clunk n'A Paródia
Na quinta-feira passada os Clunk retornaram mais uma vez ao bar a Paródia, para nos oferecer um concerto acústico e intimista. Tão intimista que estávamos todos uns em cima dos outros, um bar tão pequenino invadido por uma legião de fãs e amigos (na realidade não éramos assim tantos e sim eu sou um deles, por isso sou suspeito). Tentando fazer uma crítica o mais isenta possível posso dizer que se nota bastante a evolução, dos elementos individuais, mas sobretudo do conjunto que se nota cada vez mais coeso e oleado. Mais importante do que isso, consegue-se perceber que há ali qualquer coisa de original, diferente. O facto da formação fugir ao power trio habitual deve contribuir para isso. O resultado soa prometedor.
Por isso cá estou a fazer a minha parte na divulgação. Deixo a sugestão, vão visitar o MySpace deles, podem também dar uma olhadela nas fotos do concerto.
Por isso cá estou a fazer a minha parte na divulgação. Deixo a sugestão, vão visitar o MySpace deles, podem também dar uma olhadela nas fotos do concerto.

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quarta-feira, janeiro 31
As Meias Rotas de Wolfowitz
Já falei aqui anteriormente em Paul Wolfowitz, o pai ideológico de algumas estratégias do actual governo americano. Neste momento Presidente do Banco Mundial, o desempenho das suas funções obriga-o a viajar muito e a visitar diferentes culturas. Uma recente visita à Turquia o mundo teve a oportunidade de espreitar uma parte da sua intimidade, mais concretamente os pés, ao entrar numa mesquita Paul descalçou-se como dita a tradição e deixou à vista de todos os buracos nas suas meias. Tal como os buracos na estratégia para o Iraque são difíceis de disfarçar...

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segunda-feira, janeiro 29
Amanhã Já Temos Vista
Foi um longo e penoso caminho para a Microsoft, depois de muitas promessas, muitos atrasos, e de bastantes agitações internas para pôr o produto cá fora (foi necessário deixar muitas funcionalidades novas de fora) o novo sistema operativo da Microsoft vai ser posto à venda em Portugal a partir da meia-noite.
É claro que está rodeado pela polémica... se nos abstrairmos da publicidade e da campanha de marketing encenada nos mais diversos media, a verdade é que não há grande novidade. Uma série de características apresentadas como inovadoras ou revolucionárias já estão disponíveis noutros produtos há imenso tempo como a interface gráfica Aero que foi fortemente inspirada no kit gráfico da Apple, basta dar uma olhada no Mac OS X. Mas é preciso chamar a atenção para a camada de DRM (Digital Rights Management). Uma camada que está lá, não para trazer funcionalidade ao utilizador, mas para proteger os interesses económicos dos fornecedores de conteúdos. Na tentativa de evitar a pirataria, o sistema introduz uma série de protecções que acabam por consumir muitos mais recursos do que seria normal, ao mesmo tempo que o seu proprietário é forçado a abdicar de alguns dos seus direitos (mais sobre isto aqui, explicação técnica e detalhada aqui). Isto sem falar na confusão de versões e de opções.
É claro que está rodeado pela polémica... se nos abstrairmos da publicidade e da campanha de marketing encenada nos mais diversos media, a verdade é que não há grande novidade. Uma série de características apresentadas como inovadoras ou revolucionárias já estão disponíveis noutros produtos há imenso tempo como a interface gráfica Aero que foi fortemente inspirada no kit gráfico da Apple, basta dar uma olhada no Mac OS X. Mas é preciso chamar a atenção para a camada de DRM (Digital Rights Management). Uma camada que está lá, não para trazer funcionalidade ao utilizador, mas para proteger os interesses económicos dos fornecedores de conteúdos. Na tentativa de evitar a pirataria, o sistema introduz uma série de protecções que acabam por consumir muitos mais recursos do que seria normal, ao mesmo tempo que o seu proprietário é forçado a abdicar de alguns dos seus direitos (mais sobre isto aqui, explicação técnica e detalhada aqui). Isto sem falar na confusão de versões e de opções.

Cunhal & Salazar
Houve por aí uma votação para eleger os maiores portugueses de sempre, começou na televisão. Mas os ecos da votação, chegaram à imprensa escrita e à blogosfera claro. António de Oliveira Salazar, e Álvaro Cunhal. Duas das personagens elegidas parecem extremamente antagónicas, mas verdade seja dita representam muito bem a sua época, representam muito bem o Portugal que tivemos, e o que temos. Que têm o ditador e o revolucionário em comum, e o que os separa já fez correr muita tinta, e podem ir à vossa papelaria ou hemeroteca para aprender um pouco. Só queria chamar a atenção para um comentário do contra na Grande Loja do Queijo Limiano, que apesar de breve tem um tom que me agrada. Explica sucintamente porque alguém votou em Salazar, e mais ainda, porque votaram com razão. Oponho-me ideologicamente ao fascismo, mas a verdade é que ficou muita obra feita do Estado Novo. Parece-me mais que tudo uma crítica à democracia que temos.
segunda-feira, janeiro 22
Medo do Escuro
Uma noite mal dormida deu-me tempo para pensar nesta e noutras coisas, reflexões, pensamentos, sono perdido...
Realmente acho que não tenho medo do escuro, pelo menos na definição literal, não tenho problemas em estar às escuras. Ainda adolescente quando apanhava uma bezana das grandes e entrava a casa de madrugada enfiava-me sorrateiramente em casa, não acendia a luz como é óbvio, e tentava-me arrastar até ao quarto sem alertar ninguém. Claro que muitas vezes a iniciativa era gorada pelo minha descoordenação psico-motora natural, agravada pelos eflúvios do álcool. Tropeçava nisto ou naquilo e depois a bronca ainda era maior, mas voltando ao tema que me traz aqui hoje, nunca temi tactear o meu caminho.
O estar deitado às escuras é outra história, não me é confortável. Sempre tive, e continuo a ter o hábito de cobrir-me completamente, aninhar-me nos lençóis, e esconder-me como uma lagarta se esconde no seu casulo. Logo logo me desvaneço nos braços da noite. Quando assim não acontece é mau sinal, fico deitado a contemplar o tecto às escuras. O negro da noite não tarda em transformar-se, pensamentos, congeminações e planos reflectem-se nas minhas pálpebras. E nesses dias não há quem pregue olho. Não me assusto com as sombras, mas com as imagens que me assaltam. Obstáculos invisíveis revelam-se, tarefas titânicas esmagam-me. São noites sem descanso. Sem luz que me guie no escuro, tenho de confiar na intuição, que me leve até porto seguro.
Realmente acho que não tenho medo do escuro, pelo menos na definição literal, não tenho problemas em estar às escuras. Ainda adolescente quando apanhava uma bezana das grandes e entrava a casa de madrugada enfiava-me sorrateiramente em casa, não acendia a luz como é óbvio, e tentava-me arrastar até ao quarto sem alertar ninguém. Claro que muitas vezes a iniciativa era gorada pelo minha descoordenação psico-motora natural, agravada pelos eflúvios do álcool. Tropeçava nisto ou naquilo e depois a bronca ainda era maior, mas voltando ao tema que me traz aqui hoje, nunca temi tactear o meu caminho.
O estar deitado às escuras é outra história, não me é confortável. Sempre tive, e continuo a ter o hábito de cobrir-me completamente, aninhar-me nos lençóis, e esconder-me como uma lagarta se esconde no seu casulo. Logo logo me desvaneço nos braços da noite. Quando assim não acontece é mau sinal, fico deitado a contemplar o tecto às escuras. O negro da noite não tarda em transformar-se, pensamentos, congeminações e planos reflectem-se nas minhas pálpebras. E nesses dias não há quem pregue olho. Não me assusto com as sombras, mas com as imagens que me assaltam. Obstáculos invisíveis revelam-se, tarefas titânicas esmagam-me. São noites sem descanso. Sem luz que me guie no escuro, tenho de confiar na intuição, que me leve até porto seguro.

sexta-feira, janeiro 19
Votar Sim dá Direito a Excomunhão Automática
Os cristãos que vão votar 'sim' no referendo serão alvo de excomunhão automática, a mais pesada das censuras eclesiásticas.
É ridículo não é? Dei com a notícia na Grande Loja do Queijo Limiano, mas foi publicada originalmente no Diário de Notícias. Também vale a pena ler o artigo no Random Precision.
É ridículo não é? Dei com a notícia na Grande Loja do Queijo Limiano, mas foi publicada originalmente no Diário de Notícias. Também vale a pena ler o artigo no Random Precision.

terça-feira, janeiro 16
O Principezinho (de La Féria)
Mais uma montanha de tempo sem escrever... não é bloqueio de escritor, só preguiça, os pensamentos ultimamente absorvem-me. Vamos lá pôr a coisa em dia, normalmente quando vou ao cinema ou ao teatro faço um comentário, há umas coisas atrasadas.
No fim de semana passado volvi ao Teatro Politeama para assistir a mais uma adaptação de Filipe La Féria. O livro O Principezinho de Saint-Exupéry acho que perdura no imaginário de todos aqueles que tiveram a oportunidade de o ler. Se calhar classificado como livro para crianças, é muito mais do que isso. As personagens e situações parecem um sonho infantil e mirabolante, mas contam muito. Da jibóia ao homem de negócios todos metáforas, o fito talvez tenha sido explicar o mundo dos adultos na linguagem de uma criança, retratando-o com imagens de fantasia. Talvez seja o contrário, talvez seja o olhar de uma criança sobre o que a rodeia. Um olhar astuto e sagaz mas ao mesmo tempo cândido e inocente. Obra de um piloto de aviões, com a inclinação para escrever sobre as suas aventuras, ficou este livro adequado a todas as idades.
Existem várias adaptações, inclusive um filme, para mim nada conseguiu igualar a beleza do livro. Continuo a pensar o mesmo após ter ido ao Politeama ver a peça do La Féria. Até vou mais longe, aquilo foi um bocado fraquinho. O palco e um ecrã de fundo, actores e desenho animado, revezaram-se para ir contando a aventura do pequeno rapazinho de caracóis dourados. Os desenhos um pouco pobres, a cenografia também. Isto talvez passasse despercebido, se as personagens e as suas histórias estivessem bem delineadas, se conseguissem transmitir aquele olhar de que falava à pouco. Houve alguma originalidade na personificação de alguns intervenientes no livro mas estava à espera de mais, sobretudo depois da grata surpresa que levei da última vez. E desengane-se quem já viu esta peça apresentada como um musical, a música foi parca, as canções penosas! Alguém poderia ripostar que houve a necessidade de simplificar a coisa, para benefício dos mais novos. Não aceito esse argumento, simplesmente porque o livro é acessível a miúdos e graúdos, e é genial.
No fim de semana passado volvi ao Teatro Politeama para assistir a mais uma adaptação de Filipe La Féria. O livro O Principezinho de Saint-Exupéry acho que perdura no imaginário de todos aqueles que tiveram a oportunidade de o ler. Se calhar classificado como livro para crianças, é muito mais do que isso. As personagens e situações parecem um sonho infantil e mirabolante, mas contam muito. Da jibóia ao homem de negócios todos metáforas, o fito talvez tenha sido explicar o mundo dos adultos na linguagem de uma criança, retratando-o com imagens de fantasia. Talvez seja o contrário, talvez seja o olhar de uma criança sobre o que a rodeia. Um olhar astuto e sagaz mas ao mesmo tempo cândido e inocente. Obra de um piloto de aviões, com a inclinação para escrever sobre as suas aventuras, ficou este livro adequado a todas as idades.
Existem várias adaptações, inclusive um filme, para mim nada conseguiu igualar a beleza do livro. Continuo a pensar o mesmo após ter ido ao Politeama ver a peça do La Féria. Até vou mais longe, aquilo foi um bocado fraquinho. O palco e um ecrã de fundo, actores e desenho animado, revezaram-se para ir contando a aventura do pequeno rapazinho de caracóis dourados. Os desenhos um pouco pobres, a cenografia também. Isto talvez passasse despercebido, se as personagens e as suas histórias estivessem bem delineadas, se conseguissem transmitir aquele olhar de que falava à pouco. Houve alguma originalidade na personificação de alguns intervenientes no livro mas estava à espera de mais, sobretudo depois da grata surpresa que levei da última vez. E desengane-se quem já viu esta peça apresentada como um musical, a música foi parca, as canções penosas! Alguém poderia ripostar que houve a necessidade de simplificar a coisa, para benefício dos mais novos. Não aceito esse argumento, simplesmente porque o livro é acessível a miúdos e graúdos, e é genial.

quarta-feira, janeiro 3
Eu Voto Sim
Há muito, muito tempo que mantenho a mesma opinião sobre o aborto. A situação que se vive neste momento em Portugal é pura hipocrisia. Os paladinos da moral e dos bons costumes impõem uma série de regras, abstinência, abnegação, o preservativo é pecado porque o Papa diz. Depois vai-se a ver, e as meninas de boas famílias são as piores, andam por aí a comer (com F grande) a escape livre e depois o acidente acontece. Mas não há problema, o paizinho leva a menina para fazer o aborto a Espanha disfarçado de viagem turismo. Quem se lixa? As meninas pobres, desinformadas e sem meios que se vêm forçadas a solicitar os serviços de parteiras de vão de escada.
Eu voto sim, pelo fim da hipocrisia.
Eu voto sim, pelo fim da hipocrisia.
segunda-feira, janeiro 1
Reivellon Catita
Como sempre sem planos para o fim de ano, a malta deixa sempre tudo para a última da hora, acudi ao Santigo Alquimista para passar o ano em companhia dos Irmãos Catita. Claro que não fiquei desiludido, embora não tivesse tido tanta gente como noutras edições a festa foi memorável. Não só pela empolgante actuação de Lello Minsk e companhia mas também pelo entusiasmo do público. Especial destaque para o Phil Mendrix, espantoso como ele consegue sacar aqueles solos hard-rock da pesada no meio das músicas de coração latino do repertório habitual! Mas houve mais, as atracções mais famosas da família Catita estiveram presentes, MD Gimba, que apesar de já não ter nada a ver com os Catita continua a fazer de sidekick muitas vezes. A indispensável stripper, que abandonou o local do espectáculo na companhia do líder da banda (eu estava a sair também e por acaso reparei). Na hora da saída, no meio de todo o nevoeiro que se fazia sentir àquela hora, ainda tive tempo para interceptar o Tony (o gajo que come sardinhas cruas) que pelos vistos é admirador de Mussolini, para lhe fazer uma pequena crítica e chamar-lhe porco fascista. A partir daí tivemos uma amena cavaqueira. Tony, não voltes a repetir a brincadeira, na próxima vez come as sardinhas e cala-te!
domingo, dezembro 24
Um Paradoxo de Natal
Hoje é noite de paz e amor, reza a tradição. Mas há muita tristeza escondida no Natal, isto de ter um blog às vezes é surpreendente. Eu uso o serviços do Google Analytics para seguir o número e origem dos meus leitores. Nesta semana que passou deu-se um fenómeno deveras caricato. Inicialmente quando observei o aumento do número de visitas congratulei-me, mas... um exame mais atento revelou-me que os novos leitores tinham chegado via motores de busca. Todos eles à procura de coisas tristes! Sim, coisas tristes, estranho paradoxo natalício provocado talvez pelo nome do meu diário.
quinta-feira, dezembro 14
Música no Coração (ao estilo La Féria)
Em Portugal existe a ideia generalizada de que não existe acesso à cultura, ou que este é muito difícil. Somos todos uns pategos incultos, e que sempre o seremos porque somos pobres, no espiríto e no bolso. Isto para mim são balelas. A maioria das pessoas está-se nas tintas para a arte, isso é verdade, o que acontece é que os eventos que existem são dirigidos a esta ou aquela elite e não ao público em geral. Hoje estou aqui para escrever sobre teatro, e esta arte é um exemplo perfeito do que estou a falar. Existem inúmeros teatros em Lisboa, alguns no Porto, fora disso poucos, já estamos habituados às assimetrias regionais e isto parece natural, mas não é. Aqui caberia talvez aos municípios estimular a criatividade a nível local mas outros valores se impõem, é pena. Outro lado da questão, numa dada altura pode haver muitas peças em exibição, mas os grandes êxitos com "sucesso generalizado" (alguma ou outra peça que o zé povinho já ouviu falar) contam-se pelos dedos das mãos. As encenações de Filipe La Féria têm o dom de conseguir essa proeza, chegar não apenas ao clube restrito dos intelectuais e dos ricos que se gostam de ir pavonear para o teatro (estes são cada vez menos, hoje em dia há sítios mais in como o Casino) e conseguir que todo o Portugal oiça falar das suas peças. Desde já merece ser felicitado por isso.
Já não pisava um teatro à montes de tempo (desde o ano passado), que vergonha, um tipo com delírios pseudo-intelectualóides como eu e que não é frequentador habitual dos palcos devia era levar umas pancadas de Molière na tola como castigo. No outro dia tive a oportunidade de me redimir, uma amiga propôs-me a visita ao Teatro Politeama para vêr a adaptação aos palcos portugueses do clássico do cinema Música no Coração. Ela, fã incondicional do filme, e possuidora duma cópia que revê a intervalos regulares decidiu levar a filha ao teatro pela primeira vez, eu tive todo o gosto em acompanha-las. A pequena ficou impressionada, pode dizer-se até embasbacada com o teatro, o edifício, as luzes, os trajes, os actores, o desenrolar do pano e da acção. Como ela havia muitos espectadores de tenra idade na plateia. Espero que tenham ficado convertidos, precisamos ir buscar mais fãs dos Morangos com Açúcar e mostrar-lhes o que são actores a sério...
Mas vou falar da peça em si, já basta de divagar. O argumento é fiel à história original, a pequena noviça ingénua que gosta de bailar e cantar causa reboliço no convento e mandam-na tomar conta dos sete filhos do capitão Von Trapp, partir daí a história desenrola-se como todos sabemos. A nós calhou-nos assistir à interpretação de Lúcia Moniz, que se reveza com a Anabela no papel principal. Eu ia um pouco à espera de me aborrecer das cantorias a meio do musical, mas isso não aconteceu, todas as canções foram adaptadas ao português de forma excelente. Surpreendi-me com as capacidades interpretativas da actriz principal, de tal forma que não dei pelo tempo passar. A caracterização também é fiel ao original, com os trajes e os cenários a fazerem-nos lembrar a película. A propósito de cenários, convém dizer que todos os truques de cenografia ainda vêm trazer mais riqueza a todo o conjunto. Pequenas surpresas como quando o quarto da protagonista, que é no sótão, aparece vindo de cima e fica suspenso sobre o cenário da cena anterior. O desenrolar da acção leva ao sabido final feliz, mas creio que em toda a plateia ficou reavivado o sentimento de ingenuidade e fantasia que se experimenta ao ver o filme pela primeira vez. No fim foi o público que deliciou os intervenientes na peça com uma ovação em pé, bem merecida diga-se de passagem.
Como comentário final posso dizer que estou a pensar convidar as minhas duas acompanhantes para ir ao teatro de novo, também ao Politeama, ver a adaptação de outro clássico com o cunho La Féria que por lá passa nestes dias, o Principezinho.
Já não pisava um teatro à montes de tempo (desde o ano passado), que vergonha, um tipo com delírios pseudo-intelectualóides como eu e que não é frequentador habitual dos palcos devia era levar umas pancadas de Molière na tola como castigo. No outro dia tive a oportunidade de me redimir, uma amiga propôs-me a visita ao Teatro Politeama para vêr a adaptação aos palcos portugueses do clássico do cinema Música no Coração. Ela, fã incondicional do filme, e possuidora duma cópia que revê a intervalos regulares decidiu levar a filha ao teatro pela primeira vez, eu tive todo o gosto em acompanha-las. A pequena ficou impressionada, pode dizer-se até embasbacada com o teatro, o edifício, as luzes, os trajes, os actores, o desenrolar do pano e da acção. Como ela havia muitos espectadores de tenra idade na plateia. Espero que tenham ficado convertidos, precisamos ir buscar mais fãs dos Morangos com Açúcar e mostrar-lhes o que são actores a sério...
Mas vou falar da peça em si, já basta de divagar. O argumento é fiel à história original, a pequena noviça ingénua que gosta de bailar e cantar causa reboliço no convento e mandam-na tomar conta dos sete filhos do capitão Von Trapp, partir daí a história desenrola-se como todos sabemos. A nós calhou-nos assistir à interpretação de Lúcia Moniz, que se reveza com a Anabela no papel principal. Eu ia um pouco à espera de me aborrecer das cantorias a meio do musical, mas isso não aconteceu, todas as canções foram adaptadas ao português de forma excelente. Surpreendi-me com as capacidades interpretativas da actriz principal, de tal forma que não dei pelo tempo passar. A caracterização também é fiel ao original, com os trajes e os cenários a fazerem-nos lembrar a película. A propósito de cenários, convém dizer que todos os truques de cenografia ainda vêm trazer mais riqueza a todo o conjunto. Pequenas surpresas como quando o quarto da protagonista, que é no sótão, aparece vindo de cima e fica suspenso sobre o cenário da cena anterior. O desenrolar da acção leva ao sabido final feliz, mas creio que em toda a plateia ficou reavivado o sentimento de ingenuidade e fantasia que se experimenta ao ver o filme pela primeira vez. No fim foi o público que deliciou os intervenientes na peça com uma ovação em pé, bem merecida diga-se de passagem.
Como comentário final posso dizer que estou a pensar convidar as minhas duas acompanhantes para ir ao teatro de novo, também ao Politeama, ver a adaptação de outro clássico com o cunho La Féria que por lá passa nestes dias, o Principezinho.

segunda-feira, dezembro 11
As 7 Maravilhas de Portugal
Está a decorrer neste preciso momento uma iniciativa de promoção de alguns dos nossos marcos históricos mais conhecidos. A ideia geral é fazer uma votação, e escolher quais são as 7 maravilhas de Portugal. A partir de uma lista de vários monumentos e marcos históricos foi feita uma primeira selecção, e é possível votar entre os seleccionados para chegar às 7 maravilhas. Por mérito próprio esta iniciativa tem direito a destaque aqui.
Mas ainda há mais, incluída nessa lista, e disponível para votação está o Paço Ducal de Vila Viçosa. Uma boa oportunidade para quem não conhece ficar a conhecer, e claro, desde já mando o meu apelo a todos os calipolenses votem por Vila Viçosa!
Mas ainda há mais, incluída nessa lista, e disponível para votação está o Paço Ducal de Vila Viçosa. Uma boa oportunidade para quem não conhece ficar a conhecer, e claro, desde já mando o meu apelo a todos os calipolenses votem por Vila Viçosa!

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terça-feira, dezembro 5
Noite CD-R
Um dos meus poisos preferidos na noite Lisboeta, o Bar Lounge, está a realizar uma iniciativa que me parece extremamente original e louvável. Na primeira quarta-feira de cada mês, é dada a oportunidade a todos aqueles que fazem música em sequenciadores virtuais, MPC’s, fitas magnéticas, etc., de ouvirem as suas produções no sistema de som deste espaço nocturno. A primeira edição da noite dos produtores, mais conhecida como Noite CD-R, ocorreu no dia 5 de Novembro a primeira experiência, amanhã há mais.

segunda-feira, dezembro 4
Ho Ho Ho!
Já estamos a chegar àquela altura do ano que toda a gente gosta, as ruas já estão enfeitadas, deve haver muita gente que já montou a árvore (ou o presépio para os mais tradicionais) e claro... a corrida às compras já começou. Como aconteceu no ano passado o sector bancário é que patrocina o espírito de Natal. O BCP patrocina a árvore gigante na Praça do Comércio apesar de estarmos em época má para os bancos, coitados, que vão ser obrigados a deixar de enganar-nos no arredondamentos a partir de agora.
Mas não creio que esta medida do governo faça muita mossa, afinal o sector financeiro é o que goza de mais boa saúde na economia portuguesa. Em paralelo com a óbvia inundação de publicidade aos brinquedos, perfumes, relógios e outros produtos elegíveis para embrulhar e pôr debaixo da árvore temos os anúncios ao crédito pessoal ao consumo, rápido e fácil é só telefonar e depositam o dinheiro na conta... Esquecem-se é de publicitar também os juros e condições desses empréstimos...
Mas também, para que é que isso interessa? Estamos no Natal, época festiva, tem de haver fartura. Já toda a gente deve ter recebido o subsídio de Natal, a julgar pela quantidade de carros que encontro todos os dias há dinheiro para gastar em gasolina. Na cantina da empresa onde eu trabalho os utentes reduziram-se, o pessoal vai mas é comer fora. Centros comerciais cheios, filas para ir comprar as prendinhas, e espanto dos espantos até engarrafamentos nocturnos na Avenida da Liberdade para ir ver a tal árvore. É bonito... é o espírito de Natal a invadir os nossos corações.
Não me interpretem mal, até gosto do Natal, dar e receber prendas é giro. Gosto de ver as ruas enfeitadas e tudo isso. No outro dia fui dar um passeio pela Baixa Pombalina, que está muito bonita este ano, e tirar algumas fotos. Mas acho que o Natal já não é o que era, será que ainda existe uma tradição de reunir a família nesses lares por aí fora? E quanto a ajudar quem mais precisa? Os mendigos e sem abrigo que por esta altura sentem especiais dificuldades devido à estação do ano... Esses aproveitam para ir para as ruas onde há comércio a ver se sacam uns trocos. Acho que as filhoses não ligam com as grandes doses de hipocrisia desta quadra, já me está a dar ardor de estômago.
Mas não creio que esta medida do governo faça muita mossa, afinal o sector financeiro é o que goza de mais boa saúde na economia portuguesa. Em paralelo com a óbvia inundação de publicidade aos brinquedos, perfumes, relógios e outros produtos elegíveis para embrulhar e pôr debaixo da árvore temos os anúncios ao crédito pessoal ao consumo, rápido e fácil é só telefonar e depositam o dinheiro na conta... Esquecem-se é de publicitar também os juros e condições desses empréstimos...
Mas também, para que é que isso interessa? Estamos no Natal, época festiva, tem de haver fartura. Já toda a gente deve ter recebido o subsídio de Natal, a julgar pela quantidade de carros que encontro todos os dias há dinheiro para gastar em gasolina. Na cantina da empresa onde eu trabalho os utentes reduziram-se, o pessoal vai mas é comer fora. Centros comerciais cheios, filas para ir comprar as prendinhas, e espanto dos espantos até engarrafamentos nocturnos na Avenida da Liberdade para ir ver a tal árvore. É bonito... é o espírito de Natal a invadir os nossos corações.
Não me interpretem mal, até gosto do Natal, dar e receber prendas é giro. Gosto de ver as ruas enfeitadas e tudo isso. No outro dia fui dar um passeio pela Baixa Pombalina, que está muito bonita este ano, e tirar algumas fotos. Mas acho que o Natal já não é o que era, será que ainda existe uma tradição de reunir a família nesses lares por aí fora? E quanto a ajudar quem mais precisa? Os mendigos e sem abrigo que por esta altura sentem especiais dificuldades devido à estação do ano... Esses aproveitam para ir para as ruas onde há comércio a ver se sacam uns trocos. Acho que as filhoses não ligam com as grandes doses de hipocrisia desta quadra, já me está a dar ardor de estômago.

segunda-feira, novembro 27
Pastelaria
Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que importa é não ter medo:
fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
Mário Cesariny in burlescas, teóricas e sentimentais (1972)
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que importa é não ter medo:
fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
Mário Cesariny in burlescas, teóricas e sentimentais (1972)
Cesariny Deixou-nos
Não posso deixar de prestar minha pequena homenagem ao pintor e poeta Mário Cesariny que ontem nos deixou...

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terça-feira, novembro 21
O YouTube Denuncia...
Esta terça-feira, cerca das 23:30 (hora local) um estudante de ascendência iraniana foi agredido por forças de segurança nas instalações da UCLA, a universidade que frequenta. Claro que isto levanta enormes preocupações acerca da discriminação baseada na nacionalidade, e sobre a violência policial, que já tem inúmeros episódios registados no estado da Califórnia. Desta vez a questão foi denunciada através do YouTube. Houve um colega da vítima que filmou tudo com o telemóvel e pôs o vídeo online. Uma pequena demonstração do poder das novas tecnologias ao serviço da cidadania, da verdade, e da justiça.
Mais Sobre as Máquinas de Voto
Quem teve essa curiosidade e viu o documentário que indiquei sobre as máquinas de voto e a transparência democrática é capaz de estar nesta sessão de perguntas e respostas sobre o tema.
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terça-feira, novembro 14
Sou Rico!
É oficial! Sou um gajo rico, estou nas 11.67% pessoas mais ricas do mundo. Não, não me saiu o euro-milhares, nem o totobola, simplesmente fui atá esta lista que me disse que afinal estou bem melhor do que a maioria da população terrestre.
I'm the 700,697,410 richest person on earth! Discover how rich you are! >> |
segunda-feira, novembro 13
Um Dia Assim...
Foi num dia assim, há exactamente 29 anos que tudo começou. Sim, tudo começou, porque hoje é o meu dia de ser egoísta e de me considerar o centro do universo. Supostamente o homem já caminha à face desta terra à uma porrada de tempo, uns milhares de anos dizem. Eu cá deambulo por aí apenas há 29 anos. A barreira dos 30 já espreita e ainda me sinto um adolescente tardio. Não é por acaso, ainda gosto de sair com o pessoal, beber uns copos e fazer umas parvoíces. Outra face menos agradável da coisa, os exames ainda por fazer, a vida académica que já devia ter ficado para trás e que tanto me tem ocupado ultimamente mistura-se com o trabalho e deixa-me sem tempo para fazer o que me apetece.
Às vezes farto dos trabalhos e das responsabilidades da vida adulta dou comigo a pensar como era bom ser pequenino. Mas pequenino a sério, quando algo não me agradava fazia birrinha, os adultos logo acorriam para calar o menino. Reconheço que um pouco disso ainda ficou. Um pouco de desencanto também, amargura às vezes quando o mundo é feio e injusto. Para bem e para o mal, já aprendi, quando se quer algo é preciso fazer pela vida, trabalhar, lutar. Felizmente uma parte do menino conseguiu sobreviver ao mundo dos adultos, a minha cabeça ainda voa demasiado depressa para os meus passos. Percorro a vida ainda muitas vezes com passos inseguros, mas persigo os meus sonhos.
Às vezes farto dos trabalhos e das responsabilidades da vida adulta dou comigo a pensar como era bom ser pequenino. Mas pequenino a sério, quando algo não me agradava fazia birrinha, os adultos logo acorriam para calar o menino. Reconheço que um pouco disso ainda ficou. Um pouco de desencanto também, amargura às vezes quando o mundo é feio e injusto. Para bem e para o mal, já aprendi, quando se quer algo é preciso fazer pela vida, trabalhar, lutar. Felizmente uma parte do menino conseguiu sobreviver ao mundo dos adultos, a minha cabeça ainda voa demasiado depressa para os meus passos. Percorro a vida ainda muitas vezes com passos inseguros, mas persigo os meus sonhos.

quinta-feira, novembro 9
Hacking Democracy
Ultimamente não tenho tido muito tempo para o blog, não tenho tido muito tempo para nada. Eu que gosto de perder tempo a investigar tudo e nada, inteirar-me do que por aí vai por esse mundo, não tem sobrado tempo para tal. Mas aqui está um documentário que vale a pena ver, um pouco longo é verdade, mas são 43 minutos que põe em causa muitas coisas sobre o american way of life e inclusivamente a legitimidade do actual governo.
O documentário trata sobre as máquinas que processam os votos do eleitores americanos. Há dois tipos, as simples máquinas de contar votos, e máquinas de voto electrónicas, onde a pessoa põe a cruzinha num touch screen. Aparentemente as tais máquinas estão cheias de problemas, e suspeita-se que possam dar resultados incorrectos. Como se isto não fosse suficientemente grave é revelada ainda uma possibilidade mais assustadora, que os resultados possam ser alterados intencionalmente para favorecer este ou aquele candidato. Claro que depois tudo se vai relacionar com as últimas presidenciais americanas, que foram ganhas com uma margem mínima e rodeadas de muita polémica, fica no ar a possibilidade de ter havido manipulação da contagem de votos...
Só uma pequena nota, não necessariamente relacionada com isto, mas com o governo de Bush... o secretário da defesa Donald Rumsfeld, mentor da actual estratégia no Iraque demitiu-se.
O documentário trata sobre as máquinas que processam os votos do eleitores americanos. Há dois tipos, as simples máquinas de contar votos, e máquinas de voto electrónicas, onde a pessoa põe a cruzinha num touch screen. Aparentemente as tais máquinas estão cheias de problemas, e suspeita-se que possam dar resultados incorrectos. Como se isto não fosse suficientemente grave é revelada ainda uma possibilidade mais assustadora, que os resultados possam ser alterados intencionalmente para favorecer este ou aquele candidato. Claro que depois tudo se vai relacionar com as últimas presidenciais americanas, que foram ganhas com uma margem mínima e rodeadas de muita polémica, fica no ar a possibilidade de ter havido manipulação da contagem de votos...
Só uma pequena nota, não necessariamente relacionada com isto, mas com o governo de Bush... o secretário da defesa Donald Rumsfeld, mentor da actual estratégia no Iraque demitiu-se.
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terça-feira, outubro 31
Potências de Dez
Esta curta metragem ilustra a dimensão do homem, a nossa insignificância, quando saímos da escala a que estamos habituados. Descobri esta preciosidade num blog mas no site Powers of 10, dedicado à iniciativa e aos autores, onde poderão descobrir as respostas a todas as vossa dúvidas. Reconheço que isto já é um pouco velho, o filme já saiu à algum tempo, por isso mesmo já se criou uma espécie de fenómeno à volta da ideia. Que inclui algumas reinterpretações notáveis, recomendo esta dos Simpons.
sexta-feira, outubro 27
Festa do Vinha e do Vinho 06
Mais uma vez Borba vai realizar a já tradicional Festa da Vinha e do Vinho, deixo aqui o programa deste ano para darem uma olhadela. E claro que recomendo uma visita, para assistir aos espectáculos, provar o vinho, ou simplesmente ir dar um passeio.

segunda-feira, outubro 23
Filme da Treta
A dupla toni e zézé já passou pela rádio, pelo teatro, pela televisão, e agora pelo cinema. Assim que ouvi falar da existência de um Filme da Treta, deu-me logo a curiosidade, pelos vistos não foi só a mim, o filme estreou com recordes de audiências. Eu cá não pude ir na semana de estreia, só este sábado tive opurtunidade de pegar no meu King Card e ir até ao Alvaláxia vêr o filme. Sim porque os senhores da Medeia fizeram birrinha e chatearam-se com os da Millenium, quem ficou a perder foram os otários como eu que compraram o famigerado do cartão e que agora estão limitados aos filmes generalistas que passam no cinema-estádio.
Mas vamos lá ao que interessa, o filme, que para ser sincero é mesmo uma granda treta. Eu sou um admirador de José Pedro Gomes e António Feio, mas sinceramente o tipo de humor a que me habituaram não está presente neste filme. Ou por outra, está e não está, os trocadilhos, as piadas piadas nonsense, e os lugares comuns sobre uma Lisboa bairrista e brejeira estão lá. Mas as piadas inteligentes, as mensagens relativas a este ou aquele tema da actualidade, a crítica social, isso está ausente.
Eu tenho o hábito (para a maioria das pessoas um grande defeito) de fazer julgamentos muito rápidos sobre as coisas. Às vezes engano-me claro, mas desta vez acertei. Logo a abrir, o genérico pareceu-me um rip-off mal enjorcado dos Monty Python. A sequência inicial do filme só confirmou a suspeita. Há algumas cenas lá pelo meio que até estão bem sacadas, mas a longa metragem não tem qualquer fio narrativo. Os elementos narrativos que aparecem aqui e ali são totalmente desconexos e servem apenas para justificar a introdução dos mesmos trocadilhos que já ouvimos vezes sem fim, sempre à custa de frases sem nexo inspiradas no Zézé Camarinha e pontapés na gramática. O público em geral até achou graça, suponho que é bom, pelo menos é uma produção lusa a que está a fazer dinheiro nas bilheteiras.
Mas vamos lá ao que interessa, o filme, que para ser sincero é mesmo uma granda treta. Eu sou um admirador de José Pedro Gomes e António Feio, mas sinceramente o tipo de humor a que me habituaram não está presente neste filme. Ou por outra, está e não está, os trocadilhos, as piadas piadas nonsense, e os lugares comuns sobre uma Lisboa bairrista e brejeira estão lá. Mas as piadas inteligentes, as mensagens relativas a este ou aquele tema da actualidade, a crítica social, isso está ausente.
Eu tenho o hábito (para a maioria das pessoas um grande defeito) de fazer julgamentos muito rápidos sobre as coisas. Às vezes engano-me claro, mas desta vez acertei. Logo a abrir, o genérico pareceu-me um rip-off mal enjorcado dos Monty Python. A sequência inicial do filme só confirmou a suspeita. Há algumas cenas lá pelo meio que até estão bem sacadas, mas a longa metragem não tem qualquer fio narrativo. Os elementos narrativos que aparecem aqui e ali são totalmente desconexos e servem apenas para justificar a introdução dos mesmos trocadilhos que já ouvimos vezes sem fim, sempre à custa de frases sem nexo inspiradas no Zézé Camarinha e pontapés na gramática. O público em geral até achou graça, suponho que é bom, pelo menos é uma produção lusa a que está a fazer dinheiro nas bilheteiras.
quinta-feira, outubro 19
Clunk no Paródia
Hoje à noite os Clunk vão dar um concerto acústico no Bar A Paródia. O grupo ainda está a dar os primeiros passos, renascidos das cinzas dos GWAS. A adição de um novo elemento, e de um novo instrumento, trouxeram algumas alterações ao som da banda. Já demonstraram a nova fórmula nalguns concertos, hoje vamos ter a opurtunidade de os ouvir em versão unplugged.
terça-feira, outubro 17
Canoagem no Zêzere
Neste fim de semana que passou juntei-me a uma actividade organizada pela Associação Juvenil Doutor Jardim, no âmbito da iniciativa Outubro Radical, fomos todos dar uma voltinha até ao Zêzere. Já andava com vontade de experimentar canoagem à algum tempo. Na realidade já tinha feito, mas numa albufeira sem rápidos nem correntes. Verdade seja dita, também não encontrámos grande rápidos é certo, mas é muito mais divertido fazer no rio.
O convívio com a malta animou a viagem. Já na água a bom disposição continuou, os oito kilómetros não custaram tanto assim. Doeu um pouco a actividade física claro, um gajo já não tá pa estes esforços, mas compensou a chegada a Constância onde tínhamos uma lauta refeição à espera. A fome apertava, e todos tinham a sua história para contar, a sua aventura particular. Eu e o meu parceiro de ocasião não escapámos à regra, tivemos um percurso pouco acidentado, adaptámo-nos bem. Lá para o fim já pensávamos que percebíamos daquilo... Acabamos por ficar encalhados quase quase à chegada, morremos na praia!
Mas sair do estado líquido, vestir roupa seca e atirar-se à refeição que o Restaurante Trinca Fortes nos proporcionou deu novas forças a todos. Acábamos por ficar um pouco mais do previsto por Constância. A vila que serviu de morada a Camões é muito bonita, extremamente bem arranjada. E nota-se que o turismo está bem aproveitado, o investimento no lazer e nas actividades ao ar livre compensou. Recomenda-se a visita. Todos os que tiverem curiosidade podem passar pelo meu álbum para dar uma olhadela.
O convívio com a malta animou a viagem. Já na água a bom disposição continuou, os oito kilómetros não custaram tanto assim. Doeu um pouco a actividade física claro, um gajo já não tá pa estes esforços, mas compensou a chegada a Constância onde tínhamos uma lauta refeição à espera. A fome apertava, e todos tinham a sua história para contar, a sua aventura particular. Eu e o meu parceiro de ocasião não escapámos à regra, tivemos um percurso pouco acidentado, adaptámo-nos bem. Lá para o fim já pensávamos que percebíamos daquilo... Acabamos por ficar encalhados quase quase à chegada, morremos na praia!
Mas sair do estado líquido, vestir roupa seca e atirar-se à refeição que o Restaurante Trinca Fortes nos proporcionou deu novas forças a todos. Acábamos por ficar um pouco mais do previsto por Constância. A vila que serviu de morada a Camões é muito bonita, extremamente bem arranjada. E nota-se que o turismo está bem aproveitado, o investimento no lazer e nas actividades ao ar livre compensou. Recomenda-se a visita. Todos os que tiverem curiosidade podem passar pelo meu álbum para dar uma olhadela.

segunda-feira, outubro 16
sexta-feira, outubro 13
O Pastor Amoroso
Todos os dias acordo com alegria e pena.
Antigamente acordava sem sensação nenhuma; acordava.
Tenho alegria e pena porque perco o que sonho
E posso estar na realidade onde está o que sonho.
Não sei o que hei-de fazer das minhas sensações.
Não sei o que hei-de ser comigo sozinho.
Quero que ela me diga qualquer cousa para eu acordar de novo.
Alberto Caeiro
Antigamente acordava sem sensação nenhuma; acordava.
Tenho alegria e pena porque perco o que sonho
E posso estar na realidade onde está o que sonho.
Não sei o que hei-de fazer das minhas sensações.
Não sei o que hei-de ser comigo sozinho.
Quero que ela me diga qualquer cousa para eu acordar de novo.
Alberto Caeiro
quinta-feira, outubro 12
300
Vem aí mais uma adaptação da obra de Frank Miller ao cinema, está neste momento em fase de produção, mas já se conhecem alguns detalhes. Já existe um trailer, e está disponível alguma da arte que inspirou este filme. Não posso falar da qualidade do filme, porque ainda não o vi, posso sim comentar um pouco da banda desenhada (que é excelente), e os factos históricos que relata. Sim porque 300 de Frank Miller é uma graphic novel histórica, que relata acontecimentos que remontam ao ano 480 antes de Cristo.
Uma das obras maiores de Miller, descreve-nos a épica Batalha das Termópilas, que decorreu durante as chamadas Guerras Médicas ou Guerras Greco-Persas, onde também se integra a famosa Batalha de Maratona. Esta foi uma batalha desigual na qual 300 Espartanos juntamente com 7000 aliados de outras Cidades Estado gregas protegeram o desfiladeiro das Termópilas, local fulcral para a entrada na Grécia.
O exército Persa era muito maior que o grego, avaliado em cerca de um quarto de milhão de soldados. Os guerreiros helénicos travavam uma batalha desigual, mas melhor treinados e equipados, motivados e aproveitando o terreno conseguiram defender a sua posição durante dias, causando sérias baixas ao inimigo. Só através da traição de um pastor, os persas conseguiram um caminho alternativo para trás das linhas gregas. A aliança grega retirou, ficando para trás Leónidas e os seus espartanos juntamente com um pequeno contigente de homens que lutaram até à morte para cobrir a retirada. O sacrifício deu os seus frutos, apesar da vitória a Pérsia acabou por abandonar os seus planos de expansão, em virtude do número de baixas desmesurado nesta e noutras batalhas.
A obra é fiel aos factos históricos conhecidos, aos ambientes, e à caracterização das personagens. Com poucas falas, e um estilo de desenho muito duro, com linhas fortes e ambientes carregados. O estilo é comparável à técnica usada na série Sin City, mas destaca-se a introdução da côr. A narrativa fala-nos de heroísmo e de espírito de sacríficio de homens que lutam pela liberdade do seu povo, sabendo à partida que têm os dias contados. Um pequeno grupo de homens que consegue sobrepôr-se a uma força muito maior e com mais recursos.
Uma das obras maiores de Miller, descreve-nos a épica Batalha das Termópilas, que decorreu durante as chamadas Guerras Médicas ou Guerras Greco-Persas, onde também se integra a famosa Batalha de Maratona. Esta foi uma batalha desigual na qual 300 Espartanos juntamente com 7000 aliados de outras Cidades Estado gregas protegeram o desfiladeiro das Termópilas, local fulcral para a entrada na Grécia.
O exército Persa era muito maior que o grego, avaliado em cerca de um quarto de milhão de soldados. Os guerreiros helénicos travavam uma batalha desigual, mas melhor treinados e equipados, motivados e aproveitando o terreno conseguiram defender a sua posição durante dias, causando sérias baixas ao inimigo. Só através da traição de um pastor, os persas conseguiram um caminho alternativo para trás das linhas gregas. A aliança grega retirou, ficando para trás Leónidas e os seus espartanos juntamente com um pequeno contigente de homens que lutaram até à morte para cobrir a retirada. O sacrifício deu os seus frutos, apesar da vitória a Pérsia acabou por abandonar os seus planos de expansão, em virtude do número de baixas desmesurado nesta e noutras batalhas.
A obra é fiel aos factos históricos conhecidos, aos ambientes, e à caracterização das personagens. Com poucas falas, e um estilo de desenho muito duro, com linhas fortes e ambientes carregados. O estilo é comparável à técnica usada na série Sin City, mas destaca-se a introdução da côr. A narrativa fala-nos de heroísmo e de espírito de sacríficio de homens que lutam pela liberdade do seu povo, sabendo à partida que têm os dias contados. Um pequeno grupo de homens que consegue sobrepôr-se a uma força muito maior e com mais recursos.
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segunda-feira, outubro 9
Acabou-se o Verão, Acabou a Preocupação com a Floresta
Pois é, o Outono já chegou à algum tempo, já andam por aí as folhas caídas. Já podemos pensar nas castanhas assadas e na água pé do São Martinho. Com o mudar das estações também mudam as prioridades do Governo. Depois de um Verão em que se ouviu repetidos anúncios de "prioridade política" à floresta, o governo suspendeu os apoios à silvicultura e à floresta. Como justificação, são apontados "o nível de compromissos já assumidos" e a "existência de um elevado número de projectos em análise", que "aconselham a suspensão" de novas candidaturas, "por forma a não defraudar as expectativas dos seus destinatários e evitar a desnecessária sobrecarga dos serviços com tarefas associadas à gestão". Os agricultores por seu lado queixam-se que ainda não receberam resposta a projectos apresentados à mais de um ano...

sexta-feira, outubro 6
Cansei de Ser Sexy
Uma surpresa agradável do outro lado do Atlântico. Sim, porque em termos musicais, temos já uma ideia pré-concebida do que pode vir do Brasil, temos o samba, temos o bossa nova, temos nomes clássicos que deixaram mossa no mundo musical. Mas não estamos à espera dos Cansei de ser Sexy. CSS para abreviar, eles não têm nada a ver com telenovelas, nem com o Carnaval nem com o Leandro e Leornado (mete gajas boas à mesma estejam descansados). Formados em São Paulo, em 2003, o grupo pratica um som electro que já os tornou conhecidos fora do Brasil. Neste momento andam pelos Estados Unidos a fazer as primeiras partes dos Ladytron. Já estão bem encaminhados os rapazes, cinco raparigas e um rapaz para ser mais preciso. Já devem ter ouvido o êxito instântaneo alala alala, mas há mais para descobrir, muito mais. Aqui fica "Meeting Paris Hilton"...
quarta-feira, outubro 4
Outubro Radical
Para quem gostar de desportos radicais, a Associação Juvenil Doutor Jardim vai animar Vila Viçosa todos os fins de semana durante Outubro. Várias actividades, "pró menino e prá menina", emoções fortes para todos!

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segunda-feira, outubro 2
Cell Phone's Dead
Já anda por aí a rodar o novo trabalho de Beck, "THE INFORMATION". Ainda não tive opurtunidade de ouvir o albúm todo, mas o que provei até agora deixou-me com água na boca. Beats dançáveis, mix's incongruentes com melodias delicadas que nos fazem mexer a cabeça. O próprio video do tema que vos apresento é feito de colagens e pastiches, poderia ter saído de uma sessão de veejay, aqui fica o primeiro single. Aproveito para recomendar a visita à página oficial, beck.com que vale bem a pena.
quinta-feira, setembro 28
Bush Legaliza a Tortura
Com as presidenciais norte-americanas à porta, o actual detentor do cargo anda envolto em polémica. Uma das questões que levantou celeuma foi a insinuação por parte de orgãos ligados ao partido Republicano de que a responsabilidade por Bin Laden não ter sido capturado ser imputável a Bill Clinton. Ora o ex-presidente não se acanhou e veio a público explicar que deixou de herança um plano anti-terrorista que foi ignorado pelo seu sucessor...
Outra questão bastante polémica, é o anuncio de legislação que dá tratamento especial (à margem da lei, e dos tratados internacionais) para os prisioneiros suspeitos de terrorismo. É espantoso, mas esta lei melhora as condições para os prisioneiros, que até agora não tinham direitos absolutamente nenhuns. Os relatos de tortura e anti-constitucionalidade perseguem Bush e os seus compinchas.
Deixo aqui um episódio do "The Daily Show" que aborda toda esta polémica, o programa é cómico, mas o tema é bem sério.
Actualização: Parece que a Administração Bush ignorou relatórios da CIA sobre Bin Laden dois meses antes do atentado às Torres Gémeas.
Outra questão bastante polémica, é o anuncio de legislação que dá tratamento especial (à margem da lei, e dos tratados internacionais) para os prisioneiros suspeitos de terrorismo. É espantoso, mas esta lei melhora as condições para os prisioneiros, que até agora não tinham direitos absolutamente nenhuns. Os relatos de tortura e anti-constitucionalidade perseguem Bush e os seus compinchas.
Deixo aqui um episódio do "The Daily Show" que aborda toda esta polémica, o programa é cómico, mas o tema é bem sério.
Actualização: Parece que a Administração Bush ignorou relatórios da CIA sobre Bin Laden dois meses antes do atentado às Torres Gémeas.
Mundo Mix em Cascais
O Mundo Mix, uma espécie de feira de artesanato muito fashion, continua a saltar de cidade em cidade. No próximo fim de semana vamos poder assistir à iniciativa em Cascais. Com muita música, moda e arte como é habitual.

quarta-feira, setembro 27
É Isto a Vida?
Há dias, semanas, que parece que a vida não é mais do que isto, correr do trabalho para casa, e de casa para o trabalho. Só faltam as etapas intermédias, alucinar com o trânsito!

sexta-feira, setembro 22
Dia Europeu Sem Carros
Hoje, como em outros anos, celebra-se o dia europeu sem carros. A iniciativa começou à seis anos, mas parece que tem vindo a perder destaque. Pelo menos aqui em Lisboa não dei por nada, não vi nenhum reflexo desta iniciativa.
Eu, como é habitual, desloquei-me de carro. Falando verdade até preferia não pegar no carro para vir trabalhar, mas vivo a 25 km... E gosto muito de me levantar à minha hora, sem ter de me preocupar com ir a correr até ao metro, apanhar o autocarro ou comboio para aqui. Simplesmente pego no carro porque para a minha situação em particular é mais cómodo. Serei eu que sou um poluidor preguiçoso, ou será que compete a alguem melhorar as acessibilidades na Grande Lisboa de modo a haver alternativas. Quem fala em Lisboa, também pode falar no Porto, ou em qualquer outro centro urbano.
Em outros países é normal, pode dizer-se até natural, trabalhar a uma grande distância de casa. Quando estive na Holanda tive o exemplo de gente que vivia a 200 km de do emprego, e se deslocava todos os dias de transportes públicos. E faziam-no muito comodamente, e sem perdas de tempo. Como é óbvio um cenário destes é impensável no Portugal de hoje, o que é paradoxal se pensarmos no tamanho da nossa pequenina nação.
Eu, como é habitual, desloquei-me de carro. Falando verdade até preferia não pegar no carro para vir trabalhar, mas vivo a 25 km... E gosto muito de me levantar à minha hora, sem ter de me preocupar com ir a correr até ao metro, apanhar o autocarro ou comboio para aqui. Simplesmente pego no carro porque para a minha situação em particular é mais cómodo. Serei eu que sou um poluidor preguiçoso, ou será que compete a alguem melhorar as acessibilidades na Grande Lisboa de modo a haver alternativas. Quem fala em Lisboa, também pode falar no Porto, ou em qualquer outro centro urbano.
Em outros países é normal, pode dizer-se até natural, trabalhar a uma grande distância de casa. Quando estive na Holanda tive o exemplo de gente que vivia a 200 km de do emprego, e se deslocava todos os dias de transportes públicos. E faziam-no muito comodamente, e sem perdas de tempo. Como é óbvio um cenário destes é impensável no Portugal de hoje, o que é paradoxal se pensarmos no tamanho da nossa pequenina nação.

terça-feira, setembro 19
Introdução à Lomografia
Hoje em dia quase todo o território fotográfico foi tomado pela tecnologia digital. Fotografar com filme, sai mais caro, é mais difícil, e tem-se menos segurança no resultado final. Mas mesmo assim há por aí muitos nostálgicos que não se separam da película. Quer seja pelo suporte físico (o filme é quase orgânico, pode-se vêr, apalpar, sentir), quer seja porque realmente há coisas que se fazem com filme que é impossível fazer com zeros e uns.
A popularidade do fenómeno Lomográfico tem seguramente algo a ver com isso. Na lomografia o que interessa não é tirar uma foto perfeitinha, nítida, e bem enquadrada. Não, interessa disparar sem pensar, congelar momentos aleatórios e mais tarde surpreender-se com o resultado. O movimento não aparece por acaso, vem associado a uma marca, que comercializa a as câmaras (algumas com características bem peculiares). Recomenda-se a visita ao sítio oficial da Lomographic Society, para vêr alguns exemplos.
Este fim-de-semana veio-me parar às mãos uma Action Sampler. Na realidade já era minha conhecida, fui que a escolhi e tudo, comprei-a em tempos no Porto como prenda de aniversário para um amigo. A prenda foi entregue, e apreciada, mas pouco usada. Andar a gastar dinheiro em rolos para desperdiçar metade das fotos não é para todos. A máquina andou por aí, passou por várias mãos até. Acredito que os objectos também têm personalidade única, também têm vivências e um percurso de vida. Acabou por voltar a mim, fruto de uma troca por um objecto que já não uso mas que vai ser infinitamente mais útil ao João.
E pronto... assim que me caiu nas mãos tive de ir brincar (porque isto no fundo são brinquedos para gente grande) e posso-vos mostrar em primeira mão os resultados e a minha incompetência na arte da Lomografia, basta dar uma olhada no meu álbum.
A popularidade do fenómeno Lomográfico tem seguramente algo a ver com isso. Na lomografia o que interessa não é tirar uma foto perfeitinha, nítida, e bem enquadrada. Não, interessa disparar sem pensar, congelar momentos aleatórios e mais tarde surpreender-se com o resultado. O movimento não aparece por acaso, vem associado a uma marca, que comercializa a as câmaras (algumas com características bem peculiares). Recomenda-se a visita ao sítio oficial da Lomographic Society, para vêr alguns exemplos.
Este fim-de-semana veio-me parar às mãos uma Action Sampler. Na realidade já era minha conhecida, fui que a escolhi e tudo, comprei-a em tempos no Porto como prenda de aniversário para um amigo. A prenda foi entregue, e apreciada, mas pouco usada. Andar a gastar dinheiro em rolos para desperdiçar metade das fotos não é para todos. A máquina andou por aí, passou por várias mãos até. Acredito que os objectos também têm personalidade única, também têm vivências e um percurso de vida. Acabou por voltar a mim, fruto de uma troca por um objecto que já não uso mas que vai ser infinitamente mais útil ao João.
E pronto... assim que me caiu nas mãos tive de ir brincar (porque isto no fundo são brinquedos para gente grande) e posso-vos mostrar em primeira mão os resultados e a minha incompetência na arte da Lomografia, basta dar uma olhada no meu álbum.

quinta-feira, setembro 14
A Cidade Perdida de Chernobyl
Foi no dia 26 de Abril de 1986 que o reactor número quatro da central nuclear de Chernobyl falhou, dando origem a uma das catástrofes ecológicas e humanas que mais preocupou a opinião pública. A nuvem radioactiva espalhou-se para além das fronteiras da extinta União Soviética deixando toda a Europa em estado de alarme. Inúmeras questões foram levantadas pelo acidente, e pela relação de (ir)responsabilidade do homem com a natureza, hoje em dia talvez já um pouco esquecidas. Mas a natureza não tem medo da radioactividade e reconquistou a cidade abandonada, que em alguns detalhes parece não ser sido tocada pela mão humana à vinte anos. Encontrei uma excelente colecção de fotografias que retrata essa realidade hoje, entitula-se "Lost City of Chernobyl".

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quarta-feira, setembro 13
Festa dos Capuchos 2006
Já passou mais um ano, as festas de Vila Viçosa foram um êxito como sempre. Quem quer que lá vá fica encantado. Quem regressa pode reencontrar amigos e conhecidos, tudo em tom de festa. A religião (pretexto inicial) já há muito que foi ofuscada pelo divertimento nocturno de bares, discotecas e copos. A bebedeira e as brincadeiras taurinas na Praça são o que atraem as pessoas hoje em dia.
Se calhar ninguém deu por isso, mas os elementos mais tradicionais, que marcavam a festa e a tornavam única estão-se a perder cada vez mais. Ainda me lembro, era eu criança ainda, quando o fogo-preso era um dos elementos mais afamados da festa, com vários espectáculos divididos pelos dias. Hoje em dia a tradição foi eliminada, concerteza por constragimentos orçamentais, ou talvez porque a arte caiu em desuso.
As tômbolas e barraquinhas de prémios também já passaram um pouco de moda. Outro elemento agora desaparecido, e que recordo com nostalgia, é o lago dos patos. Um tanque que havia lá no meio do Largo dos Capuchos onde por um preço nos podíamos dedicar a pescar uns patinhos que por lá nadavam. Este costume seria talvez um pouco cruel para as aves, mas creio a ideia de acabar com ele não partiu do pressuposto de proteger os animais, mas sim o lucro. Espetar naquele exacto sítio um carrossel deve dar muito mais guita.
As festas cada vez têm mais entusiasmo, mais público. Mas já não são umas festas tradicionais, parecem-se cada vez mais com um mini-festival. Um mini-festival mal organizado diga-se de passagem, com grupos que ninguém está interessado em vêr, os bares todos ao molho e sem condições. Entretanto a Câmara Municipal vai poupando onde pode, e metendo ao bolso o que consegue.

Mais fotos no meu álbum das Festas dos Capuchos.
Se calhar ninguém deu por isso, mas os elementos mais tradicionais, que marcavam a festa e a tornavam única estão-se a perder cada vez mais. Ainda me lembro, era eu criança ainda, quando o fogo-preso era um dos elementos mais afamados da festa, com vários espectáculos divididos pelos dias. Hoje em dia a tradição foi eliminada, concerteza por constragimentos orçamentais, ou talvez porque a arte caiu em desuso.
As tômbolas e barraquinhas de prémios também já passaram um pouco de moda. Outro elemento agora desaparecido, e que recordo com nostalgia, é o lago dos patos. Um tanque que havia lá no meio do Largo dos Capuchos onde por um preço nos podíamos dedicar a pescar uns patinhos que por lá nadavam. Este costume seria talvez um pouco cruel para as aves, mas creio a ideia de acabar com ele não partiu do pressuposto de proteger os animais, mas sim o lucro. Espetar naquele exacto sítio um carrossel deve dar muito mais guita.
As festas cada vez têm mais entusiasmo, mais público. Mas já não são umas festas tradicionais, parecem-se cada vez mais com um mini-festival. Um mini-festival mal organizado diga-se de passagem, com grupos que ninguém está interessado em vêr, os bares todos ao molho e sem condições. Entretanto a Câmara Municipal vai poupando onde pode, e metendo ao bolso o que consegue.

Mais fotos no meu álbum das Festas dos Capuchos.
terça-feira, setembro 12
Cinco Anos Depois do 9/11
Um comentário sobre o estado das coisas cinco anos depois do atentado às Torres Gêmeas... Keith Olbermann dá uma coça no Bush que até dá impressão, podem ver a transcrição em texto aqui.
quinta-feira, setembro 7
Pearl Jam no Atlântico
Como já vai sendo normal nestas coisas, assim que os bilhetes para os dois concertos desta semana começaram à venda houve uma corrida para os agarrar. Uma banda com tantos e fiéis seguidores, logo no primeiro dia foram vendidos milhares de bilhetes. Apesar disto na terça-feira quando passei pelo Atlântico notava-se que tinham sobrado alguns (muito poucos) bilhetes para as bancadas superiores. Até se compreende, aquele pavilhão enorme e multi-usos tem uma acústica péssima, na plateia já se nota, lá em cima ainda deve ser pior. Eu tinha lugar na plateia, impensável ser doutra forma, quis estar o mais perto possível do espectáculo.
A banda de Eddie Vedder tem uma atitude que realmente dá gosto, eles não estão lá para promover um albúm ou ganhar uns trocos. Não, eles estão lá para transmitir a sua mensagem, estão lá para participar numa festa enorme com o público em que as ambas partes se divertem. A antecipação era muita quando entrei na sala, o grupo que fez a primeira parte ainda andava por lá, a acabar a sua última canção. Sinceramente não tenho nenhuma opinião sobre eles, nem sequer consegui fixar o nome. O que eu, e o público em geral ansiava, o prato principal, ainda demorou algum tempo a chegar. Mas desde o momento em que os outros se calaram já se ouvia o público a puxar pelos Pearl Jam. O cenário era austero, apenas instrumentos e amplificadores, algumas luzes.
Os verdadeiros protagonistas entraram e o concerto começou... o tempo passou a correr. Não vou dar aqui o alinhamento nem nada disso, tenho mais que fazer. Mas tocaram montes de músicas, quase todas as músicas que o povo queria ouvir, e no entanto parece que o tempo passou num ápice. O concerto começou por volta das dez, lá para a meia noite e meia estávamos despachados. Quando saíram do palco paro intervalo já tinha a barriguinha cheia, por assim dizer, já estava bastante feliz com o concerto. E digo intervalo porque quando voltaram não fizeram um encore de duas ou três músicas para calar a malta. Não retomaram o concerto com toda a energia, tocaram e tocaram.
Pelo meio houve tempo para muitos episódios de diálogo com o público. Eddie Vedder apareceu com umas cábulas com umas coisas escritas em português que tentou lêr, realmente às vezez não se percebia nada, mas o público adorou. Público esse que estava hiper-activo sempre a gritar e a bater palmas. Um dos pontos altos foi quando toda a gente começou a gritar "Portugal Portugal", a banda aproveitou para improvisar uma música logo ali. Outro momento de delírio foi quando o Eddie aproveitou a guitarra para fazer de espelho e reflectir um foco que estava acima dele, fazendo-o passar por toda a sala. E claro... o final. Já ia longo o concerto, tocavam "Rockin' In The Free World" de Neil Young quando a luzes se acenderam, talvez uma tentativa vã da organização de mandar a malta para casa. O caso é que continuaram a tocar, mais duas músicas ainda. Com as luzes acesas, a plateia em extâse, as bancadas todas levantadas, é impossível descrever o ambiente que se viveu ali. Um excelente concerto em que o vocalista não deixou de exprimir a vontade de cá voltar, para revêr os amigos e público português, acabando por se despedir "See ya next time, in a better, free world".
A banda de Eddie Vedder tem uma atitude que realmente dá gosto, eles não estão lá para promover um albúm ou ganhar uns trocos. Não, eles estão lá para transmitir a sua mensagem, estão lá para participar numa festa enorme com o público em que as ambas partes se divertem. A antecipação era muita quando entrei na sala, o grupo que fez a primeira parte ainda andava por lá, a acabar a sua última canção. Sinceramente não tenho nenhuma opinião sobre eles, nem sequer consegui fixar o nome. O que eu, e o público em geral ansiava, o prato principal, ainda demorou algum tempo a chegar. Mas desde o momento em que os outros se calaram já se ouvia o público a puxar pelos Pearl Jam. O cenário era austero, apenas instrumentos e amplificadores, algumas luzes.
Os verdadeiros protagonistas entraram e o concerto começou... o tempo passou a correr. Não vou dar aqui o alinhamento nem nada disso, tenho mais que fazer. Mas tocaram montes de músicas, quase todas as músicas que o povo queria ouvir, e no entanto parece que o tempo passou num ápice. O concerto começou por volta das dez, lá para a meia noite e meia estávamos despachados. Quando saíram do palco paro intervalo já tinha a barriguinha cheia, por assim dizer, já estava bastante feliz com o concerto. E digo intervalo porque quando voltaram não fizeram um encore de duas ou três músicas para calar a malta. Não retomaram o concerto com toda a energia, tocaram e tocaram.
Pelo meio houve tempo para muitos episódios de diálogo com o público. Eddie Vedder apareceu com umas cábulas com umas coisas escritas em português que tentou lêr, realmente às vezez não se percebia nada, mas o público adorou. Público esse que estava hiper-activo sempre a gritar e a bater palmas. Um dos pontos altos foi quando toda a gente começou a gritar "Portugal Portugal", a banda aproveitou para improvisar uma música logo ali. Outro momento de delírio foi quando o Eddie aproveitou a guitarra para fazer de espelho e reflectir um foco que estava acima dele, fazendo-o passar por toda a sala. E claro... o final. Já ia longo o concerto, tocavam "Rockin' In The Free World" de Neil Young quando a luzes se acenderam, talvez uma tentativa vã da organização de mandar a malta para casa. O caso é que continuaram a tocar, mais duas músicas ainda. Com as luzes acesas, a plateia em extâse, as bancadas todas levantadas, é impossível descrever o ambiente que se viveu ali. Um excelente concerto em que o vocalista não deixou de exprimir a vontade de cá voltar, para revêr os amigos e público português, acabando por se despedir "See ya next time, in a better, free world".

quarta-feira, setembro 6
Smile
Hoje à noite o Eddie teve um momento nostálgico, lembrou-se que tinha dedicado esta música ao público na primeira vez em Cascais. Fez questão de a dedicar hoje de novo, na esperança de voltar um dia. Será assim tão fácil, pensei eu, "tambien yo se la dedico a alguien, con la esperanza de volver!"
don't it make you smile?
don't it make you smile?
when the sun don't shine? (shine at all)
don't it make you smile?
don't it make you smile?
don't it make me smile?
when the sun don't shine, it don't shine at all
don't it make me smile?
i miss you already... i miss you always
i miss you already... i miss you all day
this is how i feel...
i miss you already... i miss you always
three crooked hearts and swirls all around... i miss you all
day
Pearl Jam
don't it make you smile?
don't it make you smile?
when the sun don't shine? (shine at all)
don't it make you smile?
don't it make you smile?
don't it make me smile?
when the sun don't shine, it don't shine at all
don't it make me smile?
i miss you already... i miss you always
i miss you already... i miss you all day
this is how i feel...
i miss you already... i miss you always
three crooked hearts and swirls all around... i miss you all
day
Pearl Jam
terça-feira, setembro 5
Paradise Now
Este filme foi lançado em 2005, já andou a rodar por aí, ganhando uma série de prémios a nível internacional. Na verdade uma revelação vinda da Palestina, chega agora a Portugal sob o título "O Paraíso, Agora!". O tema é tão actual hoje, como era há um ano, ou há dez. Pelos vistos e com a situação actual no Líbano, ainda se manterá tristemente actual num futuro próximo. A história leva-nos aos territórios ocupados da Palestina, e deixa-nos espreitar o fenómeno social que leva homens de razão a transformarem-se de livre vontade em homens bomba.
Um filme que tem o dom de nos transportar para uma vida dura e cruel. A sobrevivência nos territórios ocupados não é fácil, o curioso é que nos conseguimos identificar com os protagonistas, os seus dramas, as dificuldades que enfrentam no dia a dia. Não nos parecem nem assassinos nem mártires. Muitas das dificuldades que atravessam no dia a dia não nos são estranhas. Ter de aguentar humilhações no trabalho, esticar o dinheiro ao fim do mês, viver com estigmas familiares de algum tipo. As pessoas que nos aparecem são definitivamente humanos, como nós, à primeira vista não parecem terroristas. Não querem aniquilar o mundo ocidental, nem acabar com a civilização. Querem sim liberdade, liberdade para trabalhar, para se deslocar, para ter filhos e criar uma familia.
O filme é muito brusco em alguns aspectos, intencionalmente. Não existe introdução, não há nenhuma genérico, mergulhamos imidiatamente de cabeça na vida dos dois personagens principais. A situação inicial, põe-nos desde logo a simpatizar com eles. A situação em que se envolvem, a notícia de que vão ter o privilégio de ser armas de deus, é um pouco paradoxal. Acontecem inclusive uma série de peripécias trágico-cómicas que nos fazem esboçar sorrisos, chegaram-se a ouvir gargalhadas no cinema. Mas é inegável que o realizador conseguiu transmitir a sensação de sofrimento constante de um povo. Através de uma série de diálogos bem articulados, começamos a entender a falta de saídas, a falta de soluções à vista para um problema secular. Também existe um embate entre a demagogia do violência (que existe tanto do lado árabe como ocidental) e a visão humanista das coisas. À medida que a acção se desenrola e o fim esperado se aproxima, esperamos uma apoteóse final que não chega, afinal somos bruscamente deixados em silêncio com um ecrã em branco. O desenlace é o esperado...
Um filme que tem o dom de nos transportar para uma vida dura e cruel. A sobrevivência nos territórios ocupados não é fácil, o curioso é que nos conseguimos identificar com os protagonistas, os seus dramas, as dificuldades que enfrentam no dia a dia. Não nos parecem nem assassinos nem mártires. Muitas das dificuldades que atravessam no dia a dia não nos são estranhas. Ter de aguentar humilhações no trabalho, esticar o dinheiro ao fim do mês, viver com estigmas familiares de algum tipo. As pessoas que nos aparecem são definitivamente humanos, como nós, à primeira vista não parecem terroristas. Não querem aniquilar o mundo ocidental, nem acabar com a civilização. Querem sim liberdade, liberdade para trabalhar, para se deslocar, para ter filhos e criar uma familia.
O filme é muito brusco em alguns aspectos, intencionalmente. Não existe introdução, não há nenhuma genérico, mergulhamos imidiatamente de cabeça na vida dos dois personagens principais. A situação inicial, põe-nos desde logo a simpatizar com eles. A situação em que se envolvem, a notícia de que vão ter o privilégio de ser armas de deus, é um pouco paradoxal. Acontecem inclusive uma série de peripécias trágico-cómicas que nos fazem esboçar sorrisos, chegaram-se a ouvir gargalhadas no cinema. Mas é inegável que o realizador conseguiu transmitir a sensação de sofrimento constante de um povo. Através de uma série de diálogos bem articulados, começamos a entender a falta de saídas, a falta de soluções à vista para um problema secular. Também existe um embate entre a demagogia do violência (que existe tanto do lado árabe como ocidental) e a visão humanista das coisas. À medida que a acção se desenrola e o fim esperado se aproxima, esperamos uma apoteóse final que não chega, afinal somos bruscamente deixados em silêncio com um ecrã em branco. O desenlace é o esperado...

segunda-feira, setembro 4
Festas de Aldeia
Como é costume em qualquer povoação, aldeola ou simples aglomerado de casas, também Vila Viçosa tem as sua festas. Uma vez por ano, por regra no segundo fim de semana de Setembro, abrem-se a portas da Igreja dos Capuchos e enche-se o largo de gente. Arraial popular por execelência, vê-se de tudo, familías a darem o seu passeio, moçoilas casadoiras e os correspondentes moços que lhes vão fazer a corte. Isto seria o cenário normal, hoje em dia vê-se é muita malta que vai beber uns copos e abanar o capacete. Já ninguem está interessado em procissões, festas religiosas, ou quermesses. O que o povo quer é apanhar uma granda moca e andar todo passado quatro dias de seguida. Em grande! Por isso é que o prato forte da festa são mesmo os bares e barraquinhas que se instalam no largo dos capuchos. Isto e as brincadeiras tauromáquicas.
A festa tem muito carisma, afluem os parentes, os amigos, os colegas à pequena vila alentejana. A vida social Calipolense parece que ganha vida uma vez por ano, a pretexto dos Capuchos. As barracas de bebida montadas ao lado da Igreja, a misturada entre música house e a pimba. Os bares alinhados de forma desordenada num terreiro cada qual a bombar a sua música o mais alto possível tentando ofuscar os vizinhos. Mas o que interessa é o entusiasmo que as pessoas metem na festa, e disso temos aos rodos. Afinal... são quatro dias uma vez por ano, é preciso dar-lhe com força.
Sou um grande fã da Festa dos Capuchos, inclusivamente contribuí vários anos para a realização da festa. Mas Vila Viçosa merecia mais. Merecia mais festas, por exemplo uma festa destinada exclusivamente à população jovem. Com música e actividades destinadas a juventude. Merecia que houvesse mais atenção por parte da autarquia, e fosse idealizado um programa cultural ao longo do ano. Merecia que fosse divulgado e cuidado o património que temos.
Antes de redactar este pequeno texto, resolvi dirigir-me à página da Câmara Municipal de Vila Viçosa, descobri que já não funciona. Isto pode não parecer nada de especial, afinal hoje em dia quem é que vê páginas web? Não me surpreendeu, na realidade é bastante normal. Recentemente dirigi-me ao Posto de Turismo de Vila Viçosa, para tentar recolher alguma informação sobre a oferta turística. Deparei-me com uma situaçao caricata, não só os folhetos que me ofereceram estavam um pouco desactualizados (os folhetos têm dez anos pelo menos), como já não havia alguma da informação disponível em português. Desses já não temos em português, acabaram, mas pode levar em francês se quiser. Foi a informação que obtive da simpática menina que me atendeu.
Mas pronto, já desabafei... agora tenho é de me preparar para a próxima sexta-feira...
A festa tem muito carisma, afluem os parentes, os amigos, os colegas à pequena vila alentejana. A vida social Calipolense parece que ganha vida uma vez por ano, a pretexto dos Capuchos. As barracas de bebida montadas ao lado da Igreja, a misturada entre música house e a pimba. Os bares alinhados de forma desordenada num terreiro cada qual a bombar a sua música o mais alto possível tentando ofuscar os vizinhos. Mas o que interessa é o entusiasmo que as pessoas metem na festa, e disso temos aos rodos. Afinal... são quatro dias uma vez por ano, é preciso dar-lhe com força.
Sou um grande fã da Festa dos Capuchos, inclusivamente contribuí vários anos para a realização da festa. Mas Vila Viçosa merecia mais. Merecia mais festas, por exemplo uma festa destinada exclusivamente à população jovem. Com música e actividades destinadas a juventude. Merecia que houvesse mais atenção por parte da autarquia, e fosse idealizado um programa cultural ao longo do ano. Merecia que fosse divulgado e cuidado o património que temos.
Antes de redactar este pequeno texto, resolvi dirigir-me à página da Câmara Municipal de Vila Viçosa, descobri que já não funciona. Isto pode não parecer nada de especial, afinal hoje em dia quem é que vê páginas web? Não me surpreendeu, na realidade é bastante normal. Recentemente dirigi-me ao Posto de Turismo de Vila Viçosa, para tentar recolher alguma informação sobre a oferta turística. Deparei-me com uma situaçao caricata, não só os folhetos que me ofereceram estavam um pouco desactualizados (os folhetos têm dez anos pelo menos), como já não havia alguma da informação disponível em português. Desses já não temos em português, acabaram, mas pode levar em francês se quiser. Foi a informação que obtive da simpática menina que me atendeu.
Mas pronto, já desabafei... agora tenho é de me preparar para a próxima sexta-feira...

quinta-feira, agosto 31
Crónica de Uma Guerra Anunciada
É seguro dizer que algumas das informações que levaram à intervenção americana no Iraque podem ser consideradas hoje em dia duvidosas ou não verificáveis. Isto usando um eufemismo para não chamar a Bush e aos seus compinchas mentirosos. Para quem tem memória curta, aconselha-se uma olhadela a uma crónica que encontrei intitulada "Lie by Lie: Chronicle of a War Foretold: August 1990 to March 2003", que conta interactivamente os vários acontecimentos na história recente do Iraque. Desde a operação "Desert Storm", até culminar na recente invasão do Iraque e deposição e captura de Saddam Hussein.
terça-feira, agosto 29
Vêr as Fotos no Mapa
O Flickr, para quem não conheça é um sítio onde se podem partilhar e pesquisar fotos. Dirigido a profissionais e amadores, em comum todos os utilizadores têm o gosto pela fotografia. Já era possível organizar as fotografias por "sets" e adicionar "tags", mas ontem adicionaram uma funcionalidade bastante interessante o "geotagging", que não é mais nem menos que a possibilidade de associar as fotografias a uma localização física no mapa.
Está cada vez mais fácil deambular pelo mundo a partir da nossa cadeira... Claro que não é a mesma coisa, e aconselha-se a visita em pessoa, mas é interessante descobrir algo mais sobre aquele sítio que temos curiosidade. Ou o inverso, descobrir um sítio através duma foto interessante. É uma pena que no caso do Flick os mapas Europeus ainda não tenham tanto detalhe como os do continente Americano, lá chegaremos.
Está cada vez mais fácil deambular pelo mundo a partir da nossa cadeira... Claro que não é a mesma coisa, e aconselha-se a visita em pessoa, mas é interessante descobrir algo mais sobre aquele sítio que temos curiosidade. Ou o inverso, descobrir um sítio através duma foto interessante. É uma pena que no caso do Flick os mapas Europeus ainda não tenham tanto detalhe como os do continente Americano, lá chegaremos.

quarta-feira, agosto 23
Festival Paredes de Coura 2006
Como prometido vou começar a contar as minhas férias, começando pelo Festival Paredes de Coura. Sim, que isso de começar as coisas pelo princípio é para fracos, para fugir um pouco à monotonia (e para não me esquecer de pitada), não vou cair nesse plugar-comum e vou começar pelo fim. Ao fim de duas semanas perdido por Espanha perdido com o meu amigo Tiago, atravessei a fronteira imposta pelo Rio Minho e dirigi-me à margens do Taboão. Cheios de saudades da relva, do convívio, e claro ansiosos por assistir aos concertos.
Chegámos na segunda-feira, dia 14, sob um Sol quente e um céu acolhedor. Depressa nos reunimos com o resto da malta, sim porque temos mais amigalhaços com gosto musical. Encontrar um pedacinho de terreno à sombra, montar a tenda e partir daí estamos no paraíso. Estava mais ou menos tudo no mesmo sítio desde o ano passado, houve alguma alterações claro. A mais notória terá sido a mudança de patrocinador, mas isso não interessa para nada. Passámos a tarde estendidos na relva ao Sol, a contar as aventuras das férias e a dar uma olhadela às miúdas de biquini que andavam por todo o lado. Além disso deu para tirar uma fotos, podem dar uma olhadela na minha ârea do Flickr. Um ponto forte deste festival é o contacto humano, mesmo com a misturada de gente que anda por ali, qualquer um tem tempo para uma palavra simpática ou um olhar maroto. No palco do Jazz na Relva acontecia uma reunião espontânea, uma espécie de busca de novos talentos, andavam a convidar a malta que soubesse tocar e cantar para ir até lá improvisar, ou tocar o que lhe apetecesse. A maior surpresa da tarde foi um carocho com um mau aspecto incrível que deliciou toda a gente com a sua interpretação do Satisfaction, reminiscência talvez do recente concerto dos Stones. À noite na Festa de Recepção no palco secundário, menção especial para os "Warren Suicide" que ainda animaram.
No dia seguinte, dormir até tarde no conforto da tenda (tou a ser irónico caso não se note) levantar e ir até à Vila de Paredes de Coura comer uma bela duma truta, abastecer de provisões e despejar a tripa. Os wc's do Festival, por muito bons que sejam, são sempre um bocado rústicos... Foram os White Rose Movement inaugurar o palco principal, e como não quisémos perder pitada estávamos lá antes da coisa começar, já à procura do spot ideal para vêr todos os concertos. Bom desempenho dos White Rose, que eu quase desconhecia, mas que agradaram bastante. De seguida vieram os Gomez, dos quais sou um fã confesso, e cujo concerto como é lógico me agradou sobremaneira. Nada a dizer dos Madrugada (fui passear...), nem dos Broken Social Scene (encher chouriços). O prato forte desse dia era Morrisey. Nunca o tinha visto ao vivo, nem sou seu especial fã. Sou sim fã dos Smiths, como muitas das pessoas que se passeavam por lá envergando t-shirts alusórias ao grupo dos 80's. Já tinha ouvido dizer que o gajo era um bocado convencido e intratável mas porra... deve ser o tipo mais egocêntrico do universo pelos comentários que foi fazendo ao longo do concerto. Tocaram duas músicas e meia dos Smiths (já explico), o resto foi dedicado ao último album e pouco mais. O início do concerto foi animador, polarizou toda a audiência. O concerto continuou, o gajo ainda meteu uma ou outra dos Smiths lá pelo meio para fazer render o peixe. Exemplo da atitude idiota que trouxe para o palco, Morrisey apresentou os músicos que o acompanhavam, tratando-os todos pelo nome. Ao referir-se a si próprio apelidou-se de sem nome, e classificou-se de pouco importante, isto quando todos os músicos tinham ao peito o seu nome em letras gordas. Quando o concerto já ia longo, soaram os acordes do "Panic!" e o povo exaltou-se, o entusiasmo começou a surgir quando a canção começou, mas Morrisey portou-se como um porco imundo, e a meio (antes da parte mais gira) parou de cantar, desligou-se o som, e piraram-se todos do palco. Depois desta desilusão vieram os Ficherspooner que demonstraram que sabem fazer ao vivo aquela música marada que têm nos discos, mas já começavam a cair as primeiras gotas de chuva, primeiro sinal de problemas. Os X-Wife já tocaram à chuva, no palco secundário. O som dancável e poderoso dos portuenses não me conseguiu segurar, e fugi para a tenda para me abrigar.
No dia seguinte acordar ao som da chuva a bater na tenda, dormir mais, acordar de novo ao som da chuva. Finalmente a resignação, o boletim metereológico era desfavorável, era necessário lidar com a agua que caía. Ainda pensámos em desistir e ir para casa, mas não, como dizem os espanhóis, al mal tiempo buena cara e resistimos. Felizmente a tenda manteve-se estanque ao longo de todos os dias. O guarda-roupa, já de si limitado é que se foi reduzindo à medida que a roupa encharcada se acumulava. Após horas e horas de clausura, lá saímos à rua para comprar um impermeável, peça indispensável num Festival muito húmido. Tudo é negócio, e enquanto na Vila o impermeável rasca custava cinco euros, cá em baixo no recinto do Festival o mesmo item já custava dez. Já devidamente preparados e equipados dirigimo-nos ao palco principal. Com muita pena minha perdemos os Eagles of Death Metal. Mas chegámos a tempo de ver os Gang of Four, exemplo seminal da era do Punk. Cheios de energia, e capazes ainda de algum exercício de destruição. Coitado do micro-ondas que serviu de instrumento de percussão durante uma das músicas, ao ser golpeado com um taco de baseball até ficar irreconhecível. Mas para energia, a dos Yeah Yeah Yeah's que puseram toda a gente aos pulinhos. O ritmo frenético das canções que andaram a rodar pela rádio não deixaram niguém indiferente. Os Bloc Party fizeram a festa, numa actuação muito boa e na qual deu para verificar que ainda vamos ouvir falar muito deles. Os We Are Scientists sofreram-se... Depois disto, nova retirada estratégica devido à chuva...
No dia seguinte mais do mesmo, chuva e frio. Acordei já um pouco doente mas que se lixe. Fomos para o palco principal já tarde, ainda podíamos ter ido mais tarde, ainda chegámos a tempo de assistir ao concerto dos Maduros, o último projecto do Zé Pedro dos Xutos. Que, diga-se de passagem, é uma bela treta. Pegar em velhos clássicos do punk e dar-lhes novas letras em português definitivamente não funcionou, acho que os Maduros estão já um bocado podres. A actuação dos !!! (pronuncia-se chk chk chk) foi bastante boa, se bem que os meninos exageram um bocado no contacto com o público e na exuberância em palco, ficando a música muitas vezes para segundo plano. Os fãs dos The Cramps deliraram com o estilo muito peculiar do grupo. Apesar da idade ainda estão aí para as curvas (grandas pernas da babe)! Mas se havia grupo neste Festival que eu queria vêr eram os Bauhaus. E no fim de contas, já andava a sofrer um bocado à espera, molhado até aos ossos e a tremer de frio. Mas quando soou o Double Dare lá esqueci tudo isso, o concerto foi irreprensível, tocaram tudo ou quase tudo. Passaram por todos os clássicos (acho que só não tocaram o Mask) e ainda houve tempo para fazer uma versão do Transmission dos Joy Division. Já vi o Peter Murphy ao vivo, mas não tem nada a vêr, são mesmo os Bauhaus que eu esperava, negros e assustadores. Mostraram grande unidade na banda, mas sobretudo que sabem muito bem o que fazem, o número está muito bem ensaiado. A música perfeita, com todas as minúcias e pequenos detalhes que se podem ouvir em disco perfeitamente audíveis ao vivo. Um concerto para recordar. É de notar que muitos dos grupos se mostraram surpreendidos, até um pouco chocados, mas sobretudo agradecidos com a reacção do público à chuva durante os concertos. Vinte mil pessoas que vieram para ouvir música, e que apesar da precipitação que se fazia sentir ficaram para isso mesmo, assistir às actuações de quem desfilou pelo palco. Pode parecer um bocado idiota mas sinto-me orgulhoso de lá ter estado.
Chegámos na segunda-feira, dia 14, sob um Sol quente e um céu acolhedor. Depressa nos reunimos com o resto da malta, sim porque temos mais amigalhaços com gosto musical. Encontrar um pedacinho de terreno à sombra, montar a tenda e partir daí estamos no paraíso. Estava mais ou menos tudo no mesmo sítio desde o ano passado, houve alguma alterações claro. A mais notória terá sido a mudança de patrocinador, mas isso não interessa para nada. Passámos a tarde estendidos na relva ao Sol, a contar as aventuras das férias e a dar uma olhadela às miúdas de biquini que andavam por todo o lado. Além disso deu para tirar uma fotos, podem dar uma olhadela na minha ârea do Flickr. Um ponto forte deste festival é o contacto humano, mesmo com a misturada de gente que anda por ali, qualquer um tem tempo para uma palavra simpática ou um olhar maroto. No palco do Jazz na Relva acontecia uma reunião espontânea, uma espécie de busca de novos talentos, andavam a convidar a malta que soubesse tocar e cantar para ir até lá improvisar, ou tocar o que lhe apetecesse. A maior surpresa da tarde foi um carocho com um mau aspecto incrível que deliciou toda a gente com a sua interpretação do Satisfaction, reminiscência talvez do recente concerto dos Stones. À noite na Festa de Recepção no palco secundário, menção especial para os "Warren Suicide" que ainda animaram.
No dia seguinte, dormir até tarde no conforto da tenda (tou a ser irónico caso não se note) levantar e ir até à Vila de Paredes de Coura comer uma bela duma truta, abastecer de provisões e despejar a tripa. Os wc's do Festival, por muito bons que sejam, são sempre um bocado rústicos... Foram os White Rose Movement inaugurar o palco principal, e como não quisémos perder pitada estávamos lá antes da coisa começar, já à procura do spot ideal para vêr todos os concertos. Bom desempenho dos White Rose, que eu quase desconhecia, mas que agradaram bastante. De seguida vieram os Gomez, dos quais sou um fã confesso, e cujo concerto como é lógico me agradou sobremaneira. Nada a dizer dos Madrugada (fui passear...), nem dos Broken Social Scene (encher chouriços). O prato forte desse dia era Morrisey. Nunca o tinha visto ao vivo, nem sou seu especial fã. Sou sim fã dos Smiths, como muitas das pessoas que se passeavam por lá envergando t-shirts alusórias ao grupo dos 80's. Já tinha ouvido dizer que o gajo era um bocado convencido e intratável mas porra... deve ser o tipo mais egocêntrico do universo pelos comentários que foi fazendo ao longo do concerto. Tocaram duas músicas e meia dos Smiths (já explico), o resto foi dedicado ao último album e pouco mais. O início do concerto foi animador, polarizou toda a audiência. O concerto continuou, o gajo ainda meteu uma ou outra dos Smiths lá pelo meio para fazer render o peixe. Exemplo da atitude idiota que trouxe para o palco, Morrisey apresentou os músicos que o acompanhavam, tratando-os todos pelo nome. Ao referir-se a si próprio apelidou-se de sem nome, e classificou-se de pouco importante, isto quando todos os músicos tinham ao peito o seu nome em letras gordas. Quando o concerto já ia longo, soaram os acordes do "Panic!" e o povo exaltou-se, o entusiasmo começou a surgir quando a canção começou, mas Morrisey portou-se como um porco imundo, e a meio (antes da parte mais gira) parou de cantar, desligou-se o som, e piraram-se todos do palco. Depois desta desilusão vieram os Ficherspooner que demonstraram que sabem fazer ao vivo aquela música marada que têm nos discos, mas já começavam a cair as primeiras gotas de chuva, primeiro sinal de problemas. Os X-Wife já tocaram à chuva, no palco secundário. O som dancável e poderoso dos portuenses não me conseguiu segurar, e fugi para a tenda para me abrigar.
No dia seguinte acordar ao som da chuva a bater na tenda, dormir mais, acordar de novo ao som da chuva. Finalmente a resignação, o boletim metereológico era desfavorável, era necessário lidar com a agua que caía. Ainda pensámos em desistir e ir para casa, mas não, como dizem os espanhóis, al mal tiempo buena cara e resistimos. Felizmente a tenda manteve-se estanque ao longo de todos os dias. O guarda-roupa, já de si limitado é que se foi reduzindo à medida que a roupa encharcada se acumulava. Após horas e horas de clausura, lá saímos à rua para comprar um impermeável, peça indispensável num Festival muito húmido. Tudo é negócio, e enquanto na Vila o impermeável rasca custava cinco euros, cá em baixo no recinto do Festival o mesmo item já custava dez. Já devidamente preparados e equipados dirigimo-nos ao palco principal. Com muita pena minha perdemos os Eagles of Death Metal. Mas chegámos a tempo de ver os Gang of Four, exemplo seminal da era do Punk. Cheios de energia, e capazes ainda de algum exercício de destruição. Coitado do micro-ondas que serviu de instrumento de percussão durante uma das músicas, ao ser golpeado com um taco de baseball até ficar irreconhecível. Mas para energia, a dos Yeah Yeah Yeah's que puseram toda a gente aos pulinhos. O ritmo frenético das canções que andaram a rodar pela rádio não deixaram niguém indiferente. Os Bloc Party fizeram a festa, numa actuação muito boa e na qual deu para verificar que ainda vamos ouvir falar muito deles. Os We Are Scientists sofreram-se... Depois disto, nova retirada estratégica devido à chuva...
No dia seguinte mais do mesmo, chuva e frio. Acordei já um pouco doente mas que se lixe. Fomos para o palco principal já tarde, ainda podíamos ter ido mais tarde, ainda chegámos a tempo de assistir ao concerto dos Maduros, o último projecto do Zé Pedro dos Xutos. Que, diga-se de passagem, é uma bela treta. Pegar em velhos clássicos do punk e dar-lhes novas letras em português definitivamente não funcionou, acho que os Maduros estão já um bocado podres. A actuação dos !!! (pronuncia-se chk chk chk) foi bastante boa, se bem que os meninos exageram um bocado no contacto com o público e na exuberância em palco, ficando a música muitas vezes para segundo plano. Os fãs dos The Cramps deliraram com o estilo muito peculiar do grupo. Apesar da idade ainda estão aí para as curvas (grandas pernas da babe)! Mas se havia grupo neste Festival que eu queria vêr eram os Bauhaus. E no fim de contas, já andava a sofrer um bocado à espera, molhado até aos ossos e a tremer de frio. Mas quando soou o Double Dare lá esqueci tudo isso, o concerto foi irreprensível, tocaram tudo ou quase tudo. Passaram por todos os clássicos (acho que só não tocaram o Mask) e ainda houve tempo para fazer uma versão do Transmission dos Joy Division. Já vi o Peter Murphy ao vivo, mas não tem nada a vêr, são mesmo os Bauhaus que eu esperava, negros e assustadores. Mostraram grande unidade na banda, mas sobretudo que sabem muito bem o que fazem, o número está muito bem ensaiado. A música perfeita, com todas as minúcias e pequenos detalhes que se podem ouvir em disco perfeitamente audíveis ao vivo. Um concerto para recordar. É de notar que muitos dos grupos se mostraram surpreendidos, até um pouco chocados, mas sobretudo agradecidos com a reacção do público à chuva durante os concertos. Vinte mil pessoas que vieram para ouvir música, e que apesar da precipitação que se fazia sentir ficaram para isso mesmo, assistir às actuações de quem desfilou pelo palco. Pode parecer um bocado idiota mas sinto-me orgulhoso de lá ter estado.

terça-feira, agosto 22
O Programa de Escutas de Bush
É conhecido desde há algum tempo que algumas empresas de telecomunicações americanas estão a colaborar com o governo de forma a implementar escutas telefónicas, a mail, etc a um nível nunca visto. Tudo com a desculpa de combater o terrorismo claro... Quando a coisa se soube houve gente a protestar como é óbvio, a coisa resolveu-se agora, com um acordão dum Tribunal Federal. As coisas devem andar um bocado feias para o Bush.... Notícia completa no New York Times.
WASHINGTON, Aug. 17 — A federal judge in Detroit ruled today that the Bush administration’s eavesdropping program is illegal and unconstitutional, and she ordered that it cease at once.
District Judge Anna Diggs Taylor found that President Bush exceeded his proper authority and that the eavesdropping without warrants violated the First and Fourth Amendment protections of free speech and privacy.
WASHINGTON, Aug. 17 — A federal judge in Detroit ruled today that the Bush administration’s eavesdropping program is illegal and unconstitutional, and she ordered that it cease at once.
District Judge Anna Diggs Taylor found that President Bush exceeded his proper authority and that the eavesdropping without warrants violated the First and Fourth Amendment protections of free speech and privacy.
Chaser's War on Everything
Já restabeleci as energias, até já voltei a uma vida normal, a dobrar a mola todos os dias. Começarei a relatar as minhas aventuras deste ano, vão ser vários capítulos, que a história tem pano para mangas. Mas lá iremos.
Entretanto como voltei ao trabalho, também voltei às distracções corriqueiras para perder tempo útil. Numa das minhas primeiras divagações pós-estio encontrei um programa de TV australiano de partir o côco a rir. As maravilhas da Internet, e do YouTube, permitem-me estas excentricidades. Os autores resolveram baptizar o espaço pseudo-informativo de "Chaser's War on Everything", como o próprio nome indica a abordagem ao Mundo é muito peculiar. Os sacanas lembra-se das coisas mais estapafúrdias para mostrar no programa, e a interactividade com o público é muito importante.
Um dos programas mais engraçados é quando um dos pivot's mostra como pediu o divórcio à parceira... (estes gajos gozam a sério com o pessoal). Aqui fica uma das ideias mais originais que tiveram, será que o cidadão de hoje em dia aprendeu alguma coisa com a história? Que melhor maneira de testar que recuperar a figura do Cavalo de Troia, um clássico... Os senhores conseguem entrar com o cavalo de madeira (com a barriga cheia de guerreiros gregos totalmente equipados) em vários espaços. Para mim uma das cenas mais engraçadas é quando quase conseguem entrar num quartel do exército! Aparentemente o cidadão normal australiano é um mentecapto e não percebe nada de história, qual seria o resultado da brincadeira na nossa pátria lusa?
Entretanto como voltei ao trabalho, também voltei às distracções corriqueiras para perder tempo útil. Numa das minhas primeiras divagações pós-estio encontrei um programa de TV australiano de partir o côco a rir. As maravilhas da Internet, e do YouTube, permitem-me estas excentricidades. Os autores resolveram baptizar o espaço pseudo-informativo de "Chaser's War on Everything", como o próprio nome indica a abordagem ao Mundo é muito peculiar. Os sacanas lembra-se das coisas mais estapafúrdias para mostrar no programa, e a interactividade com o público é muito importante.
Um dos programas mais engraçados é quando um dos pivot's mostra como pediu o divórcio à parceira... (estes gajos gozam a sério com o pessoal). Aqui fica uma das ideias mais originais que tiveram, será que o cidadão de hoje em dia aprendeu alguma coisa com a história? Que melhor maneira de testar que recuperar a figura do Cavalo de Troia, um clássico... Os senhores conseguem entrar com o cavalo de madeira (com a barriga cheia de guerreiros gregos totalmente equipados) em vários espaços. Para mim uma das cenas mais engraçadas é quando quase conseguem entrar num quartel do exército! Aparentemente o cidadão normal australiano é um mentecapto e não percebe nada de história, qual seria o resultado da brincadeira na nossa pátria lusa?
sexta-feira, agosto 18
All We Ever Wanted
Acabaram as Férias
Foi muito mal educado da minha parte, mas pirei-me de férias sem dizer nem ai nem ui a ninguém. Desde já apresento as minhas desculpas aos leitores deste humilde folhetim. Estou de volta, exausto e esgotado, mas foram três semanas excelentes a andar por aí, eu hei-de contar os detalhes...
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