Andei desaparecido do mapa, metido em trabalhos. A mudar de casa mais concretamente, não gosto de mudanças, empacotar e classificar a nossa vida toda, dos objectos quotidianos aos transcendentes. Andar com os electrodomésticos e com os móveis às costas. Não gosto de me mexer, sou preguiçoso. Mas as coisas lá se fazem, foi preciso cravar os amigos com mais boa vontade para se tornarem estivadores por um dia e ajudarem a carregar os fardos maiores. O segredo é encarar as coisas bom humor, nesse dia rimos tanto que quase acabava abraçado a um armário no fundo das minhas escadas quando nos deu um ataque de riso e nos escapou. A sorte foi que aquilo se prendeu no corrimão das escadas e não me me levou. Mas o final foi feliz, apesar de ter deixado tudo para o fim (como é meu hábito) lá consegui trasladar todos os meus bens. Foi preciso escolher, mudar de um apartamento para um quarto implica um downsizing nas traquitanas que se vão acumulando. Inevitavelmente, ao revolver absolutamente tudo, encontram-se coisas inesperadas. Coisas esquecidas que já nem nos lembramos que existem, ou existiram em tempos.
E foi assim mesmo a tempo, no último dia do mês que saí de Alfama, vou ter saudades. Mas sinto-me bem no meu quarto na Estefânia, até dá para ir a pé para o trabalho. Além de casa nova, estreada na semana passada, entro de cabeça numa nova carreira. Não sei se me dará tempo a chamar a este quarto a minha casa. Não sei se o vou ocupar muito ou pouco nos próximos tempos. Já tenho destino marcado, e a partida está para breve.
1 comentário:
e para onde vai o menino agora? :)
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