Mas vamos lá ao que interessa, o filme, que para ser sincero é mesmo uma granda treta. Eu sou um admirador de José Pedro Gomes e António Feio, mas sinceramente o tipo de humor a que me habituaram não está presente neste filme. Ou por outra, está e não está, os trocadilhos, as piadas piadas nonsense, e os lugares comuns sobre uma Lisboa bairrista e brejeira estão lá. Mas as piadas inteligentes, as mensagens relativas a este ou aquele tema da actualidade, a crítica social, isso está ausente.
Eu tenho o hábito (para a maioria das pessoas um grande defeito) de fazer julgamentos muito rápidos sobre as coisas. Às vezes engano-me claro, mas desta vez acertei. Logo a abrir, o genérico pareceu-me um rip-off mal enjorcado dos Monty Python. A sequência inicial do filme só confirmou a suspeita. Há algumas cenas lá pelo meio que até estão bem sacadas, mas a longa metragem não tem qualquer fio narrativo. Os elementos narrativos que aparecem aqui e ali são totalmente desconexos e servem apenas para justificar a introdução dos mesmos trocadilhos que já ouvimos vezes sem fim, sempre à custa de frases sem nexo inspiradas no Zézé Camarinha e pontapés na gramática. O público em geral até achou graça, suponho que é bom, pelo menos é uma produção lusa a que está a fazer dinheiro nas bilheteiras.
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