Já estamos a chegar àquela altura do ano que toda a gente gosta, as ruas já estão enfeitadas, deve haver muita gente que já montou a árvore (ou o presépio para os mais tradicionais) e claro... a corrida às compras já começou. Como aconteceu no ano passado o sector bancário é que patrocina o espírito de Natal. O BCP patrocina a árvore gigante na Praça do Comércio apesar de estarmos em época má para os bancos, coitados, que vão ser obrigados a deixar de enganar-nos no arredondamentos a partir de agora.
Mas não creio que esta medida do governo faça muita mossa, afinal o sector financeiro é o que goza de mais boa saúde na economia portuguesa. Em paralelo com a óbvia inundação de publicidade aos brinquedos, perfumes, relógios e outros produtos elegíveis para embrulhar e pôr debaixo da árvore temos os anúncios ao crédito pessoal ao consumo, rápido e fácil é só telefonar e depositam o dinheiro na conta... Esquecem-se é de publicitar também os juros e condições desses empréstimos...
Mas também, para que é que isso interessa? Estamos no Natal, época festiva, tem de haver fartura. Já toda a gente deve ter recebido o subsídio de Natal, a julgar pela quantidade de carros que encontro todos os dias há dinheiro para gastar em gasolina. Na cantina da empresa onde eu trabalho os utentes reduziram-se, o pessoal vai mas é comer fora. Centros comerciais cheios, filas para ir comprar as prendinhas, e espanto dos espantos até engarrafamentos nocturnos na Avenida da Liberdade para ir ver a tal árvore. É bonito... é o espírito de Natal a invadir os nossos corações.
Não me interpretem mal, até gosto do Natal, dar e receber prendas é giro. Gosto de ver as ruas enfeitadas e tudo isso. No outro dia fui dar um passeio pela Baixa Pombalina, que está muito bonita este ano, e tirar algumas fotos. Mas acho que o Natal já não é o que era, será que ainda existe uma tradição de reunir a família nesses lares por aí fora? E quanto a ajudar quem mais precisa? Os mendigos e sem abrigo que por esta altura sentem especiais dificuldades devido à estação do ano... Esses aproveitam para ir para as ruas onde há comércio a ver se sacam uns trocos. Acho que as filhoses não ligam com as grandes doses de hipocrisia desta quadra, já me está a dar ardor de estômago.
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