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terça-feira, setembro 23

Siddhartha

A Google acaba de lançar três novas API's que permitem interactuar com o Gooogle Book Search, uma delas dá-nos a possibilidade de embeber um pedaço de um livro presente na enorme biblioteca do Google em qualquer página web. Infelizmente ainda não consegui pôr a coisa a funcionar aqui no blog.

Queria aproveitar a oportunidade para deixar a referência para um dos meus livros preferidos, ainda à pouquíssimo tempo o recomendei a alguém. Siddhartha de Herman Hesse é já um clássico da literatura, um cruzamento entre um livro de aventuras e um daqueles manuais de auto-ajuda. Uma viajem pela espiritualidade e pelas religiões orientais que vale a pena ler.

No entanto descobri que há uma versão do livro de livre acesso, disponível online, onde é possível fazer a leitura da totalidade do livro. É só irem até aqui.

quinta-feira, agosto 21

The Dark Knight

Fui finalmente ver o cavaleiro negro, a última encarnação cinematográfica de Batman esta semana. Christopher Nolan depois de criar (e muito bem) o princípio do morcego parece que começou de uma folha em branco. Os filmes anteriores de Batman foram ignorados e qualquer seguimento cronológico ou das histórias dos personagens foi quebrado. Não é nada de chocante, afinal trata-se de banda desenhada, acontece a toda a hora. Especialmente com esta personagem que já teve inúmeras reinterpretações. Nolan está a criar o seu Batman, e francamente é o melhor Batman que já chegou às salas de cinema.

As nuances da personalidade torturada do vigilante foram muito bem recriadas. Mas há mais muito mais, dentro de todos os elementos que dão a atmosfera mais negra que algum filme do Batman teve, tenho de dar destaque a Heather Ledger. Depois de andar a fazer filmes de paneleiros o homem confirmou que era um actor tremendo. Comparado com este Joker psicótico e maníaco, o de Jack Nicholson era um menino do coro. Não vou revelar nada sobre o enredo, é bom demais para que eu faça esse atentado. Apenas vou dizer que o objectivo do arqui-inimigo de Batman é nada mais nada menos que a anarquia total, a destruição da civilização, e o mais brilhante é que é credível. Quando me levantei do assento estava maravilhado, veio-me imediatamente à cabeça a novela gráfica Arkham Asylum, uma grande obra prima dum género menor. E com efeito ao procurar comentários sobre o livro de quadradinhos pude ler que foi nele que Ledger se inspirou para criar uma das personagens mais terríveis da história do cinema.

terça-feira, junho 17

Em Defesa da Língua Portuguesa

Já exprimi a minha opinião contra a recente tentativa de legislar sobre o modo como escrevo. Não sou o único a discordar desta medida, neste momento existe um movimento organizado que pretende levar o seu protesto perante o Parlamento. Foi estabelecida uma petição online que já recolheu o número de assinaturas necessário para levar o tema a discussão, inclusive já foram entregues ao Presidente da Assembleia da República. Entretanto os subscritores da petição continuam a acumular-se demonstrando o número de portugueses que discordam desta cretinice. É possível descobrir mais detalhes sobre esta petição e o movimento por trás dela no blog Em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico.

quarta-feira, maio 21

Snow Crash

Hoje ao ler um artigo sobre as últimas novidades no Google Earth, a inclusão de uma layer com notícias do Google News, não pude deixar de pensar pela enésima vez na parecença cada vez maior com o globo terrestre pesquisável que aparece em Snow Crash um romance de ficção científica de Neal Stephenson. Não resisti à tentação de pôr-me à procura, e com efeito descobri que essa parecença não é obra do acaso. Pelos vistos a ideia vem do livro mesmo.

Tem personagens interessantes, é politicamente incorrecto, e está salpicado com humor. Além das qualidades literárias, teve realmente a capacidade de nos deixar entrever um pedaço de futuro. Espero bem que alguns outros elementos do livro nunca se venham a concretizar. Mas que mais vos posso dizer, peguem no livro e descubram uma face possível para o apocalipse capitalista.

quarta-feira, janeiro 9

Persepolis

Uma das poucas (mas boas) ofertas que recebi este Natal foi o livro Persepolis, de Marjane Satrapi. Sem dúvida quem fez a oferta pensou no meu gosto pela BD, não sei até que ponto os meus sogros me conhecem, mas acertaram em cheio (obrigado Carmen e Ricardo). O livro de cariz autobiográfico relata a vida e as experiências da autora, que está intimamente ligada a um país e uma cultura, digamos antes à opressão de um país e de uma cultura. Satrapi nasceu no Irão, quando este ainda era governado pelo Sha. Logo nas primeiras páginas ficamos a saber um pouco mais sobre a história milenar da Pérsia, e de como convulsão atrás de convulsão o grande império dos tempo antigos se transformou num regime islâmico e opressor depois de ter sido espremido pelas garras avarentas do Ocidente.

Mas o centro da accção é a própria autora, após crescer numa família liberal e letrada, e estudar no liceu francês de Teerão dá-se a revolução islâmica que transforma toda a vida no país. Vê.se de repente a usar véu, presencia a estranha e súbita mudança de discurso dos professores. Ao estalar a guerra os pais, prudentes, mandam-na para Viena onde prosseguem as peripécias da jovem menina. A adolescência num país estranho e desprovida de amigos verdadeiros deixam as suas marcas. Marjane passa por ser aluna brilhante para acabar a dormir na rua e quase morrer de pneumonia. Fora do seu país sente-se exilada, quando acaba por retornar descobre que o fundamentalismo está a estrangular o seu país, descobre que não há nada para que voltar.

Originalmente esta saga foi publicada em quatro volumes, mas na edição que me chegou estão todos compilados num único. Confesso que a parte que mais me fascinou da narrativa foram os primeiros anos, em que a personagem principal ainda é uma menina. Fascinou-me a sua visão do mundo e dos adultos, distanciada das mentiras e das reviravoltas da politica e dos interesses internacionais que acabam por desembocar na desgraça do seu povo. Em termos técnicos os quadradinhos que dão corpo à obra não são nenhuma proeza, no entanto cumprem perfeitamente o papel de nos transportar até ao mundo simples e expressivo em que vive a menina. Tenho a versão em espanhol desta obra, desconheço completamente se existe em português, mas aconselho. Entretanto a autora já publicou muitas outras obras, relacionadas com o Irão e não só, mas um dos últimos projectos foi a adaptação cinematográfica de Persepolis (em desenho animado), quero ver!

terça-feira, novembro 20

O Blog do Ano 2007

Todos os anos The Bobs (The Best of the Blogs) atribui prémios aos melhores weblogs em 15 categorias. A concurso estavam 7 mil blogs submetidos por internautas de todo o mundo e depois seleccionados pelo júri. Uma tarefa hercúlea já que estavam admitidas a concurso dez línguas, entre elas o português. Vale a pena espreitar tanto a lista de premiados pelo júri, como a lista de preferidos do público.

O vencedor absoluto foi Fotomania de Xenia Avimova, uma jornalista da Bielo-Rússia com apenas 23 anos. Nele mostram-se fotos do dia a dia em Minsk combinados com textos, é mesmo um diário como um weblog é suposto ser. Gostei bastante das fotos, os caracteres cirílicos é que me passam ao lado a língua dificulta a leitura, ainda vou ter de encontrar um tradutor. Dignos de menção também são Alive in Bagdad (prémio para o melhor videoblog) e Jotman (prémio repórteres sem fronteiras). O melhor blog em português foi O Blog do Tas, de um jornalista, actor e comediante brasileiro.

segunda-feira, maio 28

Creative Commons Explicado

O que eu penso, e o que escrevo partilho-o sem hesitação. Grito-o aos céus, foi desde o início uma premissa deste blog. E aceito que me citem ou que transcrevam opiniões, desde que não o façam por lucro e citem a fonte. Para me garantir isto pus o meu blog sob uma licença Creative Commons, a Attribution-NonCommercial-ShareAlike.

Deixo aqui um pequeno extracto do programa Sociedade Civil, da RTP2, emitido em 22.05.07 que explica um pouco como funciona e para que serve o Creative Commons. Vídeo via Apdeites.

sexta-feira, março 23

Para Que Serve a Poesia

Ando-me a habituar a fazer tudo à pressa, mas não dispenso ler as minhas noticias e dar a minha volta pela blogosfera, hoje descobri um blog muito bom, "De Rerum Natura" (Sobre a natureza das coisas). Fala sobre ciência mas não só sobre as chamadas ciências puras, mas sobre ciências vivas, ciências sociais, e sobre o ensino de ciência. Este ano deixei passar o dia da árvore (que coincide com o dia da poesia), mas encontrei uma entrada bastante boa sobre o assunto nesse tal blog. O texto vinha acompanhado de um excerto da poesia de Eugénio de Andrade, que reproduzo a seguir. Quem se interessa por estes temas não deixe de espreitar, aconselho especialmente a leitura de um outro artigo intitulado "O valor do ensino".

Ver claro

Toda a poesia é luminosa, até
a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes,
em lugar de sol, nevoeiro dentro de si
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar outra vez e outra vez
e outra vez
a essas sílabas acesas
ficará cego de tanta claridade
Abençoado seja se lá chegar.


Eugénio de Andrade in "Os Sulcos da Sede"

terça-feira, janeiro 16

O Principezinho (de La Féria)

Mais uma montanha de tempo sem escrever... não é bloqueio de escritor, só preguiça, os pensamentos ultimamente absorvem-me. Vamos lá pôr a coisa em dia, normalmente quando vou ao cinema ou ao teatro faço um comentário, há umas coisas atrasadas.

No fim de semana passado volvi ao Teatro Politeama para assistir a mais uma adaptação de Filipe La Féria. O livro O Principezinho de Saint-Exupéry acho que perdura no imaginário de todos aqueles que tiveram a oportunidade de o ler. Se calhar classificado como livro para crianças, é muito mais do que isso. As personagens e situações parecem um sonho infantil e mirabolante, mas contam muito. Da jibóia ao homem de negócios todos metáforas, o fito talvez tenha sido explicar o mundo dos adultos na linguagem de uma criança, retratando-o com imagens de fantasia. Talvez seja o contrário, talvez seja o olhar de uma criança sobre o que a rodeia. Um olhar astuto e sagaz mas ao mesmo tempo cândido e inocente. Obra de um piloto de aviões, com a inclinação para escrever sobre as suas aventuras, ficou este livro adequado a todas as idades.

Existem várias adaptações, inclusive um filme, para mim nada conseguiu igualar a beleza do livro. Continuo a pensar o mesmo após ter ido ao Politeama ver a peça do La Féria. Até vou mais longe, aquilo foi um bocado fraquinho. O palco e um ecrã de fundo, actores e desenho animado, revezaram-se para ir contando a aventura do pequeno rapazinho de caracóis dourados. Os desenhos um pouco pobres, a cenografia também. Isto talvez passasse despercebido, se as personagens e as suas histórias estivessem bem delineadas, se conseguissem transmitir aquele olhar de que falava à pouco. Houve alguma originalidade na personificação de alguns intervenientes no livro mas estava à espera de mais, sobretudo depois da grata surpresa que levei da última vez. E desengane-se quem já viu esta peça apresentada como um musical, a música foi parca, as canções penosas! Alguém poderia ripostar que houve a necessidade de simplificar a coisa, para benefício dos mais novos. Não aceito esse argumento, simplesmente porque o livro é acessível a miúdos e graúdos, e é genial.

segunda-feira, novembro 27

quarta-feira, junho 21

Wordsong Pessoa

Uma sugestão para quem gosta de Fernando Pessoa, o projecto Wordsong ao vivo hoje à noite no Cabaret Maxime. Ou em alternativa amanhã na Fnac Chiado pelas 19 horas. O grupo que já tinha musicado a poesia de Al Berto promove agora o novo registo, dedicado a Pessoa.

segunda-feira, maio 15

Faces da Globalização

Quando se fala em globalização quase sempre se associa a palavra ao avanço inexorável de determinados interesses económicos à escala mundial. O Domínio das multinacionais que atravessa fronteiras físicas, religiosas e culturais. Uma espécie de descaracterização e homogeneização das sociedades tradicionais vergando-se à força do marketing e da comunicação globais.

Em termos de comércio, a facilidade de produtos produzidos do outro lado do mundo chegarem às nossas montras e às nossas casas a preços muito mais baratos que os nossos está à vista. Alguma Indústria Portuguesa apostou nos preços baixos como forma de competir, mas hoje em dia é impossível competir com países como a China nesses termos. Já era possível adivinhar que isto iria acontecer à muito tempo, claro está que os industrais que seguiram essa via estão neste momento muito preocupados, ou até já com problemas de solvência financeira.

Mas há uma outra face da globalização e Portugal tem que acordar para ela. Num mundo em que a informação flui à velocidade da luz já não é preciso estar localizado nos centros nevrálgicos de comércio e decisão para ter uma participação activa e produzir ideias úteis. Já não é necessário ir a Nova Iorque para jogar na bolsa em Wall Street, já não é preciso ter um edifício em Silicon Valley para produzir tecnologia de ponta.

Este lado positivo da glozalização de que falo veio nivelar oportunidades, não só entre países ricos e países pobres (com recursos ou sem recursos) mas também entre pessoas. Através do meu blog consigo que as minhas opiniões cheguem a todos os cantos do mundo. No meu trabalho mantenho máquinas que prestam serviços, computadores que nunca vejo, mas os quais opero à distância. Há países que estão a aproveitar estas oportunidades para colar-se ao pelotão da frente no desenvolvimento económico. Os melhores exemplos, China e Índia. A China através da produção em larga escala de bens de consumo (incluíndo produtos de alta tecnologia), a preços muitos competitivos. A Ìndia ao apostar na prestação de serviços, no Outsourcing.

Este chavão do economês está extremamente na moda. O Outsourcing é transferência de uma parte da cadeia de valor de um produto ou serviço produzido por uma empresa, para uma entidade externa. Muitas vezes assiste-se também a uma deslocalização associada ao Outsourcing, quem efectua o serviço não necessita estar no mesmo sítio físico de quem o usufrui. Assim é possível transferir a prestação do serviço para uma localização com custos mais baixos (mão-de-obra e infra-estruturas), e que potencialmente pode até produzir um produto final de maior qualidade ou de forma mais eficiente. Quase tudo pode ser alvo para o Outsourcing. Serviços de Apoio ao Cliente, Helpdesk, Contabilidade, Serviços Administrativos são exemplos comuns. Com meios de comunicação eficientes não é necessário estar geográficamente perto do cliente final.

Assim chegamos a Évora, onde estão reunidas todas as condições perfeitas para o fornecimento de uma multitude de serviços, à escala nacional, ou mesmo mundial. A premissa principal, o capital humano e intelectual é assegurado pela presença na cidade da Universidade. A qualidade de vida, e o amplo espaço para a criação de infra-estruturas permite a fixação dessas pessoas, dando-lhes condições de trabalho óptimas. Já começou, o aparecimento de Call-Centers de várias empresas em Évora é apenas um dos sintomas visíveis de tudo isto que falo. Mas creio que há espaço para muito mais, impõe-se fazer uma aposta na investigação e desenvolvimento, criação de incentivos a empresas que se fixarem na cidade. Claro está, que também é necessário disponibilizar meios de comunicação, a famosa banda larga, e fazê-la chegar onde é preciso. Évora já não faz parte do Alentejo anacrónico e sub-desenvolvido, com um pouco de esforço acredito que é possível eliminar de vez esse lugar comum, mudar a visão tradicional sobre a nossa região.

terça-feira, março 21

Dia Mundial da Poesia

Dia mundial disto, dia internacional daquilo... Hoje é o primeiro dia da Primavera no hemisfério Norte, dia da Árvore. Por esse país todo deve haver miúdos e professores a plantar árvores, sempre associei a efeméride a essa recordação de infância. Uma data muito meritória, pena que seja só mesmo a pequenada a lembrar-se dela!

Também se celebra hoje o dia Mundial da Poesia, esta é que ninguém devia mesmo saber. A Casa Fernando Pessoa organiza algumas coisas aqui em Lisboa, por esse país fora há mais algumas iniciativas isoladas, que o Ministério da Cultura não tem guita para fazer nada em grande. Mas hoje já temos uma boa desculpa para abrir, pelo menos folhear ou dar uma vista de olhos num livro, de preferência de poesia. Um muito bom dia também para dar um passeio na rua Augusta, e passar na Feira do Livro Manuseado, onde há livros baratíssimos (a menos de um euro).