Ando-me a habituar a fazer tudo à pressa, mas não dispenso ler as minhas noticias e dar a minha volta pela blogosfera, hoje descobri um blog muito bom, "De Rerum Natura" (Sobre a natureza das coisas). Fala sobre ciência mas não só sobre as chamadas ciências puras, mas sobre ciências vivas, ciências sociais, e sobre o ensino de ciência. Este ano deixei passar o dia da árvore (que coincide com o dia da poesia), mas encontrei uma entrada bastante boa sobre o assunto nesse tal blog. O texto vinha acompanhado de um excerto da poesia de Eugénio de Andrade, que reproduzo a seguir. Quem se interessa por estes temas não deixe de espreitar, aconselho especialmente a leitura de um outro artigo intitulado "O valor do ensino".
Ver claro
Toda a poesia é luminosa, até
a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes,
em lugar de sol, nevoeiro dentro de si
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar outra vez e outra vez
e outra vez
a essas sílabas acesas
ficará cego de tanta claridade
Abençoado seja se lá chegar.
Eugénio de Andrade in "Os Sulcos da Sede"
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