Agosto está a chegar ao fim, não se pode dizer que tenha sido um verão caloroso, mas o verão é sempre verão. As férias e os dias ensolarados sabem sempre bem. Hoje deixo um par de sugestões para estes últimos dias estivais aqui em Lisboa. Para quem ainda está de férias, ou para quem já está a trabalhar há coisas bem interessantes para fazer esta semana.
A primeira sugestão é o Lisboa Mágica 2008. Depois das duas edições anteriores terem sido recebidas com grande sucesso por parte do público Luís de Matos volta a convidar um punhado de colegas para virem animar as ruas de Lisboa. Infelizmente não consegui encontrar o programa desta iniciativa em local algum, no página da Câmara Municipal de Lisboa apenas se encontrar programa do ano passado... apenas sei que os espectáculos começam hoje e acaba no domingo. Podem ser vistos de forma livre e gratuita no Rossio, Largo de Camões, Largo do Chiado, Largo do Teatro São Carlos, Largo 1 de Dezembro, Largo de São Domingos, Rua Augusta, Rua Garrett e Praça da Figueira a partir do meio-dia nos dias úteis e a partir das 10.00 no fim-de-semana até às 22.00
A segunda sugestão é o Festival Internacional de Máscaras e Comediantes que vai decorrer no Castelo de São Jorge e no Museu da Marioneta, para este sim há um programa disponível, é só seguirem o link.
terça-feira, agosto 26
quinta-feira, agosto 21
The Dark Knight
Fui finalmente ver o cavaleiro negro, a última encarnação cinematográfica de Batman esta semana. Christopher Nolan depois de criar (e muito bem) o princípio do morcego parece que começou de uma folha em branco. Os filmes anteriores de Batman foram ignorados e qualquer seguimento cronológico ou das histórias dos personagens foi quebrado. Não é nada de chocante, afinal trata-se de banda desenhada, acontece a toda a hora. Especialmente com esta personagem que já teve inúmeras reinterpretações. Nolan está a criar o seu Batman, e francamente é o melhor Batman que já chegou às salas de cinema.
As nuances da personalidade torturada do vigilante foram muito bem recriadas. Mas há mais muito mais, dentro de todos os elementos que dão a atmosfera mais negra que algum filme do Batman teve, tenho de dar destaque a Heather Ledger. Depois de andar a fazer filmes de paneleiros o homem confirmou que era um actor tremendo. Comparado com este Joker psicótico e maníaco, o de Jack Nicholson era um menino do coro. Não vou revelar nada sobre o enredo, é bom demais para que eu faça esse atentado. Apenas vou dizer que o objectivo do arqui-inimigo de Batman é nada mais nada menos que a anarquia total, a destruição da civilização, e o mais brilhante é que é credível. Quando me levantei do assento estava maravilhado, veio-me imediatamente à cabeça a novela gráfica Arkham Asylum, uma grande obra prima dum género menor. E com efeito ao procurar comentários sobre o livro de quadradinhos pude ler que foi nele que Ledger se inspirou para criar uma das personagens mais terríveis da história do cinema.
As nuances da personalidade torturada do vigilante foram muito bem recriadas. Mas há mais muito mais, dentro de todos os elementos que dão a atmosfera mais negra que algum filme do Batman teve, tenho de dar destaque a Heather Ledger. Depois de andar a fazer filmes de paneleiros o homem confirmou que era um actor tremendo. Comparado com este Joker psicótico e maníaco, o de Jack Nicholson era um menino do coro. Não vou revelar nada sobre o enredo, é bom demais para que eu faça esse atentado. Apenas vou dizer que o objectivo do arqui-inimigo de Batman é nada mais nada menos que a anarquia total, a destruição da civilização, e o mais brilhante é que é credível. Quando me levantei do assento estava maravilhado, veio-me imediatamente à cabeça a novela gráfica Arkham Asylum, uma grande obra prima dum género menor. E com efeito ao procurar comentários sobre o livro de quadradinhos pude ler que foi nele que Ledger se inspirou para criar uma das personagens mais terríveis da história do cinema.
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segunda-feira, agosto 11
De Volta ao Activo
Sei que é um péssimo hábito deixar os meus leitores pendurados, por poucos que sejam. Mas todos os anos faço o mesmo. Entro em férias sem dizer nem ai nem ui, e depois acaba-se a escrita. Este ano não foi planeado, acabei por trocar o período de férias à última da hora. As férias essas foram curtas como sempre, não fiz nada do outro mundo.
Estive com os meus pais no Alentejo, aproveitei para ir espreitar de novo Monsaraz, que parece cada vez mais vital. É pena ainda não ter visto concretizado nenhum dos grandes projectos para o Alqueva, mas lá chegaremos. Pelo menos está a haver muito investimento na região.
Andei também aqui por Lisboa e arredores a servir de guia à minha cara-metade. Ela tinha especial vontade de voltar a Óbidos, eu não conhecia, por isso foi também parte do roteiro. Acabei com uma esta de cinco dias em Paredes de Coura, para o festival como é óbvio. Claro que ficaram alguns bons momentos para a posteridade, e muitas fotografias da treta que podem ver na minha área do Flickr.
Estive com os meus pais no Alentejo, aproveitei para ir espreitar de novo Monsaraz, que parece cada vez mais vital. É pena ainda não ter visto concretizado nenhum dos grandes projectos para o Alqueva, mas lá chegaremos. Pelo menos está a haver muito investimento na região.
Andei também aqui por Lisboa e arredores a servir de guia à minha cara-metade. Ela tinha especial vontade de voltar a Óbidos, eu não conhecia, por isso foi também parte do roteiro. Acabei com uma esta de cinco dias em Paredes de Coura, para o festival como é óbvio. Claro que ficaram alguns bons momentos para a posteridade, e muitas fotografias da treta que podem ver na minha área do Flickr.
sexta-feira, julho 18
Os Clunk no RibaRock
Parabéns aos Clunk pela vitória no festival RibaRock. Um concurso de bandas integrado na semana da juventude de Coruche. Depois da final ontem, vamos poder vê-los hoje de novo, no encerramento do festival onde vão fazer a primeira parte dos Wraygunn.
segunda-feira, julho 14
A Minha Escola
Não sei quem realizou deste vídeo, se alguém souber, ou se o autor ou autores lerem este pequeno apontamento quero exprimir a minha admiração! É impossível disfarçar o profundo sentimento de nostalgia que tenho ao ver estas imagens da minha escola, ainda antes de eu lá andar. Vê-se que toda a gente tem um look demasiado eighties e o vídeo não é lá muito profissional, mas admiro o tom de crítica. Adorei ver a malta no ginásio a jogar basketball com guarda-chuva. Aqui fica a Escola Secundária de Vila Viçosa em toda a sua glória dos oitenta filmada em vídeo 8.
Os Clunk no Bacalhoeiro
Há umas semanas os Clunk foram dar um concerto no Crew Hassan, uma cooperativa cultural na Rua das Portas de Santo Antão, ali pós lados do Ateneu e do Coliseu. Uma espécie de casarão abandonado que foi reabilitado e transformado, cada sala é uma obra de arte, com temática mais ou menos aleatória. O espaço em si é acolhedor e a decoração das salas dá um toque muito original. O saldo da noite acabou por ser muito alcoólico, como quase sempre, houve que censurar algumas das fotos para preservar a boa imagem dos envolvidos.
Os Clunk andam cheios de rodagem, e depois de terem ganho um concurso de bandas na Restart, esta semana têm um concerto em Coruche amanhã e outro aqui em Lisboa na Fábrica do Braço de Prata na quinta-feira.
Os Clunk andam cheios de rodagem, e depois de terem ganho um concurso de bandas na Restart, esta semana têm um concerto em Coruche amanhã e outro aqui em Lisboa na Fábrica do Braço de Prata na quinta-feira.

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quarta-feira, julho 9
Mais Impressões sobre o EEE
Ainda deu alguma luta, mas já tenho o meu EEE configurado a meu gosto. Instalei-lhe o Xubuntu, a versão leve do sistema operativo que controla a minha máquina principal. Apesar de haver muitos guias e tutoriais por aí, não aconselho a alguém sem conhecimentos técnicos básicos sobre o assunto a substituição do sistema operativo que vem de base. Ainda existem algumas questões que têm de ser resolvidas antes que seja tão fácil fazer a instalação como num sistema normal.
Mas isto não é motivo para preocupações. Para utilizadores não técnicos parece que o sistema Linux que vem de base serve perfeitamente. Até se está a fazer notar uma tendência estranha, parece que as donas de casa ao escolher uma computador ultra-portátil para comprar escolhem Linux, enquanto os geeks escolhem a versão mais cara com Windows XP. Utilizo a palavra estranha, porque foi com estranheza que notícia foi recebida, mas para mim faz todo o sentido. As donas de casa certamente serão mais pragmáticas que os cromos, preferem coisas que funcionem e pronto. Ninguém está à espera de descarregar shareware para pôr na torradeira, nem instalar o antivírus no aspirador, isso é coisa de gente que não tem mais nada que fazer.
Entretanto não consigo evitar sentir-me um pouco precipitado por ter ido a correr para a loja comprar o EEE. Vão chegar muito em breve a Portugal os Aspire One, a resposta da Acer ao EEE, que já vem equipado com os processadores Atom especialmente desenhados para este tipo de mercado.
Mas isto não é motivo para preocupações. Para utilizadores não técnicos parece que o sistema Linux que vem de base serve perfeitamente. Até se está a fazer notar uma tendência estranha, parece que as donas de casa ao escolher uma computador ultra-portátil para comprar escolhem Linux, enquanto os geeks escolhem a versão mais cara com Windows XP. Utilizo a palavra estranha, porque foi com estranheza que notícia foi recebida, mas para mim faz todo o sentido. As donas de casa certamente serão mais pragmáticas que os cromos, preferem coisas que funcionem e pronto. Ninguém está à espera de descarregar shareware para pôr na torradeira, nem instalar o antivírus no aspirador, isso é coisa de gente que não tem mais nada que fazer.
Entretanto não consigo evitar sentir-me um pouco precipitado por ter ido a correr para a loja comprar o EEE. Vão chegar muito em breve a Portugal os Aspire One, a resposta da Acer ao EEE, que já vem equipado com os processadores Atom especialmente desenhados para este tipo de mercado.
terça-feira, julho 8
Evitámos um novo chiado
Esta semana houve um edifício que foi destruído por um incêndio na Avenida da Liberdade, o esforço dos bombeiros conseguiu conter a área ardida, diz-se que evitaram um novo desastre como o do Chiado. Como é apanágio dos portugueses todos nos lembrámos das desgraças passadas, à muito esquecidas, reacendeu-se o debate sobre o prédios devolutos nos nossos centros urbanos. Ao que parece na área deste incêndio existem cerca 65 mil metros quadrados de devolutos. Há quem diga que a solução passa por fechar os edifícios a sete chaves, e por a policias a fiscaliza-los. Uma solução perfeitamente idiota, daquelas que só serve para tapar o sol com a peneira, o verdadeiro problema é o aparente abandono de edifícios nos centros urbanos, e creio que a solução é exactamente a oposta. Já proferi a minha opinião sobre essa tema à bem pouco tempo.
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segunda-feira, julho 7
Feira da Ladra
A feira da ladra é uma tradição lisboeta muito antiga que ainda hoje vive todas as terças e todos os sábados no Campo de Santa Clara, perto do Panteão Nacional. O nome alude aos amigos do alheio, e concerteza é possível encontrar por lá algum produto de origem mais dúbia. O mais que se via em tempos eram mesmo a pirataria de software, mas parece que a Assoft ultimamente em cima do assunto. Mas pode encontrar-se de tudo um pouco por lá, sobretudo muitas velharias. É um excelente sítio para coleccionadores porque estão lá sempre as moedas, os selos, os comics e os discos a encher as bancas. Também há roupa nova e usada e um monte de traquitanas inúteis mas possuidoras de um encanto anacrónico. Ainda sou do tempo em que a malta quando fazia limpezas em casa pegava na roupa velha e nos trastes, e ia até à feira para regatear a venda ou a troca.
quarta-feira, julho 2
Sem Playback
À tempos divulguei aqui as audições para o Concurso Sem Playback, pois é já amanhã que vai decorrer o concurso no Cabaret Maxime. Todos os nostálgicos da música portuguesa dos eighties estão convidados.

domingo, junho 29
Já tenho o meu EEE!
O EEE PC da Asus inspirou um novo mercado, o dos chamados ultra portáteis ou internet devices. Indo beber alguma inspiração ao XO o paradigma desta nova moda é a portabilidade e o baixo preço. O EEE tem especificações fracas, mas o que interessa é que é suficientemente poderoso para escrever documentos, consultar o mail, navegar na Internet ou até jogar. Para baixar ainda mais o preço é possível fugir ao monopólio da Microsoft e adquirir um EEE com Linux (que foi o que eu fiz obviamente).
O primeiro modelo saiu em Outubro do ano passado, mas só chegou agora a Portugal. Entretanto já sairam modelos novos, mas ero apenas o modelo mais básico está disponível com teclado português. Os inúmeros concorrentes que lhe seguiram as pegadas também ainda não estão à venda em Portugal. A situação não me agrada, mas já andava à espera demasiado tempo e acabei por comprar o EEE 700.
Estou muito contente, o EEE é ainda mais pequeno do que eu tinha imaginado, a construção parece ser sólida e ainda não me deu nenhum problema. Tenho ainda de instalar a minha distribuição favorita para me sentir mais em casa. A distribuição Linux que vem por defeito é muito simples e amigável, ou seja, está desenhada para utilizadores pouco experientes, eu preciso de algo mais. No entanto já está a cumprir a sua função, escrevi estas linhas enquanto tomava uma cervejola numa esplanada, tive foi de esperar para chegar a casa para ter rede e poder submeter o texto. Agora só falta que instalem wireless municipal em Lisboa! Podem ver a comparação com o meu portátil do trabalho...
O primeiro modelo saiu em Outubro do ano passado, mas só chegou agora a Portugal. Entretanto já sairam modelos novos, mas ero apenas o modelo mais básico está disponível com teclado português. Os inúmeros concorrentes que lhe seguiram as pegadas também ainda não estão à venda em Portugal. A situação não me agrada, mas já andava à espera demasiado tempo e acabei por comprar o EEE 700.
Estou muito contente, o EEE é ainda mais pequeno do que eu tinha imaginado, a construção parece ser sólida e ainda não me deu nenhum problema. Tenho ainda de instalar a minha distribuição favorita para me sentir mais em casa. A distribuição Linux que vem por defeito é muito simples e amigável, ou seja, está desenhada para utilizadores pouco experientes, eu preciso de algo mais. No entanto já está a cumprir a sua função, escrevi estas linhas enquanto tomava uma cervejola numa esplanada, tive foi de esperar para chegar a casa para ter rede e poder submeter o texto. Agora só falta que instalem wireless municipal em Lisboa! Podem ver a comparação com o meu portátil do trabalho...
sábado, junho 21
Okupa!
Aqui ao lado em Espanha auto-intitulam-se movimento okupa, a designação anglo-saxónica é squatting. O acto de ocupar um espaço ou propriedade sobre a qual não temos qualquer direito mas se encontra desocupado. A prática existe desde sempre mesmo no reino animal os exemplos já vêm de há milhares de anos, e a coisa sempre funcionou. Há países onde a tradição é muito forte, como na Alemanha, Holanda e Espanha, geralmente são associações ou movimentos que ocupam casas desocupadas para construir uma obra social. Inclusive há países onde a coisa está legalizada e é encorajada pela lei como na Holanda, onde é perfeitamente legal tomar posse de edifícios desocupados há mais de doze meses.
Andando pelo centro de Lisboa, podemos ver edifícios devolutos por todo o lado, portas e janelas emparedadas inclusive nas zonas mais ricas da cidade. Desperdício é a palavra que me ocorre em primeiro lugar, não sei se a causa é apenas especulação imobiliária, mas concerteza que tem qualquer coisa a ver com o assunto. Acho que precisamos de um movimento okupa português.
Andando pelo centro de Lisboa, podemos ver edifícios devolutos por todo o lado, portas e janelas emparedadas inclusive nas zonas mais ricas da cidade. Desperdício é a palavra que me ocorre em primeiro lugar, não sei se a causa é apenas especulação imobiliária, mas concerteza que tem qualquer coisa a ver com o assunto. Acho que precisamos de um movimento okupa português.
terça-feira, junho 17
Em Defesa da Língua Portuguesa
Já exprimi a minha opinião contra a recente tentativa de legislar sobre o modo como escrevo. Não sou o único a discordar desta medida, neste momento existe um movimento organizado que pretende levar o seu protesto perante o Parlamento. Foi estabelecida uma petição online que já recolheu o número de assinaturas necessário para levar o tema a discussão, inclusive já foram entregues ao Presidente da Assembleia da República. Entretanto os subscritores da petição continuam a acumular-se demonstrando o número de portugueses que discordam desta cretinice. É possível descobrir mais detalhes sobre esta petição e o movimento por trás dela no blog Em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico.
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segunda-feira, junho 16
Um Conto Americano
Há alguns dias visitei finalmente ao Teatro Nacional D. Maria II, já desde há muito tempo que queria conhecer o teatro pensado por Almeida Garret. Já tinha andado pelo café e pela livraria do edifício, mas desde à muito que alimentava a curiosidade de me sentar numa poltrona e assistir a uma peça.
Foi precisamente na sala Garret que assisti à peça Um Conto Americano, adaptada a partir de um texto que originalmente era um conto para a rádio The Water Engine de David Mamet. A história é simples, muito simples até talvez e cheia de clichés. No entanto o tema que lhe serve de fundo não podia ser mais actual. Está ambientada em Chigago, nos anos 30, quando os americanos vivem mergulhados na Grande Depressão. Um jovem que trabalha como assalariado numa fábrica dedica-se ao ofício de inventor nas horas vagas, conseguindo desenvolver um motor que funciona apenas a água. Pensando que isso lhe trará fama e fortuna, e o livrará a ele e à família da miséria em que vivem dirige-se prontamente a um advogado de patentes. Mas a realidade não é tão cor-de-rosa, e a história acaba por ter um fim triste e sangrento com o protagonista a lutar por salvar a sua invenção.
Posso dizer que fiquei extremamente impressionado com a cenografia e todo o espectáculo em palco. Para isso contribuiu em muito a dimensão do palco e a qualidade da sala. Mas o que me chamou realmente a atenção foi o cenário, uma estrutura metálica única que se desdobra e roda sobre si de modo a seguir a história e os actores, trocando de ambiente num piscar de olhos. Isso e alguns efeitos cénicos para mim nunca vistos numa sala de Teatro como uma chuvada com água de verdade, nada de extraordinário, mas surpreendente na mesma. O texto apesar de não ter sido originalmente pensado para o formato teatral funciona muito bem. E os actores e figurantes também fazem um excelente trabalho a construir esta fantasia soturna e triste. A única peça do elenco que não me convenceu foi actriz principal, uma menina que já fez por aí umas telenovelas, mas que não sei se tem jeito para mais do que isso.
Em jeito de conclusão posso dizer que adorei a peça, a história é muito simples, mas além de ser extremamente actual olha com um olhar crítico a sociedade e como ela é controlada interesses económicos penalizando os comuns dos mortais muitas vezes. Creio que o nome escolhido para a adaptação portuguesa ao teatro deve qualquer coisa ao cliché do sonho americano, que aqui encontra a sua némesis.
Foi precisamente na sala Garret que assisti à peça Um Conto Americano, adaptada a partir de um texto que originalmente era um conto para a rádio The Water Engine de David Mamet. A história é simples, muito simples até talvez e cheia de clichés. No entanto o tema que lhe serve de fundo não podia ser mais actual. Está ambientada em Chigago, nos anos 30, quando os americanos vivem mergulhados na Grande Depressão. Um jovem que trabalha como assalariado numa fábrica dedica-se ao ofício de inventor nas horas vagas, conseguindo desenvolver um motor que funciona apenas a água. Pensando que isso lhe trará fama e fortuna, e o livrará a ele e à família da miséria em que vivem dirige-se prontamente a um advogado de patentes. Mas a realidade não é tão cor-de-rosa, e a história acaba por ter um fim triste e sangrento com o protagonista a lutar por salvar a sua invenção.
Posso dizer que fiquei extremamente impressionado com a cenografia e todo o espectáculo em palco. Para isso contribuiu em muito a dimensão do palco e a qualidade da sala. Mas o que me chamou realmente a atenção foi o cenário, uma estrutura metálica única que se desdobra e roda sobre si de modo a seguir a história e os actores, trocando de ambiente num piscar de olhos. Isso e alguns efeitos cénicos para mim nunca vistos numa sala de Teatro como uma chuvada com água de verdade, nada de extraordinário, mas surpreendente na mesma. O texto apesar de não ter sido originalmente pensado para o formato teatral funciona muito bem. E os actores e figurantes também fazem um excelente trabalho a construir esta fantasia soturna e triste. A única peça do elenco que não me convenceu foi actriz principal, uma menina que já fez por aí umas telenovelas, mas que não sei se tem jeito para mais do que isso.
Em jeito de conclusão posso dizer que adorei a peça, a história é muito simples, mas além de ser extremamente actual olha com um olhar crítico a sociedade e como ela é controlada interesses económicos penalizando os comuns dos mortais muitas vezes. Creio que o nome escolhido para a adaptação portuguesa ao teatro deve qualquer coisa ao cliché do sonho americano, que aqui encontra a sua némesis.

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sábado, junho 14
À Deriva no Santo António
Foi uma semana agitada por terras lusitanas, o boicote dos camionistas, as filas para a gasolina, as prateleiras dos supermercados a ameaçarem ficarem de prateleiras vazias. Mas tudo acaba por se resolver, o governo lá fez um acordo manhoso com as transportadoras de mercadorias. Entretanto chegaram as festas populares, aqui por Lisboa o Santo António já fez as pessoas esquecerem as dificuldades, pelo menos até segunda-feira. E claro, a selecção já está nos quartos de finais do Euro, somos um país em grande forma.
Claro que fui dar uma volta até à celebração, o que equivale a dar uma volta pelas ruas abarrotadas de gente na Lisboa antiga e tradicional. Tirei muitas fotos, às pessoas, às barraquinhas de cerveja e aos mangericos. Além disso, como sempre havia muitas velas dedicadas ao santo, quais seriam as preces que as mantinham acesas este ano? Conseguir o coração duma menina casadoira, ou conseguir chegar ao fim do mês?
Claro que fui dar uma volta até à celebração, o que equivale a dar uma volta pelas ruas abarrotadas de gente na Lisboa antiga e tradicional. Tirei muitas fotos, às pessoas, às barraquinhas de cerveja e aos mangericos. Além disso, como sempre havia muitas velas dedicadas ao santo, quais seriam as preces que as mantinham acesas este ano? Conseguir o coração duma menina casadoira, ou conseguir chegar ao fim do mês?
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sábado, junho 7
Festival de Títeres
Na semana passada alarguei o fim-de-semana e fui numa das minhas visitas à Galiza. Desta vez descobri por casualidade que estava a decorrer um festival de fantaches numa localidade perto da minha morada temporária. Assim lá fui eu visitar o Festival Internacional de Títeres de Redondela, sem saber muito bem o que esperar. A maioria das actuações eram na rua, gratuitas. Havia não só vários pequenos palcos distribuídos por toda a vila, também havia música, jogos e outras curiosidades como um porco gigante que era ao mesmo tempo atracção e palco.
Com internacional no nome os fantoches tinham de vir de vários países, Portugal também como é óbvio. O Brasil também estava representados. Vi vários espectáculos mas fiquei com pena de não ver um grupo que vinha do Sri Lanka e usavam os bonecos para narrar histórias tradicionais tocadas e dançadas. Mas foi impossível com tanta gente. Havia muitos espectadores sobretudo muitos petizes acompanhados pelos pais. Pelo que pude perceber os principais destinatários eram eles. Pelos vistos a iniciativa tem muito sucesso, cada actuação estava apinhada de gente. Tanta gente que quase não dava para ver os espectáculos, era preciso ir apanhar lugar antes de cada actuação. O sucesso foi merecido, fiquei com muito boa impressão. Vale a pena a visita, podem ver algumas fotos no meu álbum.
Com internacional no nome os fantoches tinham de vir de vários países, Portugal também como é óbvio. O Brasil também estava representados. Vi vários espectáculos mas fiquei com pena de não ver um grupo que vinha do Sri Lanka e usavam os bonecos para narrar histórias tradicionais tocadas e dançadas. Mas foi impossível com tanta gente. Havia muitos espectadores sobretudo muitos petizes acompanhados pelos pais. Pelo que pude perceber os principais destinatários eram eles. Pelos vistos a iniciativa tem muito sucesso, cada actuação estava apinhada de gente. Tanta gente que quase não dava para ver os espectáculos, era preciso ir apanhar lugar antes de cada actuação. O sucesso foi merecido, fiquei com muito boa impressão. Vale a pena a visita, podem ver algumas fotos no meu álbum.
quarta-feira, junho 4
Concurso SEMPLAYBACK
Recebi um pedido de divulgação de um concurso que está a ser organizado por uma turma do curso de produção de eventos da Restart, e que até achei bastante original. O tema de fundo é a obra de Carlos Paião e música portuguesa dos anos 80.
Oito concorrentes interpretarão oito temas deste músico, contando com a participação de uma banda ao vivo que fará os arranjos e respectivas interpretações instrumentais. Haverá também dj's (Fernado Alvim e Gimba) e um tributo à vida e obra de Carlos Paião (projecção vídeo).
As audições para seleccionar os escolhidos para participar decorrerão a 5 de Junho (amanhã) no Cabaret Maxime. Os prémios não são nada de deitar fora, podem obter mais informação no MySpace do SEMPLAYBACK.
Oito concorrentes interpretarão oito temas deste músico, contando com a participação de uma banda ao vivo que fará os arranjos e respectivas interpretações instrumentais. Haverá também dj's (Fernado Alvim e Gimba) e um tributo à vida e obra de Carlos Paião (projecção vídeo).
As audições para seleccionar os escolhidos para participar decorrerão a 5 de Junho (amanhã) no Cabaret Maxime. Os prémios não são nada de deitar fora, podem obter mais informação no MySpace do SEMPLAYBACK.

quarta-feira, maio 28
Mais Gasolina (continuação)
Falei à pouquíssimo tempo da escalada dos preços dos combustíveis, e de uma forma de tentar encontrar um sítio onde encher o depósito mais em conta. Hoje à meia-noite a Galp e a Repsol voltaram a subir os preços, pela vigésima vez este ano. Entretanto nos mercados internacionais está-se a dar a tendência inversa, o preço do petróleo desceu. Os preços tão altos começaram a doer no bolso dos consumidores nos EUA (um dos maiores consumidores do ouro negro), e as pessoas estão a deixar de conduzir e a utilizar mais os transportes públicos reduzindo a procura.
Será caso para dizer que por cá a Galp resolveu empreender uma acção pedagógica, espremer-nos o dinheirinho todo até aprendermos e começarmos a andar de transportes públicos.
Será caso para dizer que por cá a Galp resolveu empreender uma acção pedagógica, espremer-nos o dinheirinho todo até aprendermos e começarmos a andar de transportes públicos.
terça-feira, maio 27
O Acordo Ortográfico
Os políticos acharam por bem legislar sobre a maneira como falamos e como escrevemos, querem por-nos a falar mal falar como se fala do outro lado do Atlântico. Qualquer dia estamos a ver na televisão o Sócrates a dizer "ei cara! tudo em cima?", mas como qualquer bom jurista pode dizer, legislar sobre a língua é escusado, as línguas estão vivas, e desenvolvem-se de forma natural e independente da vontade legislativa.
Entretanto lá por fora já dizem que nós os portugueses, ex-potência colonial, tivemos de ceder à globalização e admitir o facto que não somos nós que ditamos o que é o português, são os brasileiros porque são mais numerosos. Quer isto dizer que muito possivelmente em tempos próximos vamos ter de gramar com traduções mal-feitas, oriundas do outro lado do Atlântico nos livros, no software, em documentos oficiais... Arrepio-me de medo quando penso nisso, eu sou português e orgulho-me de falar e escrever de forma correcta.
Entretanto lá por fora já dizem que nós os portugueses, ex-potência colonial, tivemos de ceder à globalização e admitir o facto que não somos nós que ditamos o que é o português, são os brasileiros porque são mais numerosos. Quer isto dizer que muito possivelmente em tempos próximos vamos ter de gramar com traduções mal-feitas, oriundas do outro lado do Atlântico nos livros, no software, em documentos oficiais... Arrepio-me de medo quando penso nisso, eu sou português e orgulho-me de falar e escrever de forma correcta.
sábado, maio 24
Mais Gasolina
Com os preços em alta, já toda a gente reparou que é cada vez mais caro andar de carro. Andavam por aí a falar num boicote à Galp, até agora não vi nada. Mas tenho uma boa sugestão, deixem o capitalismo funcionar, e comprem onde é mais barato. Afinal é muito fácil descobrir onde. O Mais Gasolina é um site onde é possível procurar os postos de abastecimento de combustível mais barato, em todo o país. A coisa foi bem feita ao estilo web 2.0, são os utilizadores que fornecem o conteúdo, e até tem integração com o Google Maps. Encontrei a dica no Portugal Profundo.
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