sexta-feira, julho 30

Uma Luta, Uma Mensagem


Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros. Apreciem cada momento, agradeçam e não deixem nada por dizer.
António Feio

segunda-feira, julho 26

Maslow e o Facebook

No outro dia deparei-me com uma adaptação bastante engraçada das Teorias de Maslow sobre a motivação e as necessidades humanas ao uso da Internet no dia a dia. Trata-se de uma piada, mas é bastante aplicável até. A associação deixou-me a pensar.


Nesta versão do diagrama encontram lugar sobretudo os pretextos que nos fazem perder tempo na Internet. Coisas clássicas e intrigantes como a paixão dos utentes do youtube por vídeos de gatinhos. E claro está... reza a lenda que Internet floresceu por causa da pornografia. A última coisa a fazer é trabalhar!

O diagrama original também é uma pirâmide, mas a verdadeira teoria fala sobre as motivações para as nossas acções, e de forma mais importante sobre aquilo que pretendemos atingir. A ideia é que precisamos primeiro realizar as nossas necessidades mais básicas, como respirar, comer, sobreviver. Depois à medida que subimos na pirâmide as necessidades vão ficando mais abstractas. Nem toda a gente quer ser um sábio ou uma celebridade, há quem se contente com uma vida confortável. Mas qualquer um se pode facilmente identificar com as necessidades que estão previstas. Todos precisamos de ter alguém para fugir à solidão, todos queremos ser respeitados.


Mas a utilização da teoria e do diagrama no contexto da Internet fez-me pensar noutra coisa. Na obsessão de cada vez mais gente com as redes sociais, e afins. Ou até mesmo os jogos online. Num mundo como o nosso de profunda competição e instabilidade, será que as pessoas esperam obter a realização que precisam da Internet? Será que é por isso que é tão importante ter milhares de amigos no Facebook... que toda a gente goste das nossas ligações, e as nossas fotografias tenham muitos comentários? Nos jogos ainda é mais fácil estabelecer um paralelo, há muita gente por aí que passa horas em frente a um monitor em tarefas repetitivas para depois se poder gabar das suas aventuras virtuais, das suas posses virtuais, e do nível na hierarquia virtual.

É certamente mais fácil. Luta-se contra obstáculos que foram feitos para ser ultrapassados. Recompensas que foram feitas para ser ganhas. Mas será que estas realizações são mesmo reais ou apenas virtuais? De qualquer forma, parece-me uma boa explicação para as pessoas darem demasiada importância a coisas que não têm cabimento algum... Creio que a triste realidade é que as pessoas que dão demasiada importância à sua vida virtual acabam por ficar cada vez mais sozinhas no mundo real.

quinta-feira, junho 17

Santos & Populares

Soube bem voltar a pegar na olho de peixe, sinto-me descuidado, já não procuro tantos pretextos como antes para fotografa, desta vez será a participação no concurso de Santo António da Lomografia Portugal. Não tenho muitas expectativas, mas valeu a pena o registo de mais um ano de muito festejo, manjerico e contacto com transeuntes aleatórios. São tão giros os santos populares!

quarta-feira, junho 2

Curiosidades Tecnológicas Inúteis

Há muito pouca gente que tenha o hábito de escrever SMS em português correcto... Dá trabalho! Existe a escrita inteligente mas aquilo é uma seca, forçosamente é preciso andar a introduzir palavras no dicionário volta e meia. Depois já se desenvolveu uma espécie de calão em torno das abreviaturas, infelizmente até se confunde esse calão com o português. Substituir os c's por k's ou abusar dos x's fica tão feio... Eu até tento ser correcto, mas o resultado normalmente é algum texto breve e enigmático ou jogos de palavras ininteligíveis.

Mas além da pura preguiça há outra questão importante, existe um limite de caracteres. Esgotando esse limite a mensagem acabará por ser dividida em duas (ou nas que forem necessárias). No outro dia reparei num detalhe curioso, se escrevesse muitos caracteres acentuados o limite esgotava-se num ápice. E claro com a minha curiosidade natural lá fui procurar qual a razão (embora já desconfiasse). O distinto senhor que que inventou os SMS meteu na cabeça que tinha de atingir um certo limite de caracteres para que aquilo fosse minimamente útil. E estamos-lhe todos muito agradecidos por isso. O limite é 160 caracteres por mensagem, com o pequeno detalhe que o número de símbolos (as letras e os diacríticos mais usuais). Depois o resto consegue-se por composição de símbolos, qualquer coisa como "a + ~ = ã".

Eu fiquei contente porque adivinhei a raiz do meu problema (é usada uma codificação de caracteres com apenas 7 bits)... A utilidade prática é duvidosa, mas pelo menos descobri que para poupar nos SMS é preciso escrever mal!

sexta-feira, maio 21

O que nos Motiva Realmente?

Um olhar bem divertido sobre o que nos motiva realmente no trabalho, e na vida. Através de estudos mostra-se como as teorias tradicionais estão fundamentalmente erradas. Mas de facto a forma tradicional de encarar a gestão de pessoas é cada vez mais anacrónica. O homem consciente e pensante não se move atrás de recompensas e cenouras mas sim de forma a sentir-se realizado.

terça-feira, maio 18

Almas Perdidas

Há 30 anos perdemos Ian Curtis mas ainda hoje os ecos da sua obra se fazem ouvir...

sexta-feira, maio 7

Frank the Puppet Dinosaur

Hello. My name is Frank. I am a Funkasaurus Rex. And I love the Black Keys. I also have flippin' awesome dance moves, and I have a profile on eharmony.com if any single ladies are interested!

Estamos perante um lagarto muito romântico, solteiro e com lábia para as meninas. Esta adorável personagem é uma espécie de manobra publicitária que foi criada à volta do lançamento de Brothers, o último álbum dos The Black Keys. A banda apesar de já ter uma longa carreira e muita música editada nunca foi além de um circulo relativamente restrito de admiradores. A editora para o lançamento do novo álbum resolveu desenvolver uma estratégia de marketing de guerrilha. E o Frank é o protagonista principal, com resultados encantadores.

Podem ver o desempenho de Frank em Tighten Up:


e Next Girl:

quinta-feira, maio 6

De Volta

É verdade, voltei a escrever. O meu breve affair com as redes sociais deve estar prestes a terminar. Tornou-se enfadonho, na realidade lutar contra o ruído é uma tarefa hercúlea, e para quê se a mensagem que se pretende transmitir é necessariamente curta e oca. Aquilo é bom para quem não tem nada a dizer, para quem quer coleccionar árvores de fruto virtuais ou amigos virtuais, juntar-se a grupos disto e daquilo, tudo virtual e sem conteúdo.

Eu vou continuar a escrever para deixar a minha opinião, para quem a quiser ouvir, nem que seja apenas a minha humilde pessoa num futuro indeterminado.

Fantasia Lusitana

Este era um dos títulos que mais me atraía no cartaz do Indie Lisboa este ano. O filme de João Canijo protagonizou a cerimónia de abertura, e por isso mesmo as entradas esgotaram num ápice. Também não pude ir à segunda sessão englobada no festival, a agenda era incompatível com horários de expediente. Felizmente esta produção nacional está a ser exibida no Campo Pequeno, e é de aplaudir a visão do programador porque foi ontem numa sala quase cheia que assisti ao filme.

Fantasia Lusitana debruça-se sobre a Lisboa neutral que vivia em alegria enquanto o resto da Europa se debatia num conflito sangrento. Ou assim parece inicialmente, a imagem oficial do regime mostra um Portugal forte e orgulhoso, um povo agradecido à perícia diplomática de Salazar por ter sido poupado às vicissitudes da guerra. Mas à medida que as imagens de arquivo e os comentários deliciosamente fabricados pela máquina do regime vão desfilando apercebemos-nos que algo está terrivelmente errado. Há momentos hilariantes, mas é de profunda tristeza o sentimento preponderante, o sabor que nos fica na boca ao final é amargo.

A paz em que Lisboa está mergulhada é uma paz podre, um peso ostensivo paira sobre a cabeça de todos. Os refugiados que enchem as ruas e esperam em filas intermináveis na esperança de resolver a sua situação. Lisboa para eles é apenas um ponto de passagem numa fuga que terminará noutro sítio. Existem vários tipos de refugiados, uns que não têm nada no mundo, outros que procuram desesperadamente alguém, até os ricos e aristocratas que se perdem em festas e idas ao casino na pretensão de estar a fazer umas férias da guerra. De pano de fundo uma populaça pobre e analfabeta, um Estado que se orgulha dos feitos históricos de Portugal e os apregoa, não tendo mais nenhum meio de defesa do que encher o peito.

Uma das únicas críticas que tenho a apontar ao filme é que não se tenha juntado ao testemunho das várias personalidades de outros países que passaram por Lisboa nesses tempos o testemunho dos locais. O ponto de vista local que é exposto é o do regime, mas com uma ironia impossível de disfarçar, mostrando sempre a fantasia à beira de desmoronar. Por outro lado talvez seja essa mesma a óptica do filme, mostrar de uma forma estanque a estranheza com que um desses peregrinos em fuga encarava o cenário à volta dele. O país estranho feito de fachadas de papier-mâché, onde as luzes continuam a brilhar à noite sem medo dos bombardeamentos, mas onde os fantasmas se arrastam incessantemente como no purgatório.

O filme apesar de não estar na lista de premiados do Indie 2010 merece de sobra a visita a uma sala de cinema. Aliás merece também retê-lo para mostrar aos nossos aos nossos filhos, anos nossos pais e aos nossos avós. Temos fraca memória, depressa esquecemos, mas aqui é possível reconhecer de forma inequívoca a personalidade portuguesa.

Parabéns ao João Canijo por ter a coragem de espicaçar a nossa memória colectiva. E um abraço ao Hugo dos Santos que foi quem fez a selecção das imagens de arquivo.

quinta-feira, fevereiro 25

Um desastre já anunciado

Todos estamos impressionados com os acontecimentos recentes na Madeira. Todos estamos solidários com as vítimas de uma catástrofe natural. Mas isso não basta, é preciso ter um pouco de responsabilidade e ver mais além. Analisar o que realmente aconteceu, e apurar responsabilidades para um desastre à muito anunciado.

quarta-feira, dezembro 30

A Tribuna em Interregno

Quem segue a Tribuna dos Tristes (esse pequeno número de pessoas que tende para zero) já percebeu que ultimamente não tenho andado muito inspirado. Há mais de um mês que não publico. O número e qualidade dos meus escritos já vem a diminuir à muito tempo, não é de agora. A razão não é simples nem única.

Sempre me senti um pouco desiludido deste espaço não ser mais participativo. Um comentário de vez em quando dá um pouco de ânimo, nem que seja alguém a fazer uma correcção e a chamar a atenção para a minha ignorância. Encontrei na mais recente moda digital do microblogging uma forma de interacção muito mais eficaz. É Mais adequada para a partilha das pequenas coisas que me chamam a atenção no dia a dia. E claro devo ter recolhido mais comentários no meu perfil do Facebook em menos de seis meses do que na Tribuna em quatro anos.

Por outro a minha disposição anímica não tem sido a melhor para me dar grandes escritos. Também não tenho fotografado nada. Parece que a minha criatividade está a precisar de uma dose saudável de fertilizante. Com mais um ano a desfilar à frente dos meus olhos inevitavelmente vem a tentação de fazer um balanço. E inevitavelmente também não consigo deixar de olhar a realidade com uma lente pessimista.

Enfim... serve tudo isto para dizer que não desisti. Olhando para trás não acho que este meu pequeno cantinho do ciberespaço seja digno de especial menção. Mas ele significa qualquer coisa para mim, e é o que basta. O seu propósito sempre foi egoísta, e assim continuará. Pode ser que até tenha as minhas resoluções de ano-novo, ou não. Pode ser que passe outro mês até haver outra publicação. O importante é que não vou deixar de escrever.

terça-feira, novembro 10

40 Anos de Rua Sésamo

A Rua mais conhecida das crianças de todo o mundo fez 40 anos. As personagens que a habitam são praticamente universais, já que a série foi adaptada a inúmero países, ao longo dos anos fizeram as delícias de muitas e muitas crianças. Mas a Rua Sésamo marcou um movimento extremamente importante, o da educação através dos meios de comunicação. Tentando ao mesmo tempo entreter e ensinar. Não sei se a fórmula alguma vez terá tido tanto êxito como no original!

É por essa razão que até o Google hoje presta a sua homenagem ao Cocas, à Miss Piggy, ao (meu preferido) Monstro das Bolachas, ao Conde de Contarrrr e tantos outros.

quinta-feira, novembro 5

UE Quer Cortar Internet aos Piratas

O Parlamento Europeu chegou a acordo sobre legislação que autoriza corte de Internet aos "piratas" sem ordem judicial prévia. Antes que entre em vigor ainda é necessário que os ministros das Telecomunicações se pronunciem e que seja seja uma transposição para a lei de cada país.

Achei super-engraçada a citação da comissária europeia responsável pelas Telecomunicações que afirmou-se tratar-se de "uma grande vitória para os direitos e liberdades dos cidadãos europeus". Segundo a notícia tais medidas deverão ser implementadas "respeitando o princípio da presunção da inocência e o direito à privacidade" e como resultado de um "procedimento prévio, justo e imparcial". O alegado infractor poderá recorrer à posteriori. Na realidade estão-nos a retirar o direito à presunção de inocência (aquela velha história do inocente até provado o contrário).

É óbvio que esta é uma medida completamente desligada da realidade e patrocinada pelos grandes interesses económicos, os eleitores que estes senhores representam desde os seus confortáveis poleiro na União Europeia não estão de acordo com estas medidas. Esta legislação tenta apenas assegurar os lucros das editoras, distribuidoras e dos grandes estúdios, em detrimento dos direitos fundamentais dos cidadãos. Por isso mesmo é que pela Europa começam a aparecer "Partidos Piratas" com expressão eleitoral não desprezível. E sim já existe o Partido Pirata Português, podem ir ao site e consultar informação sobre a contestação as estas medidas que vão contra as nossas liberdades fundamentais um pouco por todo a Europa dos 27.

Actualização:
Encontrei numa outra fonte uma interpretação ligeiramente diferente desta notícia, em que se diz que não haverá desconexão da Internet sem que haja uma audiência com o visado antes da sua desconexão da Internet. Isto faz toda a diferença, isto já garante as liberdades fundamentais dos cidadãos europeus.

segunda-feira, novembro 2

Pão-por-Deus

Este ano estava cheio de vontade de me disfarçar no Halloween, mas a preguiça e a desorganização acabaram por vencer e não preparei nada... foi mais um dia como tantos outros. Mas engraçado foi descobrir que existe mais uma tentativa de sobreposição à tradição pagã pela igreja católica, uma amiga chamou-me a atenção para o costume do Pão-por-Deus que eu desconhecia. Um dia depois não é mais que o trick-or-treat anglo-saxónico... que giro.

segunda-feira, setembro 28

The Story of Stuff

O mundo precisa abrir os olhos...

Festas dos Capuchos 2009

Este ano a festa foi em grande como convém em ano de eleições, ainda por cima Legislativas e Autárquicas. Muito fogo de artifício, muito touro, muito espectáculo. Para mim o importante da festa não é nada disto, são as pessoas os reencontros e as peripécias que surgem. Senti a falta de algumas pessoas, mas claro que quem está faz a festa à mesma. Com muitos excessos como é habitual.

Já passaram duas semanas, e já vai sendo hora de que exponha a pouca coisa que ficou deste ano. Meia dúzia de piadas, uma mão cheia de fotografias.

quinta-feira, setembro 24

Ataque de Ergasiofobia

No início deste ano estive um mês de férias, ia trocar de trabalho e preferi gozar as férias deste ano em vez de receber a compensação financeira. Na altura precisava era de descomprimir. Acabei por passar o mês de Janeiro sem fazer grande coisa, foi bom na mesma não fazer nada também sabe bem de vez em quando. Comecei de novo, e tive de esperar o período regulamentado para poder gozar de férias novo. Ou seja até este mês. E já estava mesmo a precisar. Apesar de o mês de Agosto não ser muito movimentado já precisava de mudar de ares.

Passei duas semanas sem preocupações laborais, e claro, o tempo passou a correr. À volta esperava-me o trabalho para pôr em dia, e o ritmo frenético da reentreé. Também eu tenho de entrar num novo ritmo, muito trabalho também significa muitas oportunidades. E não posso esquecer o mestrado que se anda por aí a arrastar... Muita coisa para pensar, e uma palavra nova que descobri, Ergasiofobia!

sexta-feira, setembro 11

Volta Alan Estás Perdoado

O governo britânico, na pessoa de Gordon Brown, finalmente pediu desculpa ao matemático Alan Turing. Este senhor foi o pai da teoria da computação e criador do primeiro computador. Há por aí muita gente que diz que o primeiro computador foi o americano ENIAC, mas na realidade o primeiro computador foi criado durante a guerra por uma equipa liderada por Turing. Chamava-se Colossus e foi utilizado para quebrar o código das máquinas de código Enigma alemãs que eram usadas para comunicar de forma cifrada entre o Berlim e as suas tropas.

Mas porque este cientista cujo trabalho influenciou definitivamente o curso do maior conflito bélico da humanidade, e é portanto nada mais nada menos que um herói, precisa de um pedido de desculpas post-mortem? Alan Turing morreu em desgraça em 1954, a morte por cianeto foi considerada suícidio. Alan tinha sido julgado e condenado pouco tempo antes por ser homossexual, um crime punido pela lei na altura.

As teorias deste homem estão na base da maioria das coisas que damos por adquiridas hoje em dia. E o seu trabalho continua a ser ensinado em escolas e universidades em todo o mundo, sendo perfeitamente actual. Pena que a ignorância dos homens tenha sido maior que o seu génio.

segunda-feira, agosto 24

Conselhos Informáticos

O xkcd é uma tira cómica realmente genial, com piadas que só são possíveis de entender para geeks, ou pelo menos com alguém com muita cultura geral. De quando em vez aparece alguma pérola realmente brilhante. Como é o caso da que vou apresentar hoje.

Eu já sofri desta sorte, da situação com que eles brincam. Lá por a minha actividade estar relacionada com computadores não tenho obrigação de saber fazer tudo com computadores. E realmente quando me perguntam algum normalmente uso a técnica abaixo...


Imagem picada do webcomic xkcd.