quinta-feira, agosto 31
Crónica de Uma Guerra Anunciada
É seguro dizer que algumas das informações que levaram à intervenção americana no Iraque podem ser consideradas hoje em dia duvidosas ou não verificáveis. Isto usando um eufemismo para não chamar a Bush e aos seus compinchas mentirosos. Para quem tem memória curta, aconselha-se uma olhadela a uma crónica que encontrei intitulada "Lie by Lie: Chronicle of a War Foretold: August 1990 to March 2003", que conta interactivamente os vários acontecimentos na história recente do Iraque. Desde a operação "Desert Storm", até culminar na recente invasão do Iraque e deposição e captura de Saddam Hussein.
terça-feira, agosto 29
Vêr as Fotos no Mapa
O Flickr, para quem não conheça é um sítio onde se podem partilhar e pesquisar fotos. Dirigido a profissionais e amadores, em comum todos os utilizadores têm o gosto pela fotografia. Já era possível organizar as fotografias por "sets" e adicionar "tags", mas ontem adicionaram uma funcionalidade bastante interessante o "geotagging", que não é mais nem menos que a possibilidade de associar as fotografias a uma localização física no mapa.
Está cada vez mais fácil deambular pelo mundo a partir da nossa cadeira... Claro que não é a mesma coisa, e aconselha-se a visita em pessoa, mas é interessante descobrir algo mais sobre aquele sítio que temos curiosidade. Ou o inverso, descobrir um sítio através duma foto interessante. É uma pena que no caso do Flick os mapas Europeus ainda não tenham tanto detalhe como os do continente Americano, lá chegaremos.
Está cada vez mais fácil deambular pelo mundo a partir da nossa cadeira... Claro que não é a mesma coisa, e aconselha-se a visita em pessoa, mas é interessante descobrir algo mais sobre aquele sítio que temos curiosidade. Ou o inverso, descobrir um sítio através duma foto interessante. É uma pena que no caso do Flick os mapas Europeus ainda não tenham tanto detalhe como os do continente Americano, lá chegaremos.

quarta-feira, agosto 23
Festival Paredes de Coura 2006
Como prometido vou começar a contar as minhas férias, começando pelo Festival Paredes de Coura. Sim, que isso de começar as coisas pelo princípio é para fracos, para fugir um pouco à monotonia (e para não me esquecer de pitada), não vou cair nesse plugar-comum e vou começar pelo fim. Ao fim de duas semanas perdido por Espanha perdido com o meu amigo Tiago, atravessei a fronteira imposta pelo Rio Minho e dirigi-me à margens do Taboão. Cheios de saudades da relva, do convívio, e claro ansiosos por assistir aos concertos.
Chegámos na segunda-feira, dia 14, sob um Sol quente e um céu acolhedor. Depressa nos reunimos com o resto da malta, sim porque temos mais amigalhaços com gosto musical. Encontrar um pedacinho de terreno à sombra, montar a tenda e partir daí estamos no paraíso. Estava mais ou menos tudo no mesmo sítio desde o ano passado, houve alguma alterações claro. A mais notória terá sido a mudança de patrocinador, mas isso não interessa para nada. Passámos a tarde estendidos na relva ao Sol, a contar as aventuras das férias e a dar uma olhadela às miúdas de biquini que andavam por todo o lado. Além disso deu para tirar uma fotos, podem dar uma olhadela na minha ârea do Flickr. Um ponto forte deste festival é o contacto humano, mesmo com a misturada de gente que anda por ali, qualquer um tem tempo para uma palavra simpática ou um olhar maroto. No palco do Jazz na Relva acontecia uma reunião espontânea, uma espécie de busca de novos talentos, andavam a convidar a malta que soubesse tocar e cantar para ir até lá improvisar, ou tocar o que lhe apetecesse. A maior surpresa da tarde foi um carocho com um mau aspecto incrível que deliciou toda a gente com a sua interpretação do Satisfaction, reminiscência talvez do recente concerto dos Stones. À noite na Festa de Recepção no palco secundário, menção especial para os "Warren Suicide" que ainda animaram.
No dia seguinte, dormir até tarde no conforto da tenda (tou a ser irónico caso não se note) levantar e ir até à Vila de Paredes de Coura comer uma bela duma truta, abastecer de provisões e despejar a tripa. Os wc's do Festival, por muito bons que sejam, são sempre um bocado rústicos... Foram os White Rose Movement inaugurar o palco principal, e como não quisémos perder pitada estávamos lá antes da coisa começar, já à procura do spot ideal para vêr todos os concertos. Bom desempenho dos White Rose, que eu quase desconhecia, mas que agradaram bastante. De seguida vieram os Gomez, dos quais sou um fã confesso, e cujo concerto como é lógico me agradou sobremaneira. Nada a dizer dos Madrugada (fui passear...), nem dos Broken Social Scene (encher chouriços). O prato forte desse dia era Morrisey. Nunca o tinha visto ao vivo, nem sou seu especial fã. Sou sim fã dos Smiths, como muitas das pessoas que se passeavam por lá envergando t-shirts alusórias ao grupo dos 80's. Já tinha ouvido dizer que o gajo era um bocado convencido e intratável mas porra... deve ser o tipo mais egocêntrico do universo pelos comentários que foi fazendo ao longo do concerto. Tocaram duas músicas e meia dos Smiths (já explico), o resto foi dedicado ao último album e pouco mais. O início do concerto foi animador, polarizou toda a audiência. O concerto continuou, o gajo ainda meteu uma ou outra dos Smiths lá pelo meio para fazer render o peixe. Exemplo da atitude idiota que trouxe para o palco, Morrisey apresentou os músicos que o acompanhavam, tratando-os todos pelo nome. Ao referir-se a si próprio apelidou-se de sem nome, e classificou-se de pouco importante, isto quando todos os músicos tinham ao peito o seu nome em letras gordas. Quando o concerto já ia longo, soaram os acordes do "Panic!" e o povo exaltou-se, o entusiasmo começou a surgir quando a canção começou, mas Morrisey portou-se como um porco imundo, e a meio (antes da parte mais gira) parou de cantar, desligou-se o som, e piraram-se todos do palco. Depois desta desilusão vieram os Ficherspooner que demonstraram que sabem fazer ao vivo aquela música marada que têm nos discos, mas já começavam a cair as primeiras gotas de chuva, primeiro sinal de problemas. Os X-Wife já tocaram à chuva, no palco secundário. O som dancável e poderoso dos portuenses não me conseguiu segurar, e fugi para a tenda para me abrigar.
No dia seguinte acordar ao som da chuva a bater na tenda, dormir mais, acordar de novo ao som da chuva. Finalmente a resignação, o boletim metereológico era desfavorável, era necessário lidar com a agua que caía. Ainda pensámos em desistir e ir para casa, mas não, como dizem os espanhóis, al mal tiempo buena cara e resistimos. Felizmente a tenda manteve-se estanque ao longo de todos os dias. O guarda-roupa, já de si limitado é que se foi reduzindo à medida que a roupa encharcada se acumulava. Após horas e horas de clausura, lá saímos à rua para comprar um impermeável, peça indispensável num Festival muito húmido. Tudo é negócio, e enquanto na Vila o impermeável rasca custava cinco euros, cá em baixo no recinto do Festival o mesmo item já custava dez. Já devidamente preparados e equipados dirigimo-nos ao palco principal. Com muita pena minha perdemos os Eagles of Death Metal. Mas chegámos a tempo de ver os Gang of Four, exemplo seminal da era do Punk. Cheios de energia, e capazes ainda de algum exercício de destruição. Coitado do micro-ondas que serviu de instrumento de percussão durante uma das músicas, ao ser golpeado com um taco de baseball até ficar irreconhecível. Mas para energia, a dos Yeah Yeah Yeah's que puseram toda a gente aos pulinhos. O ritmo frenético das canções que andaram a rodar pela rádio não deixaram niguém indiferente. Os Bloc Party fizeram a festa, numa actuação muito boa e na qual deu para verificar que ainda vamos ouvir falar muito deles. Os We Are Scientists sofreram-se... Depois disto, nova retirada estratégica devido à chuva...
No dia seguinte mais do mesmo, chuva e frio. Acordei já um pouco doente mas que se lixe. Fomos para o palco principal já tarde, ainda podíamos ter ido mais tarde, ainda chegámos a tempo de assistir ao concerto dos Maduros, o último projecto do Zé Pedro dos Xutos. Que, diga-se de passagem, é uma bela treta. Pegar em velhos clássicos do punk e dar-lhes novas letras em português definitivamente não funcionou, acho que os Maduros estão já um bocado podres. A actuação dos !!! (pronuncia-se chk chk chk) foi bastante boa, se bem que os meninos exageram um bocado no contacto com o público e na exuberância em palco, ficando a música muitas vezes para segundo plano. Os fãs dos The Cramps deliraram com o estilo muito peculiar do grupo. Apesar da idade ainda estão aí para as curvas (grandas pernas da babe)! Mas se havia grupo neste Festival que eu queria vêr eram os Bauhaus. E no fim de contas, já andava a sofrer um bocado à espera, molhado até aos ossos e a tremer de frio. Mas quando soou o Double Dare lá esqueci tudo isso, o concerto foi irreprensível, tocaram tudo ou quase tudo. Passaram por todos os clássicos (acho que só não tocaram o Mask) e ainda houve tempo para fazer uma versão do Transmission dos Joy Division. Já vi o Peter Murphy ao vivo, mas não tem nada a vêr, são mesmo os Bauhaus que eu esperava, negros e assustadores. Mostraram grande unidade na banda, mas sobretudo que sabem muito bem o que fazem, o número está muito bem ensaiado. A música perfeita, com todas as minúcias e pequenos detalhes que se podem ouvir em disco perfeitamente audíveis ao vivo. Um concerto para recordar. É de notar que muitos dos grupos se mostraram surpreendidos, até um pouco chocados, mas sobretudo agradecidos com a reacção do público à chuva durante os concertos. Vinte mil pessoas que vieram para ouvir música, e que apesar da precipitação que se fazia sentir ficaram para isso mesmo, assistir às actuações de quem desfilou pelo palco. Pode parecer um bocado idiota mas sinto-me orgulhoso de lá ter estado.
Chegámos na segunda-feira, dia 14, sob um Sol quente e um céu acolhedor. Depressa nos reunimos com o resto da malta, sim porque temos mais amigalhaços com gosto musical. Encontrar um pedacinho de terreno à sombra, montar a tenda e partir daí estamos no paraíso. Estava mais ou menos tudo no mesmo sítio desde o ano passado, houve alguma alterações claro. A mais notória terá sido a mudança de patrocinador, mas isso não interessa para nada. Passámos a tarde estendidos na relva ao Sol, a contar as aventuras das férias e a dar uma olhadela às miúdas de biquini que andavam por todo o lado. Além disso deu para tirar uma fotos, podem dar uma olhadela na minha ârea do Flickr. Um ponto forte deste festival é o contacto humano, mesmo com a misturada de gente que anda por ali, qualquer um tem tempo para uma palavra simpática ou um olhar maroto. No palco do Jazz na Relva acontecia uma reunião espontânea, uma espécie de busca de novos talentos, andavam a convidar a malta que soubesse tocar e cantar para ir até lá improvisar, ou tocar o que lhe apetecesse. A maior surpresa da tarde foi um carocho com um mau aspecto incrível que deliciou toda a gente com a sua interpretação do Satisfaction, reminiscência talvez do recente concerto dos Stones. À noite na Festa de Recepção no palco secundário, menção especial para os "Warren Suicide" que ainda animaram.
No dia seguinte, dormir até tarde no conforto da tenda (tou a ser irónico caso não se note) levantar e ir até à Vila de Paredes de Coura comer uma bela duma truta, abastecer de provisões e despejar a tripa. Os wc's do Festival, por muito bons que sejam, são sempre um bocado rústicos... Foram os White Rose Movement inaugurar o palco principal, e como não quisémos perder pitada estávamos lá antes da coisa começar, já à procura do spot ideal para vêr todos os concertos. Bom desempenho dos White Rose, que eu quase desconhecia, mas que agradaram bastante. De seguida vieram os Gomez, dos quais sou um fã confesso, e cujo concerto como é lógico me agradou sobremaneira. Nada a dizer dos Madrugada (fui passear...), nem dos Broken Social Scene (encher chouriços). O prato forte desse dia era Morrisey. Nunca o tinha visto ao vivo, nem sou seu especial fã. Sou sim fã dos Smiths, como muitas das pessoas que se passeavam por lá envergando t-shirts alusórias ao grupo dos 80's. Já tinha ouvido dizer que o gajo era um bocado convencido e intratável mas porra... deve ser o tipo mais egocêntrico do universo pelos comentários que foi fazendo ao longo do concerto. Tocaram duas músicas e meia dos Smiths (já explico), o resto foi dedicado ao último album e pouco mais. O início do concerto foi animador, polarizou toda a audiência. O concerto continuou, o gajo ainda meteu uma ou outra dos Smiths lá pelo meio para fazer render o peixe. Exemplo da atitude idiota que trouxe para o palco, Morrisey apresentou os músicos que o acompanhavam, tratando-os todos pelo nome. Ao referir-se a si próprio apelidou-se de sem nome, e classificou-se de pouco importante, isto quando todos os músicos tinham ao peito o seu nome em letras gordas. Quando o concerto já ia longo, soaram os acordes do "Panic!" e o povo exaltou-se, o entusiasmo começou a surgir quando a canção começou, mas Morrisey portou-se como um porco imundo, e a meio (antes da parte mais gira) parou de cantar, desligou-se o som, e piraram-se todos do palco. Depois desta desilusão vieram os Ficherspooner que demonstraram que sabem fazer ao vivo aquela música marada que têm nos discos, mas já começavam a cair as primeiras gotas de chuva, primeiro sinal de problemas. Os X-Wife já tocaram à chuva, no palco secundário. O som dancável e poderoso dos portuenses não me conseguiu segurar, e fugi para a tenda para me abrigar.
No dia seguinte acordar ao som da chuva a bater na tenda, dormir mais, acordar de novo ao som da chuva. Finalmente a resignação, o boletim metereológico era desfavorável, era necessário lidar com a agua que caía. Ainda pensámos em desistir e ir para casa, mas não, como dizem os espanhóis, al mal tiempo buena cara e resistimos. Felizmente a tenda manteve-se estanque ao longo de todos os dias. O guarda-roupa, já de si limitado é que se foi reduzindo à medida que a roupa encharcada se acumulava. Após horas e horas de clausura, lá saímos à rua para comprar um impermeável, peça indispensável num Festival muito húmido. Tudo é negócio, e enquanto na Vila o impermeável rasca custava cinco euros, cá em baixo no recinto do Festival o mesmo item já custava dez. Já devidamente preparados e equipados dirigimo-nos ao palco principal. Com muita pena minha perdemos os Eagles of Death Metal. Mas chegámos a tempo de ver os Gang of Four, exemplo seminal da era do Punk. Cheios de energia, e capazes ainda de algum exercício de destruição. Coitado do micro-ondas que serviu de instrumento de percussão durante uma das músicas, ao ser golpeado com um taco de baseball até ficar irreconhecível. Mas para energia, a dos Yeah Yeah Yeah's que puseram toda a gente aos pulinhos. O ritmo frenético das canções que andaram a rodar pela rádio não deixaram niguém indiferente. Os Bloc Party fizeram a festa, numa actuação muito boa e na qual deu para verificar que ainda vamos ouvir falar muito deles. Os We Are Scientists sofreram-se... Depois disto, nova retirada estratégica devido à chuva...
No dia seguinte mais do mesmo, chuva e frio. Acordei já um pouco doente mas que se lixe. Fomos para o palco principal já tarde, ainda podíamos ter ido mais tarde, ainda chegámos a tempo de assistir ao concerto dos Maduros, o último projecto do Zé Pedro dos Xutos. Que, diga-se de passagem, é uma bela treta. Pegar em velhos clássicos do punk e dar-lhes novas letras em português definitivamente não funcionou, acho que os Maduros estão já um bocado podres. A actuação dos !!! (pronuncia-se chk chk chk) foi bastante boa, se bem que os meninos exageram um bocado no contacto com o público e na exuberância em palco, ficando a música muitas vezes para segundo plano. Os fãs dos The Cramps deliraram com o estilo muito peculiar do grupo. Apesar da idade ainda estão aí para as curvas (grandas pernas da babe)! Mas se havia grupo neste Festival que eu queria vêr eram os Bauhaus. E no fim de contas, já andava a sofrer um bocado à espera, molhado até aos ossos e a tremer de frio. Mas quando soou o Double Dare lá esqueci tudo isso, o concerto foi irreprensível, tocaram tudo ou quase tudo. Passaram por todos os clássicos (acho que só não tocaram o Mask) e ainda houve tempo para fazer uma versão do Transmission dos Joy Division. Já vi o Peter Murphy ao vivo, mas não tem nada a vêr, são mesmo os Bauhaus que eu esperava, negros e assustadores. Mostraram grande unidade na banda, mas sobretudo que sabem muito bem o que fazem, o número está muito bem ensaiado. A música perfeita, com todas as minúcias e pequenos detalhes que se podem ouvir em disco perfeitamente audíveis ao vivo. Um concerto para recordar. É de notar que muitos dos grupos se mostraram surpreendidos, até um pouco chocados, mas sobretudo agradecidos com a reacção do público à chuva durante os concertos. Vinte mil pessoas que vieram para ouvir música, e que apesar da precipitação que se fazia sentir ficaram para isso mesmo, assistir às actuações de quem desfilou pelo palco. Pode parecer um bocado idiota mas sinto-me orgulhoso de lá ter estado.

terça-feira, agosto 22
O Programa de Escutas de Bush
É conhecido desde há algum tempo que algumas empresas de telecomunicações americanas estão a colaborar com o governo de forma a implementar escutas telefónicas, a mail, etc a um nível nunca visto. Tudo com a desculpa de combater o terrorismo claro... Quando a coisa se soube houve gente a protestar como é óbvio, a coisa resolveu-se agora, com um acordão dum Tribunal Federal. As coisas devem andar um bocado feias para o Bush.... Notícia completa no New York Times.
WASHINGTON, Aug. 17 — A federal judge in Detroit ruled today that the Bush administration’s eavesdropping program is illegal and unconstitutional, and she ordered that it cease at once.
District Judge Anna Diggs Taylor found that President Bush exceeded his proper authority and that the eavesdropping without warrants violated the First and Fourth Amendment protections of free speech and privacy.
WASHINGTON, Aug. 17 — A federal judge in Detroit ruled today that the Bush administration’s eavesdropping program is illegal and unconstitutional, and she ordered that it cease at once.
District Judge Anna Diggs Taylor found that President Bush exceeded his proper authority and that the eavesdropping without warrants violated the First and Fourth Amendment protections of free speech and privacy.
Chaser's War on Everything
Já restabeleci as energias, até já voltei a uma vida normal, a dobrar a mola todos os dias. Começarei a relatar as minhas aventuras deste ano, vão ser vários capítulos, que a história tem pano para mangas. Mas lá iremos.
Entretanto como voltei ao trabalho, também voltei às distracções corriqueiras para perder tempo útil. Numa das minhas primeiras divagações pós-estio encontrei um programa de TV australiano de partir o côco a rir. As maravilhas da Internet, e do YouTube, permitem-me estas excentricidades. Os autores resolveram baptizar o espaço pseudo-informativo de "Chaser's War on Everything", como o próprio nome indica a abordagem ao Mundo é muito peculiar. Os sacanas lembra-se das coisas mais estapafúrdias para mostrar no programa, e a interactividade com o público é muito importante.
Um dos programas mais engraçados é quando um dos pivot's mostra como pediu o divórcio à parceira... (estes gajos gozam a sério com o pessoal). Aqui fica uma das ideias mais originais que tiveram, será que o cidadão de hoje em dia aprendeu alguma coisa com a história? Que melhor maneira de testar que recuperar a figura do Cavalo de Troia, um clássico... Os senhores conseguem entrar com o cavalo de madeira (com a barriga cheia de guerreiros gregos totalmente equipados) em vários espaços. Para mim uma das cenas mais engraçadas é quando quase conseguem entrar num quartel do exército! Aparentemente o cidadão normal australiano é um mentecapto e não percebe nada de história, qual seria o resultado da brincadeira na nossa pátria lusa?
Entretanto como voltei ao trabalho, também voltei às distracções corriqueiras para perder tempo útil. Numa das minhas primeiras divagações pós-estio encontrei um programa de TV australiano de partir o côco a rir. As maravilhas da Internet, e do YouTube, permitem-me estas excentricidades. Os autores resolveram baptizar o espaço pseudo-informativo de "Chaser's War on Everything", como o próprio nome indica a abordagem ao Mundo é muito peculiar. Os sacanas lembra-se das coisas mais estapafúrdias para mostrar no programa, e a interactividade com o público é muito importante.
Um dos programas mais engraçados é quando um dos pivot's mostra como pediu o divórcio à parceira... (estes gajos gozam a sério com o pessoal). Aqui fica uma das ideias mais originais que tiveram, será que o cidadão de hoje em dia aprendeu alguma coisa com a história? Que melhor maneira de testar que recuperar a figura do Cavalo de Troia, um clássico... Os senhores conseguem entrar com o cavalo de madeira (com a barriga cheia de guerreiros gregos totalmente equipados) em vários espaços. Para mim uma das cenas mais engraçadas é quando quase conseguem entrar num quartel do exército! Aparentemente o cidadão normal australiano é um mentecapto e não percebe nada de história, qual seria o resultado da brincadeira na nossa pátria lusa?
sexta-feira, agosto 18
All We Ever Wanted
Acabaram as Férias
Foi muito mal educado da minha parte, mas pirei-me de férias sem dizer nem ai nem ui a ninguém. Desde já apresento as minhas desculpas aos leitores deste humilde folhetim. Estou de volta, exausto e esgotado, mas foram três semanas excelentes a andar por aí, eu hei-de contar os detalhes...
domingo, julho 30
Bush Deve Ser Impugnado?
Apareceu recentemente no site da NBC um inquérito online que interroga os visitantes sobre uma eventual impugnação de George W. Bush. Os resultados estão à vista.

A América Neo-Conservadora
O governo nos Estados Unidos mergulhou com a administração Bush numa doutrina claramente conservadora, tanto a nível de política externa como interna. A doutrina em si, apelidada de neo-conservadora, não tem como mentor intelectual o presidente como é óbvio, foi construída pelas pessoas que acompanham mais de perto George W. Bush. Há quem diga que é Dick Cheney que manda hoje em dia no mundo, o que é certo é que são as empresas de Cheney e de Donald Rumsfeld que conseguiram os contratos milionários para a reconstrução do Iraque.
Até aqui nada de novo, uma mão lava a outra, estas negociatas sempre ocorreram nos bastidores da política. Mas neste caso não podemos deixar de nos interrogar, quais foram as verdadeiras razões que levaram à invasão do Iraque, já que armas maciças nem vê-las. Recentemente Bush passou mais uma vez por idiota, quando vetou uma lei que regulava o estudo científico sobre células estaminais, George justificou-se dizendo que se opõe a qualquer atentado à vida humana, e classificou esse tipo de investigação como assassinato. Ora todos sabemos que entretanto continua a morrer gente no Iraque... e que se passa com os presos acusados de terrorismo, que efectivamente perderam todos os direitos e estão a ser detidos em Guantanamo sem supervisão de nenhum orgão internacional.
Há muitos sintomas de um défice democrático, torna-se também visível uma política de desinformação e repressão de ideias existente em território americano, até em agências governamentais. Um dos exemplos mais gritantes da tentativa de suprimir opiniões dissonantes, são as fricções entre a Casa Branca e a Nasa. Estudos levados a cabo pela agência espacial a respeito do aquecimento global continuam a indiciar que é preciso haver uma inversão nas políticas de desenvolvimento e um uso mais cabal de recursos. Coincidência ou não, desapareceu misteriosamente do texto que define a missão da NASA a frase que lhe dá a responsabilidade de investigar e comprrender o nosso planeta Natal.
Mas não fica por aqui a coisa, há bastante mais suspeitas sobre falta de transparência a recair sobre a actual administração republicana. Estão a chegar aos tribunais vários casos de opositores a esta administração que foram detidos durante a campanha eleitoral que deu a última (e apertada) vitória a Bush Júnior. Na sua maioria as detenções visaram evitar a participação do visado nalgum acto de protesto ou de campanha, seguido-se a libertação em seguida. O descontentamento interno cresce, há mais sinais. Tenho curiosidade de ver America: Freedom to Fascism, um filme que exprime exactamente este tipo de preocupações. Não se trata de um exercício de sensacionalismo à la Michael Moore, mas de uma perspectiva histórica que nos quer deixar a pensar, está disponível o trailer online.
Para aguçar ainda mais a curiosidade sobre os planos para a hegemonia americana, ou talvez para provocar um pouco mais, deixo aqui um documentário sobre a dita doutrina neo-conversadora, e o seu pai intelectual, Paul Wolfowitz.
Até aqui nada de novo, uma mão lava a outra, estas negociatas sempre ocorreram nos bastidores da política. Mas neste caso não podemos deixar de nos interrogar, quais foram as verdadeiras razões que levaram à invasão do Iraque, já que armas maciças nem vê-las. Recentemente Bush passou mais uma vez por idiota, quando vetou uma lei que regulava o estudo científico sobre células estaminais, George justificou-se dizendo que se opõe a qualquer atentado à vida humana, e classificou esse tipo de investigação como assassinato. Ora todos sabemos que entretanto continua a morrer gente no Iraque... e que se passa com os presos acusados de terrorismo, que efectivamente perderam todos os direitos e estão a ser detidos em Guantanamo sem supervisão de nenhum orgão internacional.
Há muitos sintomas de um défice democrático, torna-se também visível uma política de desinformação e repressão de ideias existente em território americano, até em agências governamentais. Um dos exemplos mais gritantes da tentativa de suprimir opiniões dissonantes, são as fricções entre a Casa Branca e a Nasa. Estudos levados a cabo pela agência espacial a respeito do aquecimento global continuam a indiciar que é preciso haver uma inversão nas políticas de desenvolvimento e um uso mais cabal de recursos. Coincidência ou não, desapareceu misteriosamente do texto que define a missão da NASA a frase que lhe dá a responsabilidade de investigar e comprrender o nosso planeta Natal.
Mas não fica por aqui a coisa, há bastante mais suspeitas sobre falta de transparência a recair sobre a actual administração republicana. Estão a chegar aos tribunais vários casos de opositores a esta administração que foram detidos durante a campanha eleitoral que deu a última (e apertada) vitória a Bush Júnior. Na sua maioria as detenções visaram evitar a participação do visado nalgum acto de protesto ou de campanha, seguido-se a libertação em seguida. O descontentamento interno cresce, há mais sinais. Tenho curiosidade de ver America: Freedom to Fascism, um filme que exprime exactamente este tipo de preocupações. Não se trata de um exercício de sensacionalismo à la Michael Moore, mas de uma perspectiva histórica que nos quer deixar a pensar, está disponível o trailer online.
Para aguçar ainda mais a curiosidade sobre os planos para a hegemonia americana, ou talvez para provocar um pouco mais, deixo aqui um documentário sobre a dita doutrina neo-conversadora, e o seu pai intelectual, Paul Wolfowitz.
quarta-feira, julho 26
Lisboa Soundz 2006
O sábado passado foi dia de festa! Porquê, qual a romaria? É simples, para quem não se apercebeu o Festival Lisboa Soundz trouxe pela primeira uma das bandas mais influentes dos últimos tempos a Portugal. The Strokes marcaram o (re)início de um daqueles ciclos de que a música é feita, a volta as sonoridades e ao look de tempos idos. Mas teve mais coisas boas este Festival, que apesar de não chamar muito a atenção, já trouxe a Portugal gente tão importante como a Patti Smith em anos anteriores. Este ano o cenário foi o Terraplano de Santos, o formato apenas um dia de concertos, a começar às cinco da tarde e a acabar por volta das duas da manhã.
Sabe sempre bem dar uma voltinha de electrico, sobretudo naqueles novos com ar condicionado, que o calor abrasador não perdoa. Foi pena chegar ao recinto atrasado, já não deu para ver os portugueses You Should Go Ahead. Tinha curiosidade, fica para a próxima. Depois de encontrar a entrada, e de ser apalpado pela polícia lá entrei. O primeiro concerto que assisti foi o de Isobel Campbell, a cantora que já fez parte dos Belle and Sebastian trouxe algumas canções nostálgicas e sonhadoras na bagagem. Mas o lirismo da menina não era compatível com o calor, o público parece que se estava a poupar para dar uns pulos lá mais para a noite. As coisas começaram a aquecer com os brasileiros Los Hermanos, fazem um Pop seguramente nascido de uma mistura multicolor de culturas e ritmos, mas sem soar minimamente a brasileirada foleira. E claro, primeira grande boca da noite estamos orgulhosos de estar no país do futebol, pôs logo a malta toda a puxar por eles enquanto andavam aos toques ao esférico pelo palco.
Mas o primeiro momento grande da noite (pelo menos para mim) estava a chegar. Os She Wants Revenge subiram ao palco e o ritmo marcado da música começou a agitar as hostes. Confesso que me intrigava muito a banda, como seriam ao vivo, se estariam à altura. Nas gravações, nunca se tem a certeza, a produção pode ser excelente e a banda uma treta. Mas eles estiveram à altura, conseguiram levar o público ao rubro, com as pessoas a baterem palmas entusiasticamente (coisa que só seria repetida no grand finale da noite). Os Dirty Pretty Things foram competentes, tocaram uma série de músicas interessantes, incluindo aquela mais pegadiça que passa na rádio, bang bang e tal. Não fiquei muito entusiasmado, mas também so já pensava no prato forte.
Os Strokes entraram em força, a energia polarizou toda a gente , ao fim ao cabo a maioria dos presentes estava lá para isto. Começaram pelas músicas do último album, mas foram claro por todo o reportório, com as canções de Is This It a receberem um tratamento quase eufórico por parte do público. Confesso que por esta altura já estava todo partido, muitas horas de pé sem nenhum cantinho para descansar tinham feito mossa. Mas instantaneamente recuperei, e tornei-me parte da multidão saltitante. Multidão composta na sua maioria por gente envergando t-shirt, calças de ganga e all-stars imitando quem estava em cima do palco. A performance musical deixou-nos a todos entusiasmados. Mas mais, ainda houve tempo para momentos quase poéticos, como quando Julian Casablancas num interlúdio entre duas músicas, ao contemplar a roulotte Psicológico (já lendária por percorrer todos os anos os festivais por esse país fora) profere a singela afirmação: psychological hot dog! thats a good name for a band!
Sabe sempre bem dar uma voltinha de electrico, sobretudo naqueles novos com ar condicionado, que o calor abrasador não perdoa. Foi pena chegar ao recinto atrasado, já não deu para ver os portugueses You Should Go Ahead. Tinha curiosidade, fica para a próxima. Depois de encontrar a entrada, e de ser apalpado pela polícia lá entrei. O primeiro concerto que assisti foi o de Isobel Campbell, a cantora que já fez parte dos Belle and Sebastian trouxe algumas canções nostálgicas e sonhadoras na bagagem. Mas o lirismo da menina não era compatível com o calor, o público parece que se estava a poupar para dar uns pulos lá mais para a noite. As coisas começaram a aquecer com os brasileiros Los Hermanos, fazem um Pop seguramente nascido de uma mistura multicolor de culturas e ritmos, mas sem soar minimamente a brasileirada foleira. E claro, primeira grande boca da noite estamos orgulhosos de estar no país do futebol, pôs logo a malta toda a puxar por eles enquanto andavam aos toques ao esférico pelo palco.
Mas o primeiro momento grande da noite (pelo menos para mim) estava a chegar. Os She Wants Revenge subiram ao palco e o ritmo marcado da música começou a agitar as hostes. Confesso que me intrigava muito a banda, como seriam ao vivo, se estariam à altura. Nas gravações, nunca se tem a certeza, a produção pode ser excelente e a banda uma treta. Mas eles estiveram à altura, conseguiram levar o público ao rubro, com as pessoas a baterem palmas entusiasticamente (coisa que só seria repetida no grand finale da noite). Os Dirty Pretty Things foram competentes, tocaram uma série de músicas interessantes, incluindo aquela mais pegadiça que passa na rádio, bang bang e tal. Não fiquei muito entusiasmado, mas também so já pensava no prato forte.
Os Strokes entraram em força, a energia polarizou toda a gente , ao fim ao cabo a maioria dos presentes estava lá para isto. Começaram pelas músicas do último album, mas foram claro por todo o reportório, com as canções de Is This It a receberem um tratamento quase eufórico por parte do público. Confesso que por esta altura já estava todo partido, muitas horas de pé sem nenhum cantinho para descansar tinham feito mossa. Mas instantaneamente recuperei, e tornei-me parte da multidão saltitante. Multidão composta na sua maioria por gente envergando t-shirt, calças de ganga e all-stars imitando quem estava em cima do palco. A performance musical deixou-nos a todos entusiasmados. Mas mais, ainda houve tempo para momentos quase poéticos, como quando Julian Casablancas num interlúdio entre duas músicas, ao contemplar a roulotte Psicológico (já lendária por percorrer todos os anos os festivais por esse país fora) profere a singela afirmação: psychological hot dog! thats a good name for a band!

segunda-feira, julho 24
McDonalds's Videogame
Vou cair um bocado no estereótipo ao falar mal do McDonald's, mas que se lixe, é por uma boa causa. Com o terror das vacas loucas aí à uns tempos, já toda a gente sabe que a vacas são canibais. É normal o uso de desperdícios obtidos a partir de carcaças de animais abatidos para a elaboração de farinhas animais, que irão por sua vez alimentar uma nova geração de animais. Talvez o que muita gente não saiba, é que outro produto usado para a engorda é a farinha de soja. Pois é, parece bem mais saudável que a farinha animal, mas também tem os seus custos, como quantidade a floresta amozónica que é abatida todos os anos para dar lugar a terrenos de cultivo. A terra é barata, mas pouco fértil, mas isso não interessa... enquanto houver árvores para derrubar.
Estes, e outros detalhes suculentos sobre a gestão da multinacional podem ser descobertos num joguito de estratégia que deixo aqui. Uma paródia, bem engraçada e ilustrativa, que nos permite brincar a dirigir o gigante da fast food, o objectivo final, como é óbvio, é o lucro.
Estes, e outros detalhes suculentos sobre a gestão da multinacional podem ser descobertos num joguito de estratégia que deixo aqui. Uma paródia, bem engraçada e ilustrativa, que nos permite brincar a dirigir o gigante da fast food, o objectivo final, como é óbvio, é o lucro.

A Lula e a Baleia
Já passaram uns dias desde que fui vêr este filme, mas não quero deixar de fazer um pequeno comentário. Quem tenha lido a sinopse, ou visto a apresentação, sabe que se trata de um drama sobre a família. O drama não é propriamente um dos géneros preferidos do público, ainda por cima quando não aparecem nem gajos bons nem gajas boas. E sim, o leit-motif que serve de base a toda a história já está um bocado batido, o divórcio dum casal, os conflitos gerados a partir daí, a experiência dos filhos. Mas apesar de tudo isso, a apresentação agradou-me, e como o filme até está mais ou menos bem cotado, lá fui eu ver a longa-metragem.
Desde logo uma das coisas que me chamou a atenção foi a fotografia, todo o filme parece que foi rodado com uma handy-cam, não foi, mas a impressão que a imagem nos transmite é essa. Os planos, as cores, o grão na imagem, tornam toda a acção muito próxima. Fez-me um pouco lembrar o HI-8, e creio que esta escolha de ambiente foi bem intencional, tanto pela dita familiaridade e proximidade com que olhamos para o ecrã, mas também para nos situar temporalmente num passado recente. É curioso que o filme não mostra em nenhum momento imagens que possam ser consideradas chocantes, mas tem bastante referências ao sexo, e referências evidentes sem complexos. Talvez por isso no EUA tenha sido classificado Rated R for strong sexual content, graphic dialogue and language, na Europa somos mais brandos, o filme é M/16.
Não vou falar muito sobre a história em si, o guião foi inspirado em factos reais, e a accção acontece no seio duma família um pouco elitista, um casal de escritores e os seus filhos. À partida tudo parece cor-de-rosa, ou nem por isso. Afinal o casamento está em crise há bastante tempo, e a separação é inevitável. Acontece assim, tão rápido como isso. Uma separação amigável, que depois vai azedando, verdades que são sendo reveladas, no meio disso tudo duas personagens cuja personalidade está em formação. Em crianças, ou até jovens adultos imitamos os nossos modelos, queremos ser iguais aos nosso ídolos. E quer queirasmos quer não, também seguimos os padrões de comportamento que observamos nas pessoas que nos estão mais próxima, os pais. Torna-se dificil lidar com a realidade, com a falibilidade dos nossos modelos, faz parte do crescimento. A desorientação é natural, o processo ainda é mais doloroso quando os rebentos do casal são obrigados a enfrenta-lo duma forma precoce. No fim de contas este filme não é sobre divórcios, é sobre crescer.
Desde logo uma das coisas que me chamou a atenção foi a fotografia, todo o filme parece que foi rodado com uma handy-cam, não foi, mas a impressão que a imagem nos transmite é essa. Os planos, as cores, o grão na imagem, tornam toda a acção muito próxima. Fez-me um pouco lembrar o HI-8, e creio que esta escolha de ambiente foi bem intencional, tanto pela dita familiaridade e proximidade com que olhamos para o ecrã, mas também para nos situar temporalmente num passado recente. É curioso que o filme não mostra em nenhum momento imagens que possam ser consideradas chocantes, mas tem bastante referências ao sexo, e referências evidentes sem complexos. Talvez por isso no EUA tenha sido classificado Rated R for strong sexual content, graphic dialogue and language, na Europa somos mais brandos, o filme é M/16.
Não vou falar muito sobre a história em si, o guião foi inspirado em factos reais, e a accção acontece no seio duma família um pouco elitista, um casal de escritores e os seus filhos. À partida tudo parece cor-de-rosa, ou nem por isso. Afinal o casamento está em crise há bastante tempo, e a separação é inevitável. Acontece assim, tão rápido como isso. Uma separação amigável, que depois vai azedando, verdades que são sendo reveladas, no meio disso tudo duas personagens cuja personalidade está em formação. Em crianças, ou até jovens adultos imitamos os nossos modelos, queremos ser iguais aos nosso ídolos. E quer queirasmos quer não, também seguimos os padrões de comportamento que observamos nas pessoas que nos estão mais próxima, os pais. Torna-se dificil lidar com a realidade, com a falibilidade dos nossos modelos, faz parte do crescimento. A desorientação é natural, o processo ainda é mais doloroso quando os rebentos do casal são obrigados a enfrenta-lo duma forma precoce. No fim de contas este filme não é sobre divórcios, é sobre crescer.

You Only Live Once
Oooooh
Some people think they're always right
Others are quiet and uptight
Others they seem so very nice nice nice nice nice oh oh
Inside they might feel sad and wrong
Oh no
29 different attributes
And only 7 that you like, uh oh
20 ways to see the world, oh oh
Or 20 ways to start a fight
Oh don't dont don't
Get up
I can't see the sunshine
I'll be waiting for you baby
'Cause I'm through
Sit me down
Shut me up
I'll calm down
And I'll get along with you
Ooooooo-ooooo-ooooooh
A man don't notice what they got
Women think of that a lot
1000 ways to please your man oh oh
And neither one requires a plan
Countless odd religions too
It doesn't matter which you choose
One stubborn way to turn your back
This I've tried and now refused
Oh don't don't don't
Get up
I can't see the sunshine
I'll be waiting for you, baby
'Cause I'm through
Sit me down
Shut me up
I'll calm down
And I'll get along with you
Alright..
Shut me up
Shut me up up up up up
And I'll get along with you...
The Strokes
Some people think they're always right
Others are quiet and uptight
Others they seem so very nice nice nice nice nice oh oh
Inside they might feel sad and wrong
Oh no
29 different attributes
And only 7 that you like, uh oh
20 ways to see the world, oh oh
Or 20 ways to start a fight
Oh don't dont don't
Get up
I can't see the sunshine
I'll be waiting for you baby
'Cause I'm through
Sit me down
Shut me up
I'll calm down
And I'll get along with you
Ooooooo-ooooo-ooooooh
A man don't notice what they got
Women think of that a lot
1000 ways to please your man oh oh
And neither one requires a plan
Countless odd religions too
It doesn't matter which you choose
One stubborn way to turn your back
This I've tried and now refused
Oh don't don't don't
Get up
I can't see the sunshine
I'll be waiting for you, baby
'Cause I'm through
Sit me down
Shut me up
I'll calm down
And I'll get along with you
Alright..
Shut me up
Shut me up up up up up
And I'll get along with you...
The Strokes

quarta-feira, julho 19
Um Luau em Fronteira
Confesso que os meus níveis de paciência andam muito em baixo. Exasperado, inquieto, cansado, aborrecido. A causa é simples, ando a precisar urgentemente de férias, de descansar, de não ter de fazer um esforço enorme para me obrigar a mim mesmo a pensar ou a mexer. As férias aproximam-se é certo, a liberdade chega já no fim deste mês, mas até lá parece que os dias e as semanas crescem e se alongam interminavalmente.
A sorte da coisa é que ainda se vão aproveitando os fins de semana... Como este em que fui descobrir uma maravilha do meu Alentejo que até agora desconhecia. O Canholas fez anos este domingo e teve a excelente ideia de celebrar a ocasião de uma forma diferente, quando me comunicaram a localização da festa à última da hora achei um pouco estranho. "Vamos para Fronteira que o resto do pessoal já lá está", eu já sabia da existência duma praia fluvial... Mas quando cheguei e contemplei o cenário, foi avassalador, achei perfeito. A paisagem e a beleza do entorno lá conseguiram tornar o calor abrasador mais ameno (a proximidade da água também ajudou um pouco). É realmente um sítio magnífico, e o cenário ideal para uma festa na praia, sem areia, mas também a areia só incomoda. Não conheci a povoação em si, nem os nativos, bastou-me aquele pedaço de relva e de rio como pano de fundo para uma noite bem passada. Também descobri que não gosto de Kalimotxo, felizmente havia cerveja com fartura!
Ainda me deu tempo a tirar algumas fotos, antes de atingir um estado ébrio muito acentuado (traduzindo para miúdos, antes de ficar podre de bêbado). Podem espreitar no meu álbum.
A sorte da coisa é que ainda se vão aproveitando os fins de semana... Como este em que fui descobrir uma maravilha do meu Alentejo que até agora desconhecia. O Canholas fez anos este domingo e teve a excelente ideia de celebrar a ocasião de uma forma diferente, quando me comunicaram a localização da festa à última da hora achei um pouco estranho. "Vamos para Fronteira que o resto do pessoal já lá está", eu já sabia da existência duma praia fluvial... Mas quando cheguei e contemplei o cenário, foi avassalador, achei perfeito. A paisagem e a beleza do entorno lá conseguiram tornar o calor abrasador mais ameno (a proximidade da água também ajudou um pouco). É realmente um sítio magnífico, e o cenário ideal para uma festa na praia, sem areia, mas também a areia só incomoda. Não conheci a povoação em si, nem os nativos, bastou-me aquele pedaço de relva e de rio como pano de fundo para uma noite bem passada. Também descobri que não gosto de Kalimotxo, felizmente havia cerveja com fartura!
Ainda me deu tempo a tirar algumas fotos, antes de atingir um estado ébrio muito acentuado (traduzindo para miúdos, antes de ficar podre de bêbado). Podem espreitar no meu álbum.

terça-feira, julho 18
Loose Change
Michael Moore após o êxito conseguido com o documentário sobre a matança no liceu de Columbine, continuou com os temas polémicos e trouxe à luz alguns factos preocupantes sobre os atentados do 11 de Setembro em Nova Iorque. A aparente calma de Bush e alguns relatórios e declarações contraditórios por parte de fontes oficiais foram denunciados. Mas houve mais quem se dedicasse a explorar as teorias de conspiração ligadas aos atentados, hoje trago aqui um documentário realizado de forma independente. De uma forma "caseira" pode dizer-se. Conheci o filme através de um artigo na Vanity Fair. A verdade é que o documentário em si não destaca pela qualidade, mas sim pelas perguntas que levanta. É também um bom exemplo do que um meio aberto como a Internet pode fazer para difundir a opinião dos cidadãos.
Etiquetas:
internacional,
política,
sociedade
segunda-feira, julho 17
RCRIART
quarta-feira, julho 12
A Venda Online Muda as Regras do Jogo
Copiando descaradamente o Nuno Galopim, do sound + vision:
Os números do relatório da Nielsen sobre o comportamento do mercado da música gravada no primeiro semestre de 2006 revelou que o número de downloads (legais) de álbuns na íntegra, ou seja, uma contabilidade que não soma a ainda mais vasta quantidade de faixas vendidas avulso, atingiu nestes seis meses um total de 14 milhões de unidades, apenas nos EUA. Há um ano, o primeiro semestre de 2005 tinha assistido a vendas na ordem dos 6,5 milhões, o que traduz um aumento, espantoso, de 77 por cento. Há um argumento válido na explicação da queda no retalho tradicional: o facto de não ter havido ainda este ano um lote de álbuns multi-platinados, que por si só geram vendas em grande escala. Mas, como deixou claro o editor da Wired, Chris Anderson, num livro que acabou de publicar, a era dos álbuns "blockbuster" está a terminar e o novo comportamento do consumidor de música, mais atento à Internet, começa a interverir visivelmente nestes números em queda do mercado (e sua oferta) tradicional. O relatório mostra ainda que, como se esperava, os consumidores estão a optar pela compra de faixas avulso, em vez de adquirir álbuns na sua totalidade.
Quererá isto dizer que no futuro vamos ter um público mais inteligente e selectivo, que não vais atrás dos top's, dos discos de ouro, playlists e outras técnicas de marketing que dominam o mercado hoje em dia? Espero que sim.
Os números do relatório da Nielsen sobre o comportamento do mercado da música gravada no primeiro semestre de 2006 revelou que o número de downloads (legais) de álbuns na íntegra, ou seja, uma contabilidade que não soma a ainda mais vasta quantidade de faixas vendidas avulso, atingiu nestes seis meses um total de 14 milhões de unidades, apenas nos EUA. Há um ano, o primeiro semestre de 2005 tinha assistido a vendas na ordem dos 6,5 milhões, o que traduz um aumento, espantoso, de 77 por cento. Há um argumento válido na explicação da queda no retalho tradicional: o facto de não ter havido ainda este ano um lote de álbuns multi-platinados, que por si só geram vendas em grande escala. Mas, como deixou claro o editor da Wired, Chris Anderson, num livro que acabou de publicar, a era dos álbuns "blockbuster" está a terminar e o novo comportamento do consumidor de música, mais atento à Internet, começa a interverir visivelmente nestes números em queda do mercado (e sua oferta) tradicional. O relatório mostra ainda que, como se esperava, os consumidores estão a optar pela compra de faixas avulso, em vez de adquirir álbuns na sua totalidade.
Quererá isto dizer que no futuro vamos ter um público mais inteligente e selectivo, que não vais atrás dos top's, dos discos de ouro, playlists e outras técnicas de marketing que dominam o mercado hoje em dia? Espero que sim.
segunda-feira, julho 10
Bússola Política

Normalmente não ligo a mínima àqueles testes da treta que aparecem na web, normalmente baseados em príncipios de pseudo-psicologia. Testes de personalidade, para detectar depressões, ou determinar o quoficiente de inteligência. Tudo isto a mim me parece banha de cobra. Mas hoje fiz um teste que achei muito engraçado, não pela validade da avalição, mas porque tem por trás um olhar diferente sobre a política que se sobrepõe à visão unidimensional tradicional. Apenas Direita e Esquerda já não servem para definir o espectro político. Após fazer o teste da bússola politica, é-nos oferecida uma explicação mais ou menos teórica (mas breve) sobre a questão. E claro, podemos sempre vêr a que personalidade famosa nos podemos comparar em termos de opiniões. Eu fui calhar muito perto do Dalai Lama e do Ghandi! Serei um santo?
Estados Falhados
Noam Chomsky é um linguista, filósofo e activista político. Dá aulas no MIT, e a sua obra e génio são tão vastos que tanto se aplicam ao estudo das linguas, psicologia, sociologia, até na ciência computacional. Nunca se envergonhou de dar a sua opinião (normalmente polémica) sobre a política e o estado do seu país. No seu último livro "Failed States: The Abuse of Power and the Assault on Democracy" afirma que os EUA são um estado falhado uma vez que é incapaz ou não tem a vontade de proteger os interesses do seus cidadãos, e que o seu governo se julga acima das normas internacionais. Aqui fica uma entrevista sobre o tal livro, onde são explicadas muitas das opiniões, e se fala sobre assuntos bem actuais. Os temas são tratados numa óptica doméstica (Estados Unidos da América), mas é óbvio que são de interesse geral, as acções de um país tão grande repercutem-se sobre todos nós.
A segunda parte está disponível aqui.
A segunda parte está disponível aqui.
segunda-feira, julho 3
Governo Electrónico
Parece que um dos vectores cruciais na estratégia do governo para melhorar a qualidade dos serviços prestados pelo funcionalismo público, é ir disponibilizando cada vez mais serviços na Internet. E-Government, é como se chama, o nome pomposo. Na realidade trata-se apenas de senso comum. Poupa-se dinheiro do Estado, em instalações e funcionários e poupa-se o tempo e maçadas aos cidadãos e contribuintes. As últimas novidade são a possibilidade de constituir uma empresa online, sem ser necessário passar por nenhuma repartição ou secretaria, e publicação online livre e gratuita do Diário da República.
Pessoalmente posso dizer que onde noto mais esta estratégia é em matéria de impostos. Já me habituei à boa vida, preencher a declaração de rendimentos a partir de casa, enviar a partir de casa, e ter uma pré-validação logo ali. Este ano tornou-se possível fazer a liquidação do Imposto Municipal sobre Veículos, ou seja comprar o selo do carro, online. É fazer login, aparece lá a matrículo do nosso carrito (ou carritos, para quem tiver muita guita), põe-se uma cruzinha e já está. O selo aparece-nos em casa dias depois. Assim até dá gosto.
Uma vez as repartições publicas modernizadas e virtualizadas, trazidas para o ciberespaço, só já falta a parte mais difícil da questão. Acabar com estereótipo do funcionário público. O gajo que chega ao trabalho às oito da manhã, bebe o cafézinho à borla na máquina que há lá na repartição, pica o ponto (para ele e para algum colega que nesse dia não pode aparecer). Pouco tempo depois sai para comprar o jornal (o jornal desportivo claro), volta por volta das dez e meia ou onze... Fica um bocado na conversa com a malta, o assunto não interessa muito, pode ser a última contratação do Benfica, ou pode ser a greve geral da semana que vem. Por volta do meio-dia está na hora de sair para almoçar. Lá para as três da tarde volta-se, com má cara claro, que não cabe na cabeça de ninguem trabalhar à hora da sesta. Dá para atender uma ou duas pessoas que estão quase a desesperar da espera... Entretanto fazem-se quatro da tarde, e adeus que se faz tarde! Das senhoras nem falo... É um bocado frustante estar num guichet, depois de ter esperado uma hora, e uma senhora muito descansada dizer-nos: ah isso não é aqui, tem de dirigir-se ao segundo andar para comprar o impresso, isto enquando lima a unhas descontraidamente. Acaba com os nervos de qualquer um.
Concerteza algum funcionário público que leia o parágrafo anterior vai-se sentir ofendido. Alguns com razão, porque realmente trabalham. Mas esses são a excepção, e felicito-os, porque deve ser extremante difícil remar contra a maré num mar de privilégios e preguiça instituída. Os outros, os que criaram o esteriótipo, podiam-nos mandar todos para a reforma, já!
Pessoalmente posso dizer que onde noto mais esta estratégia é em matéria de impostos. Já me habituei à boa vida, preencher a declaração de rendimentos a partir de casa, enviar a partir de casa, e ter uma pré-validação logo ali. Este ano tornou-se possível fazer a liquidação do Imposto Municipal sobre Veículos, ou seja comprar o selo do carro, online. É fazer login, aparece lá a matrículo do nosso carrito (ou carritos, para quem tiver muita guita), põe-se uma cruzinha e já está. O selo aparece-nos em casa dias depois. Assim até dá gosto.
Uma vez as repartições publicas modernizadas e virtualizadas, trazidas para o ciberespaço, só já falta a parte mais difícil da questão. Acabar com estereótipo do funcionário público. O gajo que chega ao trabalho às oito da manhã, bebe o cafézinho à borla na máquina que há lá na repartição, pica o ponto (para ele e para algum colega que nesse dia não pode aparecer). Pouco tempo depois sai para comprar o jornal (o jornal desportivo claro), volta por volta das dez e meia ou onze... Fica um bocado na conversa com a malta, o assunto não interessa muito, pode ser a última contratação do Benfica, ou pode ser a greve geral da semana que vem. Por volta do meio-dia está na hora de sair para almoçar. Lá para as três da tarde volta-se, com má cara claro, que não cabe na cabeça de ninguem trabalhar à hora da sesta. Dá para atender uma ou duas pessoas que estão quase a desesperar da espera... Entretanto fazem-se quatro da tarde, e adeus que se faz tarde! Das senhoras nem falo... É um bocado frustante estar num guichet, depois de ter esperado uma hora, e uma senhora muito descansada dizer-nos: ah isso não é aqui, tem de dirigir-se ao segundo andar para comprar o impresso, isto enquando lima a unhas descontraidamente. Acaba com os nervos de qualquer um.
Concerteza algum funcionário público que leia o parágrafo anterior vai-se sentir ofendido. Alguns com razão, porque realmente trabalham. Mas esses são a excepção, e felicito-os, porque deve ser extremante difícil remar contra a maré num mar de privilégios e preguiça instituída. Os outros, os que criaram o esteriótipo, podiam-nos mandar todos para a reforma, já!

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