O sábado passado foi dia de festa! Porquê, qual a romaria? É simples, para quem não se apercebeu o Festival Lisboa Soundz trouxe pela primeira uma das bandas mais influentes dos últimos tempos a Portugal. The Strokes marcaram o (re)início de um daqueles ciclos de que a música é feita, a volta as sonoridades e ao look de tempos idos. Mas teve mais coisas boas este Festival, que apesar de não chamar muito a atenção, já trouxe a Portugal gente tão importante como a Patti Smith em anos anteriores. Este ano o cenário foi o Terraplano de Santos, o formato apenas um dia de concertos, a começar às cinco da tarde e a acabar por volta das duas da manhã.
Sabe sempre bem dar uma voltinha de electrico, sobretudo naqueles novos com ar condicionado, que o calor abrasador não perdoa. Foi pena chegar ao recinto atrasado, já não deu para ver os portugueses You Should Go Ahead. Tinha curiosidade, fica para a próxima. Depois de encontrar a entrada, e de ser apalpado pela polícia lá entrei. O primeiro concerto que assisti foi o de Isobel Campbell, a cantora que já fez parte dos Belle and Sebastian trouxe algumas canções nostálgicas e sonhadoras na bagagem. Mas o lirismo da menina não era compatível com o calor, o público parece que se estava a poupar para dar uns pulos lá mais para a noite. As coisas começaram a aquecer com os brasileiros Los Hermanos, fazem um Pop seguramente nascido de uma mistura multicolor de culturas e ritmos, mas sem soar minimamente a brasileirada foleira. E claro, primeira grande boca da noite estamos orgulhosos de estar no país do futebol, pôs logo a malta toda a puxar por eles enquanto andavam aos toques ao esférico pelo palco.
Mas o primeiro momento grande da noite (pelo menos para mim) estava a chegar. Os She Wants Revenge subiram ao palco e o ritmo marcado da música começou a agitar as hostes. Confesso que me intrigava muito a banda, como seriam ao vivo, se estariam à altura. Nas gravações, nunca se tem a certeza, a produção pode ser excelente e a banda uma treta. Mas eles estiveram à altura, conseguiram levar o público ao rubro, com as pessoas a baterem palmas entusiasticamente (coisa que só seria repetida no grand finale da noite). Os Dirty Pretty Things foram competentes, tocaram uma série de músicas interessantes, incluindo aquela mais pegadiça que passa na rádio, bang bang e tal. Não fiquei muito entusiasmado, mas também so já pensava no prato forte.
Os Strokes entraram em força, a energia polarizou toda a gente , ao fim ao cabo a maioria dos presentes estava lá para isto. Começaram pelas músicas do último album, mas foram claro por todo o reportório, com as canções de Is This It a receberem um tratamento quase eufórico por parte do público. Confesso que por esta altura já estava todo partido, muitas horas de pé sem nenhum cantinho para descansar tinham feito mossa. Mas instantaneamente recuperei, e tornei-me parte da multidão saltitante. Multidão composta na sua maioria por gente envergando t-shirt, calças de ganga e all-stars imitando quem estava em cima do palco. A performance musical deixou-nos a todos entusiasmados. Mas mais, ainda houve tempo para momentos quase poéticos, como quando Julian Casablancas num interlúdio entre duas músicas, ao contemplar a roulotte Psicológico (já lendária por percorrer todos os anos os festivais por esse país fora) profere a singela afirmação: psychological hot dog! thats a good name for a band!
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