Já falei aqui anteriormente em Paul Wolfowitz, o pai ideológico de algumas estratégias do actual governo americano. Neste momento Presidente do Banco Mundial, o desempenho das suas funções obriga-o a viajar muito e a visitar diferentes culturas. Uma recente visita à Turquia o mundo teve a oportunidade de espreitar uma parte da sua intimidade, mais concretamente os pés, ao entrar numa mesquita Paul descalçou-se como dita a tradição e deixou à vista de todos os buracos nas suas meias. Tal como os buracos na estratégia para o Iraque são difíceis de disfarçar...
quarta-feira, janeiro 31
segunda-feira, janeiro 29
Amanhã Já Temos Vista
Foi um longo e penoso caminho para a Microsoft, depois de muitas promessas, muitos atrasos, e de bastantes agitações internas para pôr o produto cá fora (foi necessário deixar muitas funcionalidades novas de fora) o novo sistema operativo da Microsoft vai ser posto à venda em Portugal a partir da meia-noite.
É claro que está rodeado pela polémica... se nos abstrairmos da publicidade e da campanha de marketing encenada nos mais diversos media, a verdade é que não há grande novidade. Uma série de características apresentadas como inovadoras ou revolucionárias já estão disponíveis noutros produtos há imenso tempo como a interface gráfica Aero que foi fortemente inspirada no kit gráfico da Apple, basta dar uma olhada no Mac OS X. Mas é preciso chamar a atenção para a camada de DRM (Digital Rights Management). Uma camada que está lá, não para trazer funcionalidade ao utilizador, mas para proteger os interesses económicos dos fornecedores de conteúdos. Na tentativa de evitar a pirataria, o sistema introduz uma série de protecções que acabam por consumir muitos mais recursos do que seria normal, ao mesmo tempo que o seu proprietário é forçado a abdicar de alguns dos seus direitos (mais sobre isto aqui, explicação técnica e detalhada aqui). Isto sem falar na confusão de versões e de opções.
É claro que está rodeado pela polémica... se nos abstrairmos da publicidade e da campanha de marketing encenada nos mais diversos media, a verdade é que não há grande novidade. Uma série de características apresentadas como inovadoras ou revolucionárias já estão disponíveis noutros produtos há imenso tempo como a interface gráfica Aero que foi fortemente inspirada no kit gráfico da Apple, basta dar uma olhada no Mac OS X. Mas é preciso chamar a atenção para a camada de DRM (Digital Rights Management). Uma camada que está lá, não para trazer funcionalidade ao utilizador, mas para proteger os interesses económicos dos fornecedores de conteúdos. Na tentativa de evitar a pirataria, o sistema introduz uma série de protecções que acabam por consumir muitos mais recursos do que seria normal, ao mesmo tempo que o seu proprietário é forçado a abdicar de alguns dos seus direitos (mais sobre isto aqui, explicação técnica e detalhada aqui). Isto sem falar na confusão de versões e de opções.
Cunhal & Salazar
Houve por aí uma votação para eleger os maiores portugueses de sempre, começou na televisão. Mas os ecos da votação, chegaram à imprensa escrita e à blogosfera claro. António de Oliveira Salazar, e Álvaro Cunhal. Duas das personagens elegidas parecem extremamente antagónicas, mas verdade seja dita representam muito bem a sua época, representam muito bem o Portugal que tivemos, e o que temos. Que têm o ditador e o revolucionário em comum, e o que os separa já fez correr muita tinta, e podem ir à vossa papelaria ou hemeroteca para aprender um pouco. Só queria chamar a atenção para um comentário do contra na Grande Loja do Queijo Limiano, que apesar de breve tem um tom que me agrada. Explica sucintamente porque alguém votou em Salazar, e mais ainda, porque votaram com razão. Oponho-me ideologicamente ao fascismo, mas a verdade é que ficou muita obra feita do Estado Novo. Parece-me mais que tudo uma crítica à democracia que temos.
segunda-feira, janeiro 22
Medo do Escuro
Uma noite mal dormida deu-me tempo para pensar nesta e noutras coisas, reflexões, pensamentos, sono perdido...
Realmente acho que não tenho medo do escuro, pelo menos na definição literal, não tenho problemas em estar às escuras. Ainda adolescente quando apanhava uma bezana das grandes e entrava a casa de madrugada enfiava-me sorrateiramente em casa, não acendia a luz como é óbvio, e tentava-me arrastar até ao quarto sem alertar ninguém. Claro que muitas vezes a iniciativa era gorada pelo minha descoordenação psico-motora natural, agravada pelos eflúvios do álcool. Tropeçava nisto ou naquilo e depois a bronca ainda era maior, mas voltando ao tema que me traz aqui hoje, nunca temi tactear o meu caminho.
O estar deitado às escuras é outra história, não me é confortável. Sempre tive, e continuo a ter o hábito de cobrir-me completamente, aninhar-me nos lençóis, e esconder-me como uma lagarta se esconde no seu casulo. Logo logo me desvaneço nos braços da noite. Quando assim não acontece é mau sinal, fico deitado a contemplar o tecto às escuras. O negro da noite não tarda em transformar-se, pensamentos, congeminações e planos reflectem-se nas minhas pálpebras. E nesses dias não há quem pregue olho. Não me assusto com as sombras, mas com as imagens que me assaltam. Obstáculos invisíveis revelam-se, tarefas titânicas esmagam-me. São noites sem descanso. Sem luz que me guie no escuro, tenho de confiar na intuição, que me leve até porto seguro.
Realmente acho que não tenho medo do escuro, pelo menos na definição literal, não tenho problemas em estar às escuras. Ainda adolescente quando apanhava uma bezana das grandes e entrava a casa de madrugada enfiava-me sorrateiramente em casa, não acendia a luz como é óbvio, e tentava-me arrastar até ao quarto sem alertar ninguém. Claro que muitas vezes a iniciativa era gorada pelo minha descoordenação psico-motora natural, agravada pelos eflúvios do álcool. Tropeçava nisto ou naquilo e depois a bronca ainda era maior, mas voltando ao tema que me traz aqui hoje, nunca temi tactear o meu caminho.
O estar deitado às escuras é outra história, não me é confortável. Sempre tive, e continuo a ter o hábito de cobrir-me completamente, aninhar-me nos lençóis, e esconder-me como uma lagarta se esconde no seu casulo. Logo logo me desvaneço nos braços da noite. Quando assim não acontece é mau sinal, fico deitado a contemplar o tecto às escuras. O negro da noite não tarda em transformar-se, pensamentos, congeminações e planos reflectem-se nas minhas pálpebras. E nesses dias não há quem pregue olho. Não me assusto com as sombras, mas com as imagens que me assaltam. Obstáculos invisíveis revelam-se, tarefas titânicas esmagam-me. São noites sem descanso. Sem luz que me guie no escuro, tenho de confiar na intuição, que me leve até porto seguro.
sexta-feira, janeiro 19
Votar Sim dá Direito a Excomunhão Automática
Os cristãos que vão votar 'sim' no referendo serão alvo de excomunhão automática, a mais pesada das censuras eclesiásticas.
É ridículo não é? Dei com a notícia na Grande Loja do Queijo Limiano, mas foi publicada originalmente no Diário de Notícias. Também vale a pena ler o artigo no Random Precision.
É ridículo não é? Dei com a notícia na Grande Loja do Queijo Limiano, mas foi publicada originalmente no Diário de Notícias. Também vale a pena ler o artigo no Random Precision.
terça-feira, janeiro 16
O Principezinho (de La Féria)
Mais uma montanha de tempo sem escrever... não é bloqueio de escritor, só preguiça, os pensamentos ultimamente absorvem-me. Vamos lá pôr a coisa em dia, normalmente quando vou ao cinema ou ao teatro faço um comentário, há umas coisas atrasadas.
No fim de semana passado volvi ao Teatro Politeama para assistir a mais uma adaptação de Filipe La Féria. O livro O Principezinho de Saint-Exupéry acho que perdura no imaginário de todos aqueles que tiveram a oportunidade de o ler. Se calhar classificado como livro para crianças, é muito mais do que isso. As personagens e situações parecem um sonho infantil e mirabolante, mas contam muito. Da jibóia ao homem de negócios todos metáforas, o fito talvez tenha sido explicar o mundo dos adultos na linguagem de uma criança, retratando-o com imagens de fantasia. Talvez seja o contrário, talvez seja o olhar de uma criança sobre o que a rodeia. Um olhar astuto e sagaz mas ao mesmo tempo cândido e inocente. Obra de um piloto de aviões, com a inclinação para escrever sobre as suas aventuras, ficou este livro adequado a todas as idades.
Existem várias adaptações, inclusive um filme, para mim nada conseguiu igualar a beleza do livro. Continuo a pensar o mesmo após ter ido ao Politeama ver a peça do La Féria. Até vou mais longe, aquilo foi um bocado fraquinho. O palco e um ecrã de fundo, actores e desenho animado, revezaram-se para ir contando a aventura do pequeno rapazinho de caracóis dourados. Os desenhos um pouco pobres, a cenografia também. Isto talvez passasse despercebido, se as personagens e as suas histórias estivessem bem delineadas, se conseguissem transmitir aquele olhar de que falava à pouco. Houve alguma originalidade na personificação de alguns intervenientes no livro mas estava à espera de mais, sobretudo depois da grata surpresa que levei da última vez. E desengane-se quem já viu esta peça apresentada como um musical, a música foi parca, as canções penosas! Alguém poderia ripostar que houve a necessidade de simplificar a coisa, para benefício dos mais novos. Não aceito esse argumento, simplesmente porque o livro é acessível a miúdos e graúdos, e é genial.
No fim de semana passado volvi ao Teatro Politeama para assistir a mais uma adaptação de Filipe La Féria. O livro O Principezinho de Saint-Exupéry acho que perdura no imaginário de todos aqueles que tiveram a oportunidade de o ler. Se calhar classificado como livro para crianças, é muito mais do que isso. As personagens e situações parecem um sonho infantil e mirabolante, mas contam muito. Da jibóia ao homem de negócios todos metáforas, o fito talvez tenha sido explicar o mundo dos adultos na linguagem de uma criança, retratando-o com imagens de fantasia. Talvez seja o contrário, talvez seja o olhar de uma criança sobre o que a rodeia. Um olhar astuto e sagaz mas ao mesmo tempo cândido e inocente. Obra de um piloto de aviões, com a inclinação para escrever sobre as suas aventuras, ficou este livro adequado a todas as idades.
Existem várias adaptações, inclusive um filme, para mim nada conseguiu igualar a beleza do livro. Continuo a pensar o mesmo após ter ido ao Politeama ver a peça do La Féria. Até vou mais longe, aquilo foi um bocado fraquinho. O palco e um ecrã de fundo, actores e desenho animado, revezaram-se para ir contando a aventura do pequeno rapazinho de caracóis dourados. Os desenhos um pouco pobres, a cenografia também. Isto talvez passasse despercebido, se as personagens e as suas histórias estivessem bem delineadas, se conseguissem transmitir aquele olhar de que falava à pouco. Houve alguma originalidade na personificação de alguns intervenientes no livro mas estava à espera de mais, sobretudo depois da grata surpresa que levei da última vez. E desengane-se quem já viu esta peça apresentada como um musical, a música foi parca, as canções penosas! Alguém poderia ripostar que houve a necessidade de simplificar a coisa, para benefício dos mais novos. Não aceito esse argumento, simplesmente porque o livro é acessível a miúdos e graúdos, e é genial.
quarta-feira, janeiro 3
Eu Voto Sim
Há muito, muito tempo que mantenho a mesma opinião sobre o aborto. A situação que se vive neste momento em Portugal é pura hipocrisia. Os paladinos da moral e dos bons costumes impõem uma série de regras, abstinência, abnegação, o preservativo é pecado porque o Papa diz. Depois vai-se a ver, e as meninas de boas famílias são as piores, andam por aí a comer (com F grande) a escape livre e depois o acidente acontece. Mas não há problema, o paizinho leva a menina para fazer o aborto a Espanha disfarçado de viagem turismo. Quem se lixa? As meninas pobres, desinformadas e sem meios que se vêm forçadas a solicitar os serviços de parteiras de vão de escada.
Eu voto sim, pelo fim da hipocrisia.
Eu voto sim, pelo fim da hipocrisia.
segunda-feira, janeiro 1
Reivellon Catita
Como sempre sem planos para o fim de ano, a malta deixa sempre tudo para a última da hora, acudi ao Santigo Alquimista para passar o ano em companhia dos Irmãos Catita. Claro que não fiquei desiludido, embora não tivesse tido tanta gente como noutras edições a festa foi memorável. Não só pela empolgante actuação de Lello Minsk e companhia mas também pelo entusiasmo do público. Especial destaque para o Phil Mendrix, espantoso como ele consegue sacar aqueles solos hard-rock da pesada no meio das músicas de coração latino do repertório habitual! Mas houve mais, as atracções mais famosas da família Catita estiveram presentes, MD Gimba, que apesar de já não ter nada a ver com os Catita continua a fazer de sidekick muitas vezes. A indispensável stripper, que abandonou o local do espectáculo na companhia do líder da banda (eu estava a sair também e por acaso reparei). Na hora da saída, no meio de todo o nevoeiro que se fazia sentir àquela hora, ainda tive tempo para interceptar o Tony (o gajo que come sardinhas cruas) que pelos vistos é admirador de Mussolini, para lhe fazer uma pequena crítica e chamar-lhe porco fascista. A partir daí tivemos uma amena cavaqueira. Tony, não voltes a repetir a brincadeira, na próxima vez come as sardinhas e cala-te!
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