Hoje é noite de paz e amor, reza a tradição. Mas há muita tristeza escondida no Natal, isto de ter um blog às vezes é surpreendente. Eu uso o serviços do Google Analytics para seguir o número e origem dos meus leitores. Nesta semana que passou deu-se um fenómeno deveras caricato. Inicialmente quando observei o aumento do número de visitas congratulei-me, mas... um exame mais atento revelou-me que os novos leitores tinham chegado via motores de busca. Todos eles à procura de coisas tristes! Sim, coisas tristes, estranho paradoxo natalício provocado talvez pelo nome do meu diário.
domingo, dezembro 24
quinta-feira, dezembro 14
Música no Coração (ao estilo La Féria)
Em Portugal existe a ideia generalizada de que não existe acesso à cultura, ou que este é muito difícil. Somos todos uns pategos incultos, e que sempre o seremos porque somos pobres, no espiríto e no bolso. Isto para mim são balelas. A maioria das pessoas está-se nas tintas para a arte, isso é verdade, o que acontece é que os eventos que existem são dirigidos a esta ou aquela elite e não ao público em geral. Hoje estou aqui para escrever sobre teatro, e esta arte é um exemplo perfeito do que estou a falar. Existem inúmeros teatros em Lisboa, alguns no Porto, fora disso poucos, já estamos habituados às assimetrias regionais e isto parece natural, mas não é. Aqui caberia talvez aos municípios estimular a criatividade a nível local mas outros valores se impõem, é pena. Outro lado da questão, numa dada altura pode haver muitas peças em exibição, mas os grandes êxitos com "sucesso generalizado" (alguma ou outra peça que o zé povinho já ouviu falar) contam-se pelos dedos das mãos. As encenações de Filipe La Féria têm o dom de conseguir essa proeza, chegar não apenas ao clube restrito dos intelectuais e dos ricos que se gostam de ir pavonear para o teatro (estes são cada vez menos, hoje em dia há sítios mais in como o Casino) e conseguir que todo o Portugal oiça falar das suas peças. Desde já merece ser felicitado por isso.
Já não pisava um teatro à montes de tempo (desde o ano passado), que vergonha, um tipo com delírios pseudo-intelectualóides como eu e que não é frequentador habitual dos palcos devia era levar umas pancadas de Molière na tola como castigo. No outro dia tive a oportunidade de me redimir, uma amiga propôs-me a visita ao Teatro Politeama para vêr a adaptação aos palcos portugueses do clássico do cinema Música no Coração. Ela, fã incondicional do filme, e possuidora duma cópia que revê a intervalos regulares decidiu levar a filha ao teatro pela primeira vez, eu tive todo o gosto em acompanha-las. A pequena ficou impressionada, pode dizer-se até embasbacada com o teatro, o edifício, as luzes, os trajes, os actores, o desenrolar do pano e da acção. Como ela havia muitos espectadores de tenra idade na plateia. Espero que tenham ficado convertidos, precisamos ir buscar mais fãs dos Morangos com Açúcar e mostrar-lhes o que são actores a sério...
Mas vou falar da peça em si, já basta de divagar. O argumento é fiel à história original, a pequena noviça ingénua que gosta de bailar e cantar causa reboliço no convento e mandam-na tomar conta dos sete filhos do capitão Von Trapp, partir daí a história desenrola-se como todos sabemos. A nós calhou-nos assistir à interpretação de Lúcia Moniz, que se reveza com a Anabela no papel principal. Eu ia um pouco à espera de me aborrecer das cantorias a meio do musical, mas isso não aconteceu, todas as canções foram adaptadas ao português de forma excelente. Surpreendi-me com as capacidades interpretativas da actriz principal, de tal forma que não dei pelo tempo passar. A caracterização também é fiel ao original, com os trajes e os cenários a fazerem-nos lembrar a película. A propósito de cenários, convém dizer que todos os truques de cenografia ainda vêm trazer mais riqueza a todo o conjunto. Pequenas surpresas como quando o quarto da protagonista, que é no sótão, aparece vindo de cima e fica suspenso sobre o cenário da cena anterior. O desenrolar da acção leva ao sabido final feliz, mas creio que em toda a plateia ficou reavivado o sentimento de ingenuidade e fantasia que se experimenta ao ver o filme pela primeira vez. No fim foi o público que deliciou os intervenientes na peça com uma ovação em pé, bem merecida diga-se de passagem.
Como comentário final posso dizer que estou a pensar convidar as minhas duas acompanhantes para ir ao teatro de novo, também ao Politeama, ver a adaptação de outro clássico com o cunho La Féria que por lá passa nestes dias, o Principezinho.
Já não pisava um teatro à montes de tempo (desde o ano passado), que vergonha, um tipo com delírios pseudo-intelectualóides como eu e que não é frequentador habitual dos palcos devia era levar umas pancadas de Molière na tola como castigo. No outro dia tive a oportunidade de me redimir, uma amiga propôs-me a visita ao Teatro Politeama para vêr a adaptação aos palcos portugueses do clássico do cinema Música no Coração. Ela, fã incondicional do filme, e possuidora duma cópia que revê a intervalos regulares decidiu levar a filha ao teatro pela primeira vez, eu tive todo o gosto em acompanha-las. A pequena ficou impressionada, pode dizer-se até embasbacada com o teatro, o edifício, as luzes, os trajes, os actores, o desenrolar do pano e da acção. Como ela havia muitos espectadores de tenra idade na plateia. Espero que tenham ficado convertidos, precisamos ir buscar mais fãs dos Morangos com Açúcar e mostrar-lhes o que são actores a sério...
Mas vou falar da peça em si, já basta de divagar. O argumento é fiel à história original, a pequena noviça ingénua que gosta de bailar e cantar causa reboliço no convento e mandam-na tomar conta dos sete filhos do capitão Von Trapp, partir daí a história desenrola-se como todos sabemos. A nós calhou-nos assistir à interpretação de Lúcia Moniz, que se reveza com a Anabela no papel principal. Eu ia um pouco à espera de me aborrecer das cantorias a meio do musical, mas isso não aconteceu, todas as canções foram adaptadas ao português de forma excelente. Surpreendi-me com as capacidades interpretativas da actriz principal, de tal forma que não dei pelo tempo passar. A caracterização também é fiel ao original, com os trajes e os cenários a fazerem-nos lembrar a película. A propósito de cenários, convém dizer que todos os truques de cenografia ainda vêm trazer mais riqueza a todo o conjunto. Pequenas surpresas como quando o quarto da protagonista, que é no sótão, aparece vindo de cima e fica suspenso sobre o cenário da cena anterior. O desenrolar da acção leva ao sabido final feliz, mas creio que em toda a plateia ficou reavivado o sentimento de ingenuidade e fantasia que se experimenta ao ver o filme pela primeira vez. No fim foi o público que deliciou os intervenientes na peça com uma ovação em pé, bem merecida diga-se de passagem.
Como comentário final posso dizer que estou a pensar convidar as minhas duas acompanhantes para ir ao teatro de novo, também ao Politeama, ver a adaptação de outro clássico com o cunho La Féria que por lá passa nestes dias, o Principezinho.
segunda-feira, dezembro 11
As 7 Maravilhas de Portugal
Está a decorrer neste preciso momento uma iniciativa de promoção de alguns dos nossos marcos históricos mais conhecidos. A ideia geral é fazer uma votação, e escolher quais são as 7 maravilhas de Portugal. A partir de uma lista de vários monumentos e marcos históricos foi feita uma primeira selecção, e é possível votar entre os seleccionados para chegar às 7 maravilhas. Por mérito próprio esta iniciativa tem direito a destaque aqui.
Mas ainda há mais, incluída nessa lista, e disponível para votação está o Paço Ducal de Vila Viçosa. Uma boa oportunidade para quem não conhece ficar a conhecer, e claro, desde já mando o meu apelo a todos os calipolenses votem por Vila Viçosa!
Mas ainda há mais, incluída nessa lista, e disponível para votação está o Paço Ducal de Vila Viçosa. Uma boa oportunidade para quem não conhece ficar a conhecer, e claro, desde já mando o meu apelo a todos os calipolenses votem por Vila Viçosa!
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terça-feira, dezembro 5
Noite CD-R
Um dos meus poisos preferidos na noite Lisboeta, o Bar Lounge, está a realizar uma iniciativa que me parece extremamente original e louvável. Na primeira quarta-feira de cada mês, é dada a oportunidade a todos aqueles que fazem música em sequenciadores virtuais, MPC’s, fitas magnéticas, etc., de ouvirem as suas produções no sistema de som deste espaço nocturno. A primeira edição da noite dos produtores, mais conhecida como Noite CD-R, ocorreu no dia 5 de Novembro a primeira experiência, amanhã há mais.
segunda-feira, dezembro 4
Ho Ho Ho!
Já estamos a chegar àquela altura do ano que toda a gente gosta, as ruas já estão enfeitadas, deve haver muita gente que já montou a árvore (ou o presépio para os mais tradicionais) e claro... a corrida às compras já começou. Como aconteceu no ano passado o sector bancário é que patrocina o espírito de Natal. O BCP patrocina a árvore gigante na Praça do Comércio apesar de estarmos em época má para os bancos, coitados, que vão ser obrigados a deixar de enganar-nos no arredondamentos a partir de agora.
Mas não creio que esta medida do governo faça muita mossa, afinal o sector financeiro é o que goza de mais boa saúde na economia portuguesa. Em paralelo com a óbvia inundação de publicidade aos brinquedos, perfumes, relógios e outros produtos elegíveis para embrulhar e pôr debaixo da árvore temos os anúncios ao crédito pessoal ao consumo, rápido e fácil é só telefonar e depositam o dinheiro na conta... Esquecem-se é de publicitar também os juros e condições desses empréstimos...
Mas também, para que é que isso interessa? Estamos no Natal, época festiva, tem de haver fartura. Já toda a gente deve ter recebido o subsídio de Natal, a julgar pela quantidade de carros que encontro todos os dias há dinheiro para gastar em gasolina. Na cantina da empresa onde eu trabalho os utentes reduziram-se, o pessoal vai mas é comer fora. Centros comerciais cheios, filas para ir comprar as prendinhas, e espanto dos espantos até engarrafamentos nocturnos na Avenida da Liberdade para ir ver a tal árvore. É bonito... é o espírito de Natal a invadir os nossos corações.
Não me interpretem mal, até gosto do Natal, dar e receber prendas é giro. Gosto de ver as ruas enfeitadas e tudo isso. No outro dia fui dar um passeio pela Baixa Pombalina, que está muito bonita este ano, e tirar algumas fotos. Mas acho que o Natal já não é o que era, será que ainda existe uma tradição de reunir a família nesses lares por aí fora? E quanto a ajudar quem mais precisa? Os mendigos e sem abrigo que por esta altura sentem especiais dificuldades devido à estação do ano... Esses aproveitam para ir para as ruas onde há comércio a ver se sacam uns trocos. Acho que as filhoses não ligam com as grandes doses de hipocrisia desta quadra, já me está a dar ardor de estômago.
Mas não creio que esta medida do governo faça muita mossa, afinal o sector financeiro é o que goza de mais boa saúde na economia portuguesa. Em paralelo com a óbvia inundação de publicidade aos brinquedos, perfumes, relógios e outros produtos elegíveis para embrulhar e pôr debaixo da árvore temos os anúncios ao crédito pessoal ao consumo, rápido e fácil é só telefonar e depositam o dinheiro na conta... Esquecem-se é de publicitar também os juros e condições desses empréstimos...
Mas também, para que é que isso interessa? Estamos no Natal, época festiva, tem de haver fartura. Já toda a gente deve ter recebido o subsídio de Natal, a julgar pela quantidade de carros que encontro todos os dias há dinheiro para gastar em gasolina. Na cantina da empresa onde eu trabalho os utentes reduziram-se, o pessoal vai mas é comer fora. Centros comerciais cheios, filas para ir comprar as prendinhas, e espanto dos espantos até engarrafamentos nocturnos na Avenida da Liberdade para ir ver a tal árvore. É bonito... é o espírito de Natal a invadir os nossos corações.
Não me interpretem mal, até gosto do Natal, dar e receber prendas é giro. Gosto de ver as ruas enfeitadas e tudo isso. No outro dia fui dar um passeio pela Baixa Pombalina, que está muito bonita este ano, e tirar algumas fotos. Mas acho que o Natal já não é o que era, será que ainda existe uma tradição de reunir a família nesses lares por aí fora? E quanto a ajudar quem mais precisa? Os mendigos e sem abrigo que por esta altura sentem especiais dificuldades devido à estação do ano... Esses aproveitam para ir para as ruas onde há comércio a ver se sacam uns trocos. Acho que as filhoses não ligam com as grandes doses de hipocrisia desta quadra, já me está a dar ardor de estômago.
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