É óbvio que uma discoteca não é uma sala de cinema, nem é facilmente adaptável. ainda por cima a pequena multidão que foi atraída fez com que assistir ao filme não fosse uma experiência cómoda, antes pelo contrário, as pessoas apertavam-se e atropelavam-se para improvisar um assento. Ou arriscavam um torcicolo para encontrar uma linha de visão para um dos ecrãs que enchem o piso superior. A verdade é que assistir a um concerto nunca é cómodo, muito menos um concerto onde a sala está cheia, temos de transcender o desconforto físico e deixar-nos levar pela música e fundir-nos na multidão. Para mim no computo final esta escolha foi desconfortável mas brilhante.
O filme supostamente é sobre o fim da banda, o último concerto que marca o fim de um fenómeno meteórico e inesperado. Com efeito este é o cenário em que tudo se passa, mas o tema central é James Murphy. Uma pessoa normal que gosta de ser uma pessoa normal, fazer música porque gosta. Uma estrela da música tardia, que teve o seu grande sucesso já perto dos 40. Através de uma janela de alguns dias fomos projectados para uma vida normal, com as suas alegrias e tristezas, preocupações normais, frustrações e triunfos. Alguém que se considera estranho e que gosta de fazer coisas estranhas. Para quem quiser tentar ler a moral da história há uma mensagem de esperança e de humildade, rodeia-te dos teus amigos, faz o que gostas, dá tudo.
Este documentário é algo mais que um documentário sobre uma banda ou um concerto, é uma reflexão sobre a arte, e o que nos percorrer novos caminhos, chegar mais além. E claro sobre a natureza humana.
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