Embora andasse a evita-lo, o nosso Sócrates acabou por se cruzar com a autarca mais polémica do país quando se deslocou a Cabeceiras de Basto para inaugurar 10 quilómetros de auto-estrada entre Calvo, em Guimarães, e Felgueiras. Consta que os cumprimentos foram um bocado frios.
Fátima Felgueiras podia ser alvo de um case study sobre a justiça portuguesa. Realmente não se entende que é que esta senhora faz à frente duma Câmara Municipal depois dos escândalos que protagonizou. Deixo aqui uma opinião publicada hoje no Jornal de Notícias por Manuel A. Pina em que vale a pena reflectir:
Da justiça
Lenta e pesadona, presa de movimentos pelos excessos garantísticos do Processo, as possibilidades infindáveis de recurso, de arguição de nulidades, impedimentos, reclamações e incidentes de toda a ordem e a propósito de tudo e de nada logo desde a fase de instrução, e depois por aí adiante até ao julgamento (nos casos em que, por milagre, os processos chegam a julgamento), a Justiça, particularmente a Justiça penal, é facilmente "levada ao engano" por arguidos ágeis de imaginação e de escrúpulos e com meios para pagar a advogados que espiolhem o CPP à cata de empecilhos capazes de fazer tropeçar o bicho. "Chapeau!" nesta matéria para Fátima Felgueiras, que se tem revelado a mais exímia das toureiras. O processo em que é acusada de nada menos que 23 crimes dura há um tempo interminável e ainda não passou da instrução, e o seu advogado acaba de anunciar três-novos-recursos-três! Depois da admirável "chicuelina" com que se furtou à prisão preventiva, fugindo para o Brasil e regressando em ombros ao local do crime, Fátima Felgueiras informou agora o tribunal que lhe ordenara que entregasse o passaporte brasileiro que o deixou? no Brasil. Por algum motivo se diz que a Justiça é cega, pois que não vê o seu próprio descrédito.
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