Como é costume em qualquer povoação, aldeola ou simples aglomerado de casas, também Vila Viçosa tem as sua festas. Uma vez por ano, por regra no segundo fim de semana de Setembro, abrem-se a portas da Igreja dos Capuchos e enche-se o largo de gente. Arraial popular por execelência, vê-se de tudo, familías a darem o seu passeio, moçoilas casadoiras e os correspondentes moços que lhes vão fazer a corte. Isto seria o cenário normal, hoje em dia vê-se é muita malta que vai beber uns copos e abanar o capacete. Já ninguem está interessado em procissões, festas religiosas, ou quermesses. O que o povo quer é apanhar uma granda moca e andar todo passado quatro dias de seguida. Em grande! Por isso é que o prato forte da festa são mesmo os bares e barraquinhas que se instalam no largo dos capuchos. Isto e as brincadeiras tauromáquicas.
A festa tem muito carisma, afluem os parentes, os amigos, os colegas à pequena vila alentejana. A vida social Calipolense parece que ganha vida uma vez por ano, a pretexto dos Capuchos. As barracas de bebida montadas ao lado da Igreja, a misturada entre música house e a pimba. Os bares alinhados de forma desordenada num terreiro cada qual a bombar a sua música o mais alto possível tentando ofuscar os vizinhos. Mas o que interessa é o entusiasmo que as pessoas metem na festa, e disso temos aos rodos. Afinal... são quatro dias uma vez por ano, é preciso dar-lhe com força.
Sou um grande fã da Festa dos Capuchos, inclusivamente contribuí vários anos para a realização da festa. Mas Vila Viçosa merecia mais. Merecia mais festas, por exemplo uma festa destinada exclusivamente à população jovem. Com música e actividades destinadas a juventude. Merecia que houvesse mais atenção por parte da autarquia, e fosse idealizado um programa cultural ao longo do ano. Merecia que fosse divulgado e cuidado o património que temos.
Antes de redactar este pequeno texto, resolvi dirigir-me à página da Câmara Municipal de Vila Viçosa, descobri que já não funciona. Isto pode não parecer nada de especial, afinal hoje em dia quem é que vê páginas web? Não me surpreendeu, na realidade é bastante normal. Recentemente dirigi-me ao Posto de Turismo de Vila Viçosa, para tentar recolher alguma informação sobre a oferta turística. Deparei-me com uma situaçao caricata, não só os folhetos que me ofereceram estavam um pouco desactualizados (os folhetos têm dez anos pelo menos), como já não havia alguma da informação disponível em português. Desses já não temos em português, acabaram, mas pode levar em francês se quiser. Foi a informação que obtive da simpática menina que me atendeu.
Mas pronto, já desabafei... agora tenho é de me preparar para a próxima sexta-feira...
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