Todos conhecem Fernão de Magalhães (ou pelo menos já deviam ter ouvido falar). Foi o navegador português que empreendeu a primeira viagem de circum-navegação da Terra. Infelizmente não chegou ao fim, pereceu durante a heróica viagem que foi terminada pelo seu imediato espanhol, Juan Sebastián Elcano. Apesar de não ter visto o término do seu caminho, foi o primeiro a dobrar o estreito que ainda hoje é conhecido pelo seu nome, o Estreito de Magalhães.
Isto foi a introdução histórica, passemos aos dias de hoje, e falemos sobre como este nome foi subvertido para o marketing político. Decerto também já todos ouviram falar do computador Magalhães, que está a ser distribuído aos alunos do Ensino Básico. Trata-se na realidade de um computador Intel Classmate, o principal concorrente do OLPC. Apesar do que possa dizer o governo, a máquina não é produzida em Portugal, simplesmente é montada em Portugal. No entanto o negócio é positivo para ambas as partes, a Intel está a facturar por cada computador vendido, e o governo português pode dar ares de estar a seguir as ultimas tendências da pedagogia.
O governo devia-se preocupar menos com estas jogadas e mais com a qualidade do ensino. Até os apóstolos da tecnologia como Steve Jobs acham que o realmente necessário é dar bases de conhecimento fortes nos quais basear a aprendizagem. O resto virá por si só. Para qualquer criança é extremamente fácil pegar num computador e aprender a usar a internet. Se realmente queremos ter esperança de um dia vir a produzir tecnologia como o Magalhães em Portugal precisamos é que ensinem Línguas, Matemática, Física e Química às crianças. Não que nos venham atirar areia para os olhos.
Esta caricatura veio do blogue Anterozóide, ao qual aproveito para prestar a minha homenagem pelo trabalho que tem feito para denunciar a má Educação portuguesa.
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