Há algum tempo que me apareceu uma nuvem negra no sobrolho. Seja qual for o mal que me trespassa preocupa-me, atormenta-me, deixa-me amedrontado. Com uma bateria de exames marcados, não consigo deixar de pensar que me sairá na lotaria, caso grave ou simples sintomas psicossomáticos provocados pelo stress. O pior é a espera, fui a um hospital privado em Lisboa e mesmo assim para conseguir espaço para marcações é preciso esperar duas semanas. Talvez para apaziguar o meu espírito de doente, a médica apesar de não saber a raiz dos meus queixumes, mandou-me fazer coisas saudáveis. Disse-me para reduzir no álcool, nas gorduras, não comer picante...
Até o sono está contra mim, não costumo acordar cedo aos domingos de manhã. Tentando aplacar o meu espírito saí de casa sem destino determinado, com a minha câmara e um rolo por acabar. Os meus passos levaram-me até ao Campo dos Mártires da Pátria. Nunca lhe tinha prestado grande atenção, mas desta vez fixei-me na estátua rodeada de lápides. Deixou-me bastante intrigado o culto a José Tomás de Sousa Martins, culto em muitos aspectos religioso que atribui (e agradece) milagres ao médico. Pelo sim pelo não se calhar devia lá voltar qualquer dia a acender uma velinha.
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