Acho que toda a gente conhece a Disney, os personagens, os filmes. Ainda hoje releio com gosto os meus almanaques do Zé Carioca e do professor Pardal! Toda a gente há-de ter a sua personagem preferida, seja o Tio Patinhas, o Donald, ou o Mickey.
Mas o tempo dos clássicos já era, hoje em dia as regras do jogo mudaram um pouco. A tecnologia mudou, as possibilidades também. Lembro-me que no ano passado gerou-se alguma polémica no seio da empresa, definiu-se uma nova estratégia para a realização de filmes, o papel foi abandonado. Novas ferramentas, um novo formato, o digital.
Há pouco tempo foi concluíudo uma outra jogada estratégica, a compra da Pixar. Um estúdio com relativamente pouco tempo, mas já com um bom portfólio de sucessos em filmes de animação (digital). The Incredibles ou Toy Story são bons exemplos. É discutível se se trata simplesmente de eliminar a concorrência, ou de trazer novos métodos e novos talentos aos estúdios que o senhor Walt fundou.
Mas há qualquer coisa de especial com a Pixar, não são apenas os criativos e a tecnologia. O ex-dono é alguem bastante conhecido devido à sua participação noutra empresa também bastante conhecida. Steve Jobs, actualmente ao leme dos destinos da Macintosh, não parou de somar sucessos durante o ano passado. O record de vendas de iPod's disparou, o iTunes está a dar dores de cabeça às editoras tradicionais, o próprio Mac nunca teve tanta aceitação de mercado. Com a venda da sua quota maioritária na Pixar, o Steve assegurou um lugar de destaque na administração da Disney (além de uma boa maquia).
Este rapaz é muito activo, em 1976 juntamente com Steve Wozniak fundou a Apple. Em 1985 sai da Apple e vai fundar outra empresa orientada ao fabrico de computadores, a NeXT. A NeXT nunca teve um grande sucesso em termos comerciais, mas tinha bons produtos baseados em tecnologia inovadora. Com problemas de rentabilidade, a empresa acabou por ser vendida. Foi a Apple que comprou a NeXT em 1996, alguma da tecnologia adquirida pode ser vista hoje em dia no sistema operativo do Mac, o OS X. Bom filho a casa torna, e Jobs acabou também por voltar. A venda da sua posição na NeXT, além de lhe render bastante dinheiro, também lhe valeu um cargo na administração da Apple. Um ano bastou-lhe para trepar de novo até ao topo, ao fim desse tempo já estava à frente dos destinos da empresa que tinha abandonado anos antes.
A história pode ou não repetir-se com a Disney, mas uma coisa é certa, um dos grandes negócios para o novo século são os media e a comercialização de conteúdos. O senhor Jobs tem claramente ambições de se tornar num peixe graúdo neste mercado que está em profunda mutação, e vai muito bem lançado.
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