quarta-feira, maio 16

Os projectos falhados servem para aprender

No final do ano passado, mais concretamente na noite de 25 de Dezembro tomei uma decisão. Foi uma espécie de resolução de Ano Novo, ou antes resolução de Natal dada a data. Sentindo-me cada vez menos activo na minha labor fotográfica e criativa no geral quis encontrar uma forma de obrigar-me a mim mesmo a produzir qualquer coisa.

Foi assim que decidi embarcar num projecto 365. É um ideia bem estabelecida que muita gente já tentou e através da qual produziu resultados às vezes interessantes, mas sobretudo palpáveis, algo que tem de acontecer todos os dias. E para o qual chegado o fim da odisseia podemos olhar para trás e saborear.

Dois requisitos essenciais para que um empreendimento destes funcione são em primeiro lugar andar com uma câmara sempre atrás, e em segundo lugar que seja muito fácil expor o resultado diário. Ora isto é muito fácil com qualquer telemóvel moderno e a montanha de aplicações para telemóvel que apareceram num ápice. Tratou-se pois de escolher uma aplicação e começar... Na altura a mais popular, o Instagram, ainda só estava disponível para dispositivos Apple. Assim decidi-me pelo Lightbox... Hoje em dia o Instagram já está disponível para Android, além disso as empresas que fazem as duas aplicações foram compradas pelo Facebook... Presumivelmente com o objectivo de se tornar os Reis da partilha de fotografias... mas estou a divagar.

Quando comecei eu próprio ainda não sabia muito bem como é que ia lidar com o desafio. O meu objectivo não era claro, apenas obrigar-me a tirar fotografias. Lembro-me que um dia, talvez um mês depois de começar tive uma epifania. As imagens estavam-se a tornar de uma espécie de diário, não dos acontecimentos do dia, mas do sentimento particular que me marcou. À medida que a coisa avançava outra conclusão mais ou menos óbvia foi que a larga maioria dos meus dias eram rotineiros, condicionados por um ritmo bem marcado.

Saíram coisas mais ou menos interessantes, outras nem por isso. Em termos estritamente fotográficos há coisas que poderiam servir de base ao desenvolvimento de algo, nada mais. Não fiquei particularmente contente com a qualidade ou originalidade... Claro que tudo acabou de uma forma super simples, um dia esqueci-me, e pronto deixei a coisa acabar. Pensei no assunto, podia fazer batota, mas há que respeitar o ciclo natural das coisas. E se acabou, acabou. Ficaram as fotos e os locais no meu perfil do Lightbox, e também num set do Flickr que deixo a seguir para entrarem na minha vidinha aborrecida.