terça-feira, setembro 2

Ajustamento da economia só com cortes nos salários

No outro dia saiu uma notícia com este título no Diário Económico, uma entrevista a um tal Pedro Ferraz da Costa. Não faço ideia de quem seja o cavalheiro. Pelo que consegui apurar gosta de andar metido em politiquices, e é de direitas. Mas posso dizer que fiquei com fraca opinião dele. Ou é pouco inteligente, ou extremamente ganancioso, provavelmente ambas. Deixo aqui o comentário que fiz ao artigo, mesmo a propósito hoje mesmo soube que as remunerações dos administradores das grandes empresas aumentaram no primeiro semestre do ano. A crise não é para todos afinal.

Realmente a nossa legislação laboral está muito desajustada, mas não admira. Por um lado temos os sindicatos que se tornaram forças de bloqueio, meros braços políticos de partidos ou grupos de interesse, que se sentam à mesa das negociaçãoes para garantir que o lobby que representam não saia mal parado. Por outro lado temos o patronato que continua a pensar com a mesma lógica datada de à 20 anos atrás. Continua a querer viver da mão de obra barata e de estratégias de mercado terceiro mundistas.

Só um exemplo de algo que eu gostava de ver mudada na Lei do trabalho, e que realmente beneficiaria a mobilidade dos trabalhadores. Na maioria dos países com legislação moderna o prazo de pré-aviso de despedimento por parte do trabalhador é de quinze dias. Aqui temos regras anacrónicas que dizem que esse aviso pode ir até dois meses...

Quanto a cortar nos salários concordo perfeitamente. Em Portugal verifica-se o maior desequilíbrio entre a remuneração dos trabalhadores e das chefias de alto nível. Deviam cortar nos salários de todos os administradores de meia tijela que há por aí, a maioria gente sem qualificações que está lá a segurar o tacho.

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