segunda-feira, janeiro 28

A Porta para o Grande Lago

Já há muito tempo que não ia para os lados de Monsaraz, ontem acordei demasiado cedo para um domingo, e sem nada de especial para fazer enfiei-me no meu carrito e lá fui eu. Não passava por lá há tanto tanto tempo que a última vez que lá estive a albufeira da Barragem do Alqueva ainda não tinha enchido, e portanto ainda não tinha tido oportunidade de ver com os meus olhos as transformações que a paisagem sofreu desde então. Não sei muito bem que pensar do projecto, há quem diga que nada daquilo era necessário, que um plano hídrico racional e a exploração dos lençóis freáticos poderia ter evitado a obra megalómana e a destruição de paisagens e povoações. Mas a verdade é que a transformação da paisagem parece ter sido para melhor, a zona está mais bonita. E atrás do investimento na barragem veio o investimento nas vias de comunicação e no turismo. Nota-se que algo melhorou, e bastante. Sob o pretexto do grande lago as autarquias e as empresas estão a apostar em atrair as pessoas, e pelo que vi a coisa está a resultar. O património histórico do castelo de Monsaraz, por si só, é algo que vale a pena visitar. É uma vila que ainda se conserva com a sua traça medieval. Agora com a vista para o lago a coisa só melhorou, e os turistas afluem ao coração do Alentejo outrora árido para conhecer os usos e costumes da terra.

A única companhia que levei foi a minha máquina fotográfica, e obviamente andei de um lado para o outro a meter o nariz e tirar fotos. Tive a oportunidade de encontrar uma feira de antiguidades em pleno centro da vila. Também visitei algumas das lojas de artesanato onde gentilmente me permitiram registar o conteúdo. Curiosamente a maioria não era de gente local, mas de estrangeiros que ali se fixaram. Será que é típico português não dar valor ao que é nosso? Uma das coisas que mais me deliciaram foram as cores garridas da natureza por todo o lado. Parece que a primavera já está à espreita e quer expulsar o inverno prematuramente. Fiquei deliciado com o passeio, tenho de voltar na estação estival, quando as infra-estruturas que dão suporte à vida no lago como o ancoradouro já estiverem concluídas.

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