segunda-feira, outubro 23

Filme da Treta

A dupla toni e zézé já passou pela rádio, pelo teatro, pela televisão, e agora pelo cinema. Assim que ouvi falar da existência de um Filme da Treta, deu-me logo a curiosidade, pelos vistos não foi só a mim, o filme estreou com recordes de audiências. Eu cá não pude ir na semana de estreia, só este sábado tive opurtunidade de pegar no meu King Card e ir até ao Alvaláxia vêr o filme. Sim porque os senhores da Medeia fizeram birrinha e chatearam-se com os da Millenium, quem ficou a perder foram os otários como eu que compraram o famigerado do cartão e que agora estão limitados aos filmes generalistas que passam no cinema-estádio.

Mas vamos lá ao que interessa, o filme, que para ser sincero é mesmo uma granda treta. Eu sou um admirador de José Pedro Gomes e António Feio, mas sinceramente o tipo de humor a que me habituaram não está presente neste filme. Ou por outra, está e não está, os trocadilhos, as piadas piadas nonsense, e os lugares comuns sobre uma Lisboa bairrista e brejeira estão lá. Mas as piadas inteligentes, as mensagens relativas a este ou aquele tema da actualidade, a crítica social, isso está ausente.

Eu tenho o hábito (para a maioria das pessoas um grande defeito) de fazer julgamentos muito rápidos sobre as coisas. Às vezes engano-me claro, mas desta vez acertei. Logo a abrir, o genérico pareceu-me um rip-off mal enjorcado dos Monty Python. A sequência inicial do filme só confirmou a suspeita. Há algumas cenas lá pelo meio que até estão bem sacadas, mas a longa metragem não tem qualquer fio narrativo. Os elementos narrativos que aparecem aqui e ali são totalmente desconexos e servem apenas para justificar a introdução dos mesmos trocadilhos que já ouvimos vezes sem fim, sempre à custa de frases sem nexo inspiradas no Zézé Camarinha e pontapés na gramática. O público em geral até achou graça, suponho que é bom, pelo menos é uma produção lusa a que está a fazer dinheiro nas bilheteiras.

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