sábado, fevereiro 11

A EMEL roubou-me o carro

No início deste mês decidi comprar o passe, e poupar, dinheiro em gasóleo, e tempo enclausurado no meio do trânsito. Estar fechado dentro do carro durante hora ou hora e meia no regresso a casa deixa-me sempre mal-disposto. Trabalho em Oeiras, ir para lá não é muito mau, mas voltar para Lisboa é uma tortura todas as tardes. Evito sair às seis, altura em que o pessoal todo sai disparado, direitinho para guardar o respectivo lugar no engarrafamento.

Comecei a fazer uma formação, vou ser CLE, um gajo certificado em Linux. Como aquilo é ali para os lados de Telheiras, no Pólo Tecnológico de Lisboa resolvi andar de transportes públicos até ao fim do mês e deixar o carro à porta de casa.

O estacionamento na minha zona é bem caótico, em Alfama já não é fácil arranjar lugar para estacionar na zona aberta, ainda para mais agora que a minha rua está em obras em fechada ao trânsito. Isso é outro stress que tenho andado a poupar todos os dias. Mas na terça passada tive uma surpresa desagradável ao chegar a casa. O carro já não estava no sítio onde o tinha deixado, o arrumador, prestável informou-se que tinha sido rebocado pela EMEL.

Fiquei fulo da vida... mas lá fui buscar o meu pópó, larguei 90 euros mas tive o meu carrito de volta. Eu realmente não paguei parquímetro, quase nunca pago... moro ali, porque isso nunca meto moedas na maquineta. Se calhar é justo terem-me rebocado o carro. No entanto acho um pouco estranho uma entidade privada poder passar multas, ou mesmo levar propriedade alheia. Sim porque quem rebocou o meu carro foi a EMEL e não a PSP, foi direitinho para o parque deles em Sete Rios. Afinal, um agente da polícia fez um juramento, tem um código deontológico, a profissão dele é proteger-me. O objectivo de uma empresa privada só pode ser o lucro no fim de contas.

No dia seguinte por descargo de consciência lá meti uma moeda. Mas não adiantou muito, quando cheguei a casa lá tinha outro aviso de pagamento. Saí por volta das 7:30, meti um euro e tal, aquilo dava até as 9 e picos, e pirei-me. Um senhor passou-me o papelinho exactamente à hora que meu o título acabava. Aí ia-me dando uma coisinha má, deviam tar a gozar com a minha cara. Fui à loja do munícipe, para informar do procedimento para pedir o estatudo de morador, e também para apresentar uma reclamação.

Desilusão total, para pedir o dístico de morador, preciso de mudar os documentos todos. Além de me custar uma pipa de massa, também vou ficar montes de tempo à espera. E a minha casa actual é provisória, ou seja o mais provável é andar mais uns tempos a ignorar os parquímetros. Mas a resposta à minha reclamação é que me deixou estupefacto, os senhores que passam os avisos de pagamento não são da EMEL, são de uma empresa contratada por eles, a SPARK. Se quiser reclamar contra o senhor que me passou aquilo (indevidamente penso eu) tenho de deslocar às instalações desta empresa. Eles têm a cena muito bem montada, e no meio deste cambalacho que é que me protege?

sujeito a reboque

3 comentários:

Anónimo disse...

A EMEL não é privada mas sim Municipal e portanto Pública.

Paulo Albuquerque disse...

Mas a SPARK que é subcontratada pela EMEL é privada ou é pública?

A EMEL é pública ou tem capitais públicos?

Joao Branco disse...

Alguem sabe se a SPARK existe legalmente? estou farto de procurar e não encontro nada sobre esta empresa.

Foi-me informado em tempos por um Diretor da EMEL que a SPARK tinha um contrato de manutenção de maquinas com a empresa e por isso não deviam andar a passar "multas".

Por sugestão deste Sr, fiz uma paricipação ao Ministerio da Administração Interna em 2006 que foi lido, mas até hoje sem resposta.

A minha sugestão é Que tiver multa, deite-a fora e devova p envelope pelos correios, assim ele tem de pagar o envio.