terça-feira, dezembro 13

Soneto de Advertência

Há tempo e lugar para tudo. Neste preciso momento apeteceu-me ser um bocadinho lamecha, falar sobre o amor. Ele é perfeito quando somos correspondidos, é tudo lindo, é tudo cor-de-rosa. Acontece que é raro ser perfeito, o mundo é complicado, os sentimentos são complicados.
Aqui vai um poema dum autor brasileiro que eu desconhecia até que me mandaram este excerto no outro dia. Faz todo o sentido.

Soneto de Advertência

Pedro Lyra

Ama.
Queres amar.
Pois então ama
Desde que cumpras certas condições.
Uma antes de todas outras:
Que ela possa te amar também
E que não sonhes
Que esse amor vá além do seu desejo.
E não vejas de um céu o que é do chão.
E não julgues eterno o que é da hora.
E não forjes o gume em que te firas.
E não lhe queiras mais do que a ti mesmo.
Que não te prives do que mais persegues

E não te inflijas o que mais recusas.
E que não ames nunca ao ponto extremo
De já não mais poder deixar de amar
Nem de não mais poder viver sem ela.

2 comentários:

Raquel Caldevilla disse...

pq n me tinhas mostrado antes?... gostei :)

Anónimo disse...

bom comeco