sexta-feira, dezembro 30

Para o Ano há mais

Pois é, isto da passagem de ano é sempre a mesma estória. O pessoal está-se todo a marimbar para onde vai até à ultima da hora, a questão é que ninguem se quer comprometer. Os convites que recebemos nunca são bem aquilo que queremos. E vamos-nos deixando andar, até aparecer...

Eu este ano estou com uma enorme vontade de ir fazer uma peregrinação. Sinto a necessidade de voltar à Zambujeira do Mar, reviver o ambiente, participar naquela atmosfera descontraida de um bando de pessoas que se deslocaram ali apenas para se divertir. Deixar Lisboa para trás, os carros, as buzinas, as luzes. Preciso de procurar um pouco de paz.

O meu destino final para a passagem de ano mudou todos os dias durante esta semana, mal entendidos, desistências, casas aqui, festas ali. Mas afinal, quero-me divertir, não acumular mais ansiedade. Lá diz o velho ditado, quando queres alguma coisa bem feita, fá-la tu. Hoje depois de passar metade da manhã ao telefone consegui localizar uns alojamentos vagos. Exactamente onde eu queria.

Vou voltar àqueles três palmos de areia, rodeados por pedras. Sentar-me a ouvir murmúrio das ondas, olhar o negro da noite, até o Oceano me esmagar. E sentir-me nada, sentir-me leve, um grão muito pequeno numa engrenagem gigantesca. Quero ser fútil, quero ser idiota, quero não pensar. Isto são os meus planos para a passagem de ano, é mesmo assim.

Sugiro que façam o mesmo, aproveitem, sobretudo divirtam-se, aproveitem enquanto é tempo para a festa. Encontramo-nos com os nossos objectivos e desejos num próximo intervalo temporal.

quinta-feira, dezembro 29

Gripe

Ontem de manhã acordei meio estranho, estava todo suado e com calafrios. Levantei-me e arrastei-me até à casa de banho onde expulsei uma boa quantidade de porcaria que tinha alojada na garganta.

Era só que me faltava agora, a gripe, e logo na altura certa,a coisa que mais me apetece é passar o fim de ano cama. Pensei Eu. De manhã pareceu-me o cúmulo, e não é nada de mais. Só uma gripe vulgar. Fui trabalhar à mesma, passei foi na farmácia a auto-medicar-me. Depois de vários aspegic's e de alguns litros de sumo de laranja já me sinto muito melhor.

Pensando melhor sobre a questão, com um pouco de projecção para o futuro. Se calhar deviamos começar a levar a gripe mais a sério, não a minha, mas a gripe que dizem vem aí. Já foram detectados casos em humanos, os especialistas estão inquietos. Os governos também, o nosso Socrates já fez questão de revelar que estão a ser tomadas medidas no sentido de evitar a famosa pandemia. Já estou mais descansado.

terça-feira, dezembro 27

Natal a bater Records

Há um amigo meu que tem uma teoria muito simples sobre a economia portuguesa. Ele orgulha-se de conseguir prever os anos de declínio, e também os de fartura. Mas como? Em que é que se baseia o modelo dele? Simples, nos anos em que o Benfica ganha o campeonato a economia cresce, as familias gastam, o povo está feliz. Afinal o Benfas é o clube do povo, e as massas têm de viver felizes para a máquina capitalista funcionar como deve ser.

O fenómeno ocorrido neste Natal pode de facto ser um dado importante para corroborar a teoria. As somas de dinheiro envolvidas subiram em relação ao ano passado. As notícias falam em números na ordem dos 3,7 mil milhões de euros movimentados no total, repartidos entre levantamentos multibanco, e pagamentos com cartão este mês.

Pois é, visto isto, parece que portugal está de boa saúde. A malta está contente, a usar o cartão de crédito, e a contrair empréstimos bancários para comprar as indispensáveis prendinhas. Entretanto os bancos patrocinam nevões no centro de Lisboa.

Se formos à homepage da instituição bancária responsável ainda nos podemos divertir com um educativo jogo que ensina os mais novos a poupar... hilariante o paradoxo, o jogo não é nada de jeito.

segunda-feira, dezembro 26

Os tumultos das insónias


Nas grandes horas em que a insónia avulta
Como um novo universo doloroso,
E a mente é clara com um ser que insulta
O uso confuso com que o dia é ocioso,
Cismo, embebido em sombras de repouso
Onde habitam fantasmas e a alma é oculta,
Em quanto errei e quanto ou dor ou gozo
Me farão nada, como frase estulta.
Cismo, cheio de nada, e a noite é tudo.
Meu coração, que fala estando mudo,
Repete seu monótono torpor
Na sombra, no delírio da clareza,
E não há Deus, nem ser, nem Natureza
E a própria mágoa melhor fora dor.

Fernando Pessoa

quinta-feira, dezembro 22

Afinal quem é o Pai Natal

O homem rechonchudo de vermelho faz parte do nosso imaginário colectivo. Figura bem presente nesta altura do ano. No meio das compras, ou no meio duma conversa casual lá aparece o pai natal. O pai natal não é uma tradição nacional, é importado. Aqui já se perdeu um bocado a tradição do presépio, a árvore de plástico é muito mais prática. Mas por exemplo as crianças espanholas esperam até dia 6 de janeiro, a chegada dos reis magos, até que seja a altura de abrir as prendas.

Afinal quem é esse o gajo, o pai natal, donde é que apareceu. Existe um mito urbano bem implantado que diz que o pai natal foi inventado e popularizado pela Cola-Cola. Isto dá-lhe uma conotação um bocado imperialista. Eu tive pena do velhote coitado, e resolvi investigar um pouco.

Afinal a representação que temos do pai não foi inventada por nenhuma marca. Foi na alemanha que se começou a associar São Nicolau ao natal. Este homem foi beatificado porque deixava moedas nas chaminés dos mais pobres na noite da consoada. Isto é a veia filantrópica do pai natal, a parte humana do mito. A imagem do homem tal como nós a conhecemos do bonacheirão, vestido de vermelho e barba branca vem da interpretação russa do mito.

Muitas outras marcas já usaram o pai natal como imagem, ainda antes da marca de bebidas incluindo a Colgate e a Michelin. É um bocado triste que se tenha transformado em mais um simbolo duma sociedade de consumo de massas. Mas pronto, o que interessa é que o homem tem boas intenções, só quer ver as criancinhas felizes.

quarta-feira, dezembro 21

Changes...

Oh yeah
Mm
Still don’t know what I was waiting for
And my time was running wild
A million dead-end streets and
Every time I thought I’d got it made
It seemed the taste was not so sweet
So I turned myself to face me
But I’ve never caught a glimpse
Of how the others must see the faker
I’m much too fast to take that test

Ch-ch-ch-ch-changes
(turn and face the strain)
Ch-ch-changes
Don’t want to be a richer man
Ch-ch-ch-ch-changes
(turn and face the strain)
Ch-ch-changes
Just gonna have to be a different man
Time may change me
But I can’t trace time

I watch the ripples change their size
But never leave the stream
Of warm impermanence
So the days float through my eyes
But stil the days seem the same
And these children that you spit on
As they try to change their worlds
Are immune to your consultations
They’re quite aware of what they’re going through

Ch-ch-ch-ch-changes
(turn and face the strain)
Ch-ch-changes
Don’t tell them to grow up and out of it
Ch-ch-ch-ch-changes
(turn and face the strain)
Ch-ch-changes
Where’s your shame
You’ve left us up to our necks in it
Time may change me
But you can’t trace time

Strange fascination, fascinating me
Ah changes are taking the pace I’m going through

Ch-ch-ch-ch-changes
(turn and face the strain)
Ch-ch-changes
Oh, look out you rock ’n rollers
Ch-ch-ch-ch-changes
(turn and face the strain)
Ch-ch-changes
Pretty soon now you’re gonna get a little older
Time may change me
But I can’t trace time
I said that time may change me
But I can’t trace time


David Bowie (Changes)

Changes

É oficial, ano novo vida nova! Dia 30 deste mês vou começar no meu novo emprego. Na realidade a unica coisa que vai mudar é quem me assina os cheques (e o montante). Vou trabalhar exactamente no mesmo sítio, com os mesmo colegas, e a fazer mais ou menos as mesmas coisas.

Então porquê mudar? Há um motivo óbvio, o monetário, mais alguma a cair ao fim do mês dá sempre jeito. Mas isso talvez não seja o principal, o que realmente espero é ter mais oportunidades para aprender, mais oportunidades para fazer. Crescimento profissional também é crescimento pessoal e eu tenho de crescer mais. Vou integrar uma organização muito maior, com desafios diferentes, espero que me faça bem.

A transição à primeira vista parece fácil, no entanto há sempre qualquer coisa que nos lembra que estamos a mudar. Ontem aconteceu-me uma engraçada, não fui trabalhar, tirei o dia para ser exclusivamente estudante. Tinha apenas alguma tarefas para realizar à noite, fora do horário de expediente. Ao fim do dia ao tentar aceder à rede interna da empresa, não consegui. Introduzi repetidas vezes o meu user/pass, e nada, não não me estava a enganar. O utilizador já não existe. Mudaram-me o login, para o sistema já sou colaborador interno e não externo. Já não sou outsourcing, sou da malta agora. Podiam ter avisado pelo menos. Depois de telefonar a meio mundo, e fazer um grande esforço para não chamar nada menos a simpatico a ninguem, lá conseguir fazer o que tinha a fazer. Hoje deixei de ser conhecido como xsba006, agora sou o xpts583.

Para ficarmos todos a pensar, fica aqui uma pérola que me saiu hoje de manhã no fortune:

segunda-feira, dezembro 19

Os Suspeitos do Costume

As presidenciais estão aí à porta, e a campanha vai a pleno vapor. Quer dizer, pleno vapor é um termo demasiado forte, se calhar estou a exagerar. A campanha lá vai andando. Há debates, contacto popular, mas parece que falta um bocado de brilho a tudo. Se calhar é por os actores principais já não terem o vigor de antigamente... é uma hipótese. Tambem pode ser que o discurso já esteja um bocado esgotado.

Parece tudo decidido já à partida, o resultado final e os verdadeiros motivos dos candidatos são já bem conhecidos de todos. Talvez seja esse o problema, mas parece-me que é uma consequência apenas. Supostamente um dos candidatos vem lutar contra a describilização do sistema politico, o seu perfil duro até nos faz acreditar na estória.

Em conversa com uma amiga que veio apenas passar as férias a portugal, tive vontade de lhe chamar ignorante, por causa do desinteresse dela pelas questões nacionais. A questão é que depois depois percebi que ela tinha razão. A andar pelas ruas de Lisboa, ela disse-me mais ou menos assim:

- Qué que estes cartazes velhos andam aqui a fazer? por é que não tiram esta porcaria... Estas eleições não foram já à seculos?
- Estes são das presidenciais... andas mesmo a leste... as legislativas já foram a muito tempo.
- Presidenciais? Mas tipo... e estes gajos não são bué da velhos? Voltaram?


E claro que a unica alternativa foi partir-me a rir!



sexta-feira, dezembro 16

Alterações Cosméticas

Fiz algumas alterações ao template deste blog, que foi inicialmente escolhido entre as opções fornecidas pelo blogger. Decici personalizar um pouco, um cromo que se preze tem de estar à vontade com a tecnologia que faz mexer a web. Stlyesheets, html, essas coisadas todas. Eu estou à vontade, acho que não tenho é grande jeito para o design =P



Mas acho que ficou mais giro, comentários?

quarta-feira, dezembro 14

Escrever...


Que há-de alguém confessar que valha ou que sirva? O que nos sucedeu, ou sucedeu a toda a gente ou só a nós; num caso não é novidade, e no outro não é de compreender. Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a FEBRE DE SENTIR

(O Livro do Desassossego, Fernando Pessoa)

Previsões & Constatações

Estamos a aproximar-nos de mais um limiar, de uma passagem para outra fase. Um ano que acaba, outro ano que começa. Na realidade um ano não é nada, uma contagem de tempo puramente artificial e relativa. Há outros modos de contar o tempo sem ser o nosso (calendário gregoriano). No entanto quando vivemos em sociedade sujeitamo-nos a certas regras e quer queiramos quer não o modo como encaramos a nossa vida tem muito a ver com o modo como partimos o nosso tempo.

Estamos a chegar a uma altura de balanço! As comparações são inevitáveis, onde e como estava eu à um ano atrás? Quais eram as perspectivas, sonhos, projectos... Será que consegui alcança-los, será que soube trabalhar para tal. Mais importante ainda, a visão que tive e as resoluções que daí decorreram conduziram-me onde? É tempo de auto-avaliação. A auto-avaliações são sempre complicadas, uma avaliação já é subjectiva de natureza, quando nos examina-mos a nós próprios perde-se toda a objectividade. Será que estou no caminho certo?

Mas existem muitas coisas que são palpáveis, que aconteceram ou não aconteceram, por isso o melhor é começar por aí. Há mais ou menos um ano antes de acabar 2004, exprimi para alguns colegas e para os meus chefes as minhas opiniões sobre a evolução de alguns aspectos económicos e tecnológicos. Acho que me posso congratular, as minhas previsões revelaram-se correctas.

O Google e a Red Hat vão entrar para o Nasdaq no próximo ano, em vista dos seus resultados durante o ano corrente. Em vista das minhas recomendações de há um ano, que ninguem levou a sério diga-se de passagem, parece que até não tou muito a leste.

terça-feira, dezembro 13

Soneto de Advertência

Há tempo e lugar para tudo. Neste preciso momento apeteceu-me ser um bocadinho lamecha, falar sobre o amor. Ele é perfeito quando somos correspondidos, é tudo lindo, é tudo cor-de-rosa. Acontece que é raro ser perfeito, o mundo é complicado, os sentimentos são complicados.
Aqui vai um poema dum autor brasileiro que eu desconhecia até que me mandaram este excerto no outro dia. Faz todo o sentido.

Soneto de Advertência

Pedro Lyra

Ama.
Queres amar.
Pois então ama
Desde que cumpras certas condições.
Uma antes de todas outras:
Que ela possa te amar também
E que não sonhes
Que esse amor vá além do seu desejo.
E não vejas de um céu o que é do chão.
E não julgues eterno o que é da hora.
E não forjes o gume em que te firas.
E não lhe queiras mais do que a ti mesmo.
Que não te prives do que mais persegues

E não te inflijas o que mais recusas.
E que não ames nunca ao ponto extremo
De já não mais poder deixar de amar
Nem de não mais poder viver sem ela.

segunda-feira, dezembro 12

Protecção contra cópia - Conclusão

Hoje dirigi-me à Fnac para pedir o reembolso do meu dinheiro, estava à espera que levantassem problemas. Levava a argumentação já pronta, a informação da EMI, e uma dose de indignação para responder a eventuais questões e atritos que se pudessem levantar.

Pois bem, nada! A pessoa que me atendeu foi super compreensiva. Não fez nenhum comentário, olhou apenas para o cd várias vezes e em seguida passou-me um talão para eu apresentar na caixa. Uma surpresa agradável! Mas acho que já tinham aparecido por lá histórias parecidas com a minha. Alguns pontos positivos para a Fnac, por não levantar problemas. Pontos negativos para a EMI, por abusar dos consumidores e dos melómanos.

quarta-feira, dezembro 7

Protecção contra cópia

Hoje passei pela fnac, sem nada particular para fazer numa tarde desocupada. Claro que ao fim de algum tempo já me tinha dado aquela vontade inexplicável de levar qualquer coisa para casa. O quê? O novo album dos Beastie Boys uma colêctanea com os grandes sucessos... Decidi oferecer-mo como prenda de natal. Sou um bocado contra os "best of's" mas trouxe à mesma, cheguei à conclusão que ainda não tenho nenhum dos discos deles, e aquilo traz um dvd... Epá, pronto, lá gastei 21 euros naquilo. Não comprem este disco!


Mas porquê? Por uma razão muito simples, este cd não é um "Compact Disc", é outra coisa. Eu não prestei atenção às letras pequeninas na contra-capa, este cd tem um sistema de protecção anti-cópia, que supostamente serve para garantir que não estamos a roubar a propriedade intelectual do artista.

Como é que me apercebi disso? Para o album poder ser ouvido num pc, a máquina em questão deve ser compatível Windows ou Mac. Eu em casa tenho Linux. Não funcionou, o cd não era um cd normal de música. O problema estava na protecção contra cópia.

Investiguei um pouco, já sabia algumas coisas sobre isto. Por exemplo estava a par do que está a acontecer com a SONY, que tem já vários processos em tribunal à conta do seu sistema de protecção, que por muitos é considerado spyware. O sistema da sony é inseguro, pode provocar problemas de segurança no pc e além disso comprovou-se que de vez em quando "liga para casa" a mandar dados para a Sony. Mais informação sobre o caso Sony aqui. Várias distribuidoras estão a introduzir sistemas deste tipo. A maioria dos melómanos e consumidores em geral ainda não se apercebeu mas estão-se a abrir precedentes muito perigosos. A Sony já tem vários processos em tribunal.

O cd que eu comprei é da EMI, e confirma-se tem um sistema de protecção. Existem umas letras pequeninas no site da EMI que me dizem quais são as condições que eles me impõe para eu ouvir o meu cd. Parece que o sistema de protecção da EMI também é perigoso e está mal feito, basta dar uma olhada aqui.

Ouvir este album é perigoso, pode afectar o seu pc. Além disso compra-lo implica renunciar a uma fatia dos nossos direitos.

domingo, dezembro 4

A solução para os teus problemas

Desta vez uma pequena dose de esperteza saloia, este pequeno diagrama ilustra bem a atitude de muita gente que eu conheço. Ando mesmo chato com o trabalho... já agora aproveito para meter inveja!!!! Tó de férias!! HEHEHE